5. Amor

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Lynn esperou que seu pai saísse do quarto e entrou  sorrateira sem que ele percebesse. Encostou a porta com cuidado para não fazer  barulho e aproximou-se da cama. Edward estava de olhos fechados, com o  antebraço apoiado na testa.

- Edward... - sussurrou Lynn ajoelhada com o rosto próximo ao dele.

Edward abriu os olhos, atraído pelo perfume dos cabelos loiros e fitou-a com  carinho. Lynn podia notar que a frieza do olhar dele desaparecera  completamente, dando lugar a um olhar de medo, insegurança e pena.

- Minha sobrinha...

- Como poderíamos saber? Não temos culpa nenhuma!

- Eu deveria ter evitado... Você é muito nova.

- Edward, eu... Não sei o que fazer.

- Nem eu. Nem eu!

- Não quero me casar com Henry.

- Resolva isso com seu pai, Lynn. O que você quer que eu faça? Que conte a ele  que a levei para a cama para que ele me obrigue a casar com você?

"Sim", pensou Lynn, porém não falou nada, ante o absurdo que seria  se ele realmente fizesse aquilo.

- Não.

- Quer que eu mate seu primo? Eu vou matar Henry, assim apodrecerei na cadeia.  A esta altura, já acho um bom final para uma pessoa como eu.

- Não! Não quero que Henry morra e nem que você vá preso!

- Então o que você quer?? Diga-me! Diga-me algo que possa me acalmar, menina!

Lynn o beijou com paixão, uma paixão arrebatadora, capaz de derrubar qualquer  questão moral. Edward a puxou para a cama e a beijou com loucura, explorando  sua boca com a língua de forma envolvente e absurdamente sensual.

- Chega! Chega! Saia daqui – interrompeu ele.

- Edward...

- Vá embora, Lynn! Vá embora! Meu Deus, que inferno.

Lynn obedeceu, saindo do quarto tão cuidadosamente quanto entrara. Deitou-se  ao lado de Julie na cama de forma a não fazer barulho, porém a menina estava acordada.

- Onde você estava, Lynn?

- No banheiro.

- Mentira, vim de lá agora.

- Cale a boca e durma.

- Estava no quarto do titio.

- Cale a boca!

- Vou contar ao papai que você estava no quarto do Tio Edward.

- Se você contar, eu te mato.

- Eu não conto se você não contar que eu fui também.

- O quê?!

- Eu vou lá agora, quero vê-lo dormindo.

- Julie, você não se enxerga? pensa na sua idade!!

- E daí? Se você contar, eu conto que você foi.

Julie saiu da cama e seguiu em direção à porta diante do olhar perplexo de  Lynn. Julie vestia um short branco de algodão e uma regata coladinha ao corpo  da mesma cor e tecido. Apesar de não ter corpo de mulher, ela era alta e  esguia para a idade. Lynn chorou de ciúme ao imaginar Edward abraçando Julie e  beijando-a como fazia com ela. O desespero de Lynn acabou quando escutou a  porta abrir e Julie se jogar na cama chorando.

Garota Ingênua [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora