1 mês depois.
Alanna.
Acordei sentindo as lambidas do billy, esse cachorro tá cada dia mas ousado e eu estou amando. Abri os olhos me incomodando com a claridade, tinha esquecido de fechar a janela novamente!
— Está com fome né? – pergunto pra Billy e ele balança o rabinho latinho em seguida — Vem comer vem! – chamo me levantando.
Coloquei ração em seu pote e fui pra cozinha, olhei no calendário e sorri, hoje completo três meses e o mais importante, hoje iria ver meu bebê, se tudo desse certo conseguiria ver o sexo. Minha barriga estava cada dia maior, eu estava me sentindo linda!
O dia estava super quente lá fora, morar de frente pra praia é ver o sol de primeira eu estava amando morar em Ipanema. Depois de toda aquela confusão eu fui pra casa do meu tio, fiquei apenas dois dias lá e ele me ajudou a conseguir um apartamento em um bom preço, e o melhor, tinha comprado com meu dinheiro!
Desde o dia que sai da favela venho pranejando um bazar, preciso esvaziar um pouco meu guarda roupa e aproveitar o dinheiro para investir em mim. Daí estava me ajudando muito nisso, sem dúvidas a melhor amiga e prima que Deus poderia me dar!
Daí, Millena e Jp estavam sempre vindo me ver, eles eram os únicos que sabiam aonde estava. Cintia, mãe do Michel quando descobriu minha gravidez não parou de me mandar mensagem, tem sido um amor comigo e até marcados um dia pra gente sair e conversar, e sinceramente quero muito ver ela, ela tem sido muito boa comigo.
Nesses 31 dias não quis mais ouvir nada referente ao Michel, Jp disse que a cada baile ele aparecia com uma diferente e não quis saber de detalhes, ele pouco está se importando comigo eu que não vou me importar com ele, afinal a única coisa boa que me restou disso tudo foi meu bebê.
Ouvi a campanhia tocar e saí dos pensamentos, abri a porta dando de cara com Millena, Daiana e Jp.
— Viemos cedinho pra não perder a hora de ver nossa filha! – Jp diz entrando e eu rio.
— Essa pesta foi me acordar as 08:00 da manhã! – Millena diz emburrada.
— Não sei pra que essa pressa toda, eu aposto que é um menininho! – Daí diz sorrindo.
— É uma menina e eu vou maquiar ela muito, vai ser uma gata! – Jp diz fazendo cara de deboche.
— Essa hora e vocês já tão assim, ainda nem acordei direito! – falo indo até a cozinha.
— Que horas está marcado a consulta? – Millena pergunta enquanto nós sentavamos.
— As 11:30! – falo comendo.
— Oi billy fofinho! – Jp diz brincando com meu filhinho de quatro patas, esses dois eram literalmente cão e gato, se ouvisse um grito do Jp sabia que era o Billy correndo atrás dele.
— Tu tá cuidando muito bem desse vira latinha, ele está ficando lindo! – Daí diz sorrindo.
Eu sempre amei cachorros, minha faculdade de medicina veterinária não foi atoa, aliás sentia tanta falta de estudar, das meninas do curso, enfim, quando meu bebê nascer vou correr atrás do prejuízo!
— Está mesmo, aquele desgraçado do dono dele já foi na justiça? – Millena pergunta e eu nego.
— Você acha que ele vai? vai nada, mas não vou devolver o billy não, agora ele é meu, tá sendo cuidado de verdade agora! – falo.
Eu tinha achado o billy pouco tempo depois que vim morar aqui, eu sempre passava em frente a uma casa velha e ouvia latidos até o dia que duas garotinhas descobriram que o billy estava preso, sem comida, sem água e o dono apenas usando para ganhar dinheiro, como as garotinhas eram pequenas as mães não deixaram elas levarem para casa e então peguei ele pra mim, tem sido meu companheiro todos os dias!
(...)
Já estávamos a caminho da consulta, enquanto Daiana dirigia, Eu, Millena e Jp arrasavamos cantando 50 reais da Naiara Azevedo, essa música tinha virado uma piada entre a gente por tudo que aconteceu a um tempo atrás.
Hoje eu consigo lembrar e não sentir tanta raiva da situação em si, tudo acontece com um propósito e aquilo me impulsionou a se tornar mas dona de mim mesmo, estava ultrapassando meus limites, aceitando coisas que não aceitaria, virando refém de um amor, amor que nem sabia se existia ainda, enfiei o amor que sentia pelo Michel em qualquer canto do meu coração e estava sendo espremido pelo amor que sentia pelo meu filho, pelo amor que sentia por mim e a mulher que estava me tornando!
— Chegamos! – Daí diz sorrindo, sai do carro e entramos na clínica.
— Bom dia lindona, como está esse feijãozinho aí? – Laura diz sorrindo. Ela era a recepcionista da clínica, todos aqui morriam de amor pelo meu bebê mesmo sendo tão pequeno, tinha ganhado até apelido!
— Está muito bem, deu até um chutinho nas minhas costas esses dias! – falo sorrindo.
Quando comecei meu pré natal acabei por levas uma bronquinhas, estava me alimentando muito mal e passando muito estresse, tudo isso passava pro meu bebê. Hoje em dia estou tentando melhorar e ele vem ficando mas forte a cada dia!
— Aí que gostoso, não vejo a hora de ser eu sentindo essa sensação! – ela diz sorrindo.
— Eu também quero! – Millena diz sorrindo boba.
— Aí eu também! – Jp diz passando as mãos na barriga fazendo a gente rir.
— O doutor Gabriel já está te esperando, podem entrar! – ela diz e eu assenti.
Eles já estavam acustumados com minha gangue, eles viam comigo desde o primeiro pré natal, são os tios mais bobos que já vi!
— Bom dia Alanna, bom dia meninas! – Doutor Gabriel diz assim que entramos na sala, era pura simpatia e beleza esse homem, fico babando toda vez que venho aqui, nem ligo!
— Bom dia, já podemos ver o sexo? – Daiana diz mas ansiosa que eu.
— Claro, vamos ver se o piolhinho já abriu as pernas! – ele diz sorrindo.
Me deitei na maca e ele colocou o gelzinho gelado na minha barriga, estava sentindo o meu coração acelerado.
— Olha como está se desenvolvendo bem! – o doutor diz sorrindo e eu já estava me afogando nas lágrimas.
Morta de amor e ansiedade pra saber se é uma princesa ou um príncipe!
———————
Depois daquela confusão toda um capítulo cheio de amorzinho pra vocês, apesar de vocês adorarem um barraco haaaha.
Querem o próximo do Michel ou da Alanna?
Estão curiosos pra saber o sexo do neném? eu estou haaaha querem que seja o que?
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Alanna | Contramão [Em Revisão]
RomansNo amor, não adianta você achar que as coisas vão sempre a favor da maré, você pode esperar que sempre o grande amor vem meio assim, na contramão.