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Alanna.

Ele ligou o carro e olhou para mim me mandando uma piscada, sorri sem mostrar os dentes, enquanto ele dirigia eu olhei para o rosto dele e instantaneamente me veio a cabeça o rosto do meu marrento.

— Essa nave aqui acelera? – pergunto cheirando seu pescoço e nem me dando conta das palavras que saiam da minha boca.

— Muito! – ele diz sorrindo.

— Então voa!

Ele acelerou o carro e eu sorri animada, virei a última dose da minha bebida e joguei o copo pro banco. Meu corpo foi jogado de lado quando ele virou uma esquina e gargalhamos juntos, por um minuto até esqueci que eu poderia morrer sem cinto e com um bêbado no volante.

No final da rua tinha um carro da polícia estacionado e ele ficou nervoso na mesma hora me deixando sem entender nada.

— Aí sujou! Se eles perguntarem você é minha irmã! – ele diz me deixando assustada.

— Que isso bofe? eu não, eu em! – falo cruzando os braços.

— Faz o que eu tô mandando, tu ta ligada ou não ta ligada? – ele diz aumentando a voz.

— Não sou tomada pra ligar não ta, você fala direito comigo!

Ele parou o carro na frente do policial, abriu o vidro e o policial colocou uma lanterna para iluminar nosso rosto.

— Boa noite, os documentos por favor? – o policial pediu.

— Os documentos né, só um minuto.. eu acho que deixei os documentos em casa, sabe, na correria! – o meu pretinho diz e o policial colocou a lanterna na minha cara.

— Eu tô passando mal, eu sou muda e somos irmãos de sangue! – falo sorrindo tentando ser o mas convincente possível.

— Você é muda? – o policial pergunta sorrindo e o moreno do meu lado me fuzilou com o olhar.

Eu em, não tô falando demais, na verdade o álcool que tá falando por mim. Antes que eu pudesse responder o moreno acelerou o carro me fazendo gritar de susto. Olhei para trás e vi dois carros da polícia atrás da gente, era só que me faltava, mas um capítulo da minha vida de coisas que só acontecem com Alanna.

Me livro de um bandido e acho outro!

— Aí moço pelo amor de Deus para esse carro! – falo e um outro carro da polícia fecha a gente.

A gente saiu do carro e um policial veio para cima de nós mandando colocar as mãos para cima.

— Amigo calma, tá tudo bem, vocês não tão falando com nenhum traficante não esse aí é pouca bosta, pode abaixar essa arma! – falo sorrindo e o policial me fuzilou com o olhar.

— Esse cara é da pesada dona, vocês dois estão presos! – ele diz tirando uma algema do bolso.

Aí que merda!

Fomos para a delegacia, chegamos lá e depois de causar o maior barraco eles me levaram para um corredor.

— Esse aqui é o corredor da morte? SOCORRO! – grito e a policial me deixa numa cela com umas sete meninas — Moça eu faço faculdade, sou uma menina do bem, tenho só 17 anos sou menor de idade ainda, eu sei que posso fazer uma ligação DEIXA EU LIGAR PRA MINHA TIA! – grito quando ela se distancia de mim.

— Relaxa aí loirinha! – uma mulher de voz bem grossa diz.

— Aí que merda, tô fudida, isso deve ser praga do Michel! – falo sozinha e olho para as meninas na minha frente — Oi gatas! – falo sorrindo e comprimento todas com um beijo no rosto.

Depois de me sentar no chão ao lado da Matilda, abaixei a cabeça e minha ficha caiu, eu sabia que não ia ficar presa por muito tempo mas eu tô presa nesse momento e quando minha mãe, meu pai, minha tia e a Daiane descobrir eu vou ser uma garota morta!

(.....)

Célia (tia da Alanna)

Depois de fazer o café da manhã eu fui me sentar ao lada da Daiane, por um milagre veio ficar comigo. Pescoço meu marido estava no quarto dormindo até agora, esse homem vai morrer dormindo, é só isso que ele sabe fazer!

— Caraca já liguei várias vezes pra Alanna e nada dela me atender! – Daiane diz.

— Deve estar dormindo! – falo mudando de canal.

— Eu já liguei pra tia e ela disse que a Alanna não dormiu em casa!

— A garota deve estar aproveitando!

— É! – ela diz largando o celular e a campainha tocou.

— Vai lá atender! – mando.

— Aí mãe, vai lá você tô cansadona, fiquei até tarde na loja ontem! – ela diz dramática.

Me levantei e fui atender, abri a porta e tomei um susto quando vi Michel com um cintura ignorante cheio de arma, o que esse garoto veio fazer aqui meu Deus?

— Cadê a Alanna? – ele pergunta com cara de poucos amigos.

— Chefe, que honra ter você aqui, entra aí cara! – pescoço diz animado chamando michel para entrar e eu ainda estava sem reação.

— O que você ta fazendo aqui? – Daiane pergunta olhando para Michel.

— Vim atrás da Alanna, vocês sabem aonde ela está? – ele pergunta.

Olho para Daiane que olhava para mim tão confusa quanto eu, o que esse garoto quer com a Alanna e aonde essa menina se meteu?


Alanna | Contramão [Em Revisão] Onde histórias criam vida. Descubra agora