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Michel.

Estacionei a moto na frente do prédio e passei pelo porteiro sem dizer nada, não preciso de permissão. Tive que deixar tudo lá e vir correndo atrás dessa maluca, a outra lá ficou chorando no baile mas eu acho bem feito, da próxima mede as palavras pra falar com a minha mulher, ela querendo ou não!

— Alanna abre essa porta! – falo batendo na porta.

— Eu não quero falar com você, não quero olhar na sua cara! – ela diz e percebo sua voz de choro.

— A gente precisa conversa porra! – falo alto.

— Some daqui! – ela diz alto e ouço seu choro.

— Abre essa porta se eu não vou arrombar! – ameaço e ela da uma gargalhada forçada.

— Então arromba por que eu não vou abrir! – ela grita.

— Tem um maluco esmurrando minha porta, sobe e tira ele daqui, agora! – ouço ela falar de dentro do apartamento e bufo dando um soco na parede.

— Não adianta você ligar pro porteiro, pro segurança, pra porra nenhuma eu não vou sair daqui enquanto a gente não conversar! – falo abaixando meu tom.

— Eu não vou abrir nem morta! – ela rebate.

Ouço o barulho do elevador e vejo dois seguranças com o porteiro, reviro os olhos e cruzo os braços.

— Fizeram uma denúncia que você está promovendo a perturbação da ordem, você precisa se retirar, se não chamaremos a polícia! – um dos seguranças diz e eu seguro a risada.

— Eu só quero conversar com a minha mulher! – falo.

— Pelo jeito da conversa ele vai arrebentar ela todinha se entrar aí! – o porteiro diz e eu me segurei pra não bater nele.

— Eu nunca bati em uma mulher! So dei umas mordidas! – falo dando os ombros e lembrando dos meus momentos com a Alanna.. bons momentos inclusive!

— Então você confessa que agrediu fisicamente a sua mulher? – um dos seguranças diz.

— Foram umas mordidinhas íntimas... – falo mas logo sou interrompido.

— Michel eu não te dei permissão pra falar das nossas mordidinhas íntimas! – Alanna diz abrindo a porta.

— A senhora é mulher dele? – o segurança pergunta.

— Deus me livre.. na verdade pensei que era, mas sou a outra! – ela diz dando os ombros.

— Alanna porra! – falo bravo e ela me fuzila com o olhar — A gente pode ter uma conversa civilizada? – peço.

— Não! – ela diz fechando a porta mas eu a impeço.

— Olha se a senhora quiser fazer uma denúncia você pode invocar a lei maria da penha que ela protege a mulher de agressão! –  o segurança diz.

— Eu deveria mesmo fazer uma denúncia! – ela diz seria e a olho sem acreditar.

— Tá maluca Alanna? – pergunto.

— Maluco aqui é você Michel, que vem atrás de mim depois de tudo que aconteceu, eu estava tranquila aqui no meu apartamento pensando na melhor maneira de te assassinar e você apareceu aqui fazendo esse escândalo! – ela diz brava.

— A senhora planejava assassinar ele? – o segurança pergunta assustado.

— Sim! – ela rebate.

— Eu deveria era denúnciar vocês dois! Mas só vou registrar a queixa, bora rapaz! – o segurança diz.

— Não precisa levar ele não, entra Michel! – Alanna diz abrindo a porta e eu agradeço a Deus mentalmente.

— Como é que é? depois de tudo que o malandro aprontou você vai deixar ele entrar? – o segurança diz e eu me segurei pra não arrumar outro problema — Você é maluca? – o segurança pergunta pra Alanna.

— Olha aqui seu.. – antes que ela terminasse de falar entrei em sua frente.

— É, entra! – falo empurrando ela pela cintura — Tô entrando, me deem licença! – falo fechando a porta e sinto um soco nas minhas costas — Caralho Alanna você ta maluca? – falo olhando pra ela.

— O que você veio fazer aqui? mentir mais pra mim? – ela pergunta chorando.

— Alanna eu não menti pra você! – falo.

— Você não me contou que foi na casa dela levar um buquê de flores igual fazia pra mim! – ela diz e eu nego.

— Eu não levei nada pra ela, ela falou isso pra te atingir e parece que adiantou!

— Se foi pra me atingir como que ela sabe disso Michel? – ela pergunta — Deve ser por que já deve ter feito pra ela também, igual esse anel que você me deu igual ao dela! – ela diz jogando o anel no chão.

Alanna sempre foi um desafio, qualquer palavra que eu falasse errado ela percebia e era aí que ela me pegava sempre, fazia tanto tempo que eu não tinha uma mulher que me colocasse contra parede que eu nem sabia agir, me sentia um moleque, um moleque de 25 anos nas costas!

— Por que você sempre foi atrás de mim se no fim sempre voltava pra ela Michel? Por que você fez minha cabeça pra insistir nisso se você ainda quer ela? – Alanna pergunta e eu nego rapidamente.

— Você sabe que meu compromisso é você desde que você apareceu na minha vida, olha tudo que eu já fiz por você! – falo e ela ri ironicamente.

— Você nunca me deu o que eu sempre quis! – ela diz encostando na parede.

— O que? – pergunto confuso.

— Exclusividade!

— Você é única na minha vida Alanna, porra eu amo você! – falo chegando perto dela.

— Michel por favor, me deixa paz, eu não quero mais, eu tô cansada! – ela diz encostando a cabeça no meu ombro e eu abraço sua cintura.

— Eu não vou te deixar Alanna, eu sei que você não quer isso! – falo encostando nossas bocas.

Ela abriu passagem pra minha língua iniciando um beijo calmo, lento e com raiva.. senti ela puxar meu lábio inferior com força e chupei sua língua fazendo ela amolecer.

— Volta com a sua mulher, ela te ama! – ela diz se afastando.

— A gente se ama!

— Não michel, eu não faria metade das coisas que ela faz! – Alanna diz negando.

— Alanna...

— Vai Michel, vai! – ela diz abrindo a porta e eu fecho os olhos respirando fundo.

Saí do apartamento dela sem dizer mais nada. Não tinha o que dizer!

——————

As coisas não não estão muito boa por aqui haaaha. O que vocês acham que Michel vai fazer agora?

Alanna | Contramão [Em Revisão] Onde histórias criam vida. Descubra agora