Depois que Allan saiu do quarto, Lynn começou a se desesperar com a possibilidade de ter que se casar com o caipira do Henry e viver para sempre naquela fazenda sem-graça.Esperou anoitecer, pegou todo o dinheiro que tinha e fugiu a cavalo em direção ao centro sem que a família percebesse. Parou em frente ao hotel onde Edward estava hospedado - o único da cidade - e perguntou à recepcionista qual era o seu quarto. Tinha esperanças de que alguém como ele pudesse lhe ajudar. Esperava que ele quisesse tomá-la para si. Que fosse revoltar-se com a simples idéia de que ela pudesse ser tomada nos braços por outro homem. Pensamentos todos muito românticos e improváveis, mas que ela não conseguia afastar.
- A quem devo anunciar?
- Lynn.
- Só um momento, por favor.
Lynn sentou-se na poltrona da sala de estar rezando para que Edward a aceitasse em seu quarto naquela noite. Não podia se casar com Henry. Aquela idéia lhe dava nojo. Edward tinha que fazer algo. Ele precisava impedir aquela loucura!
Depois de colocar o fone no gancho, Edward desceu surpreso com o anúncio que recebera. Fitou Lynn com irritação.
- O que veio fazer aqui? – indagou ele tentando imprimir à sua voz o exato tom que a fizesse ir para casa, mas que não a afugentasse para sempre.
- Edward, eu preciso de ajuda... Meus pais me expulsaram de casa, eles querem que eu me case com meu primo... Eu não posso casar com ele, Edward, me ajude!
- Mais essa... Senhora, providencie um quarto para essa moça, eu pagarei a estadia dela até amanhã, certo?
- Sim senhor.
Edward bateu a porta do 14 com irritação. A menina achava que ele era algum tipo de super herói. Estava fantasiando! Delirando! Era louca. Ele já havia decidido voltar para casa e nunca mais voltar. Mais um pouco e ele teria partido sem nenhuma complicação. Seria a primeira vez que viajava e retornava sem ter arranjado problema algum com mulheres. Mas os deuses estavam mancomunados contra ele.
- Agora me explique direito o que aconteceu... – ordenou ele tentando manter a calma.
- Edward... Meu pai... Ele... - a garota desviou os olhos para o chão sentindo suas bochechas corarem. Como poderia explicar tal coisa à Edward sem que ele a julgasse pelos seus atos infantis? - Meu pai... Me encontrou... No quarto com meu primo...
- Sim, continue... - disse ele em resposta à interrupção constrangida de Lynn. Embora ele já imaginasse o final da sentença, não podia deixar de infligir aquele incômodo à garota. Seu sangue fervia. Por que diabos tinha que se envolver nesta história? E por que já nutria tanta raiva pelo primo idiota daquela garota destrambelhada?
- Ele me flagrou com Henry no quarto... – murmurou ela de cabeça baixa.
- No quarto? – repetiu ele fazendo cara de quem não entendera – Fazendo o quê no quarto?
Lynn engoliu em seco e respirou fundo.
- Beijando... – disse ela voltando o olhar para assistir a reação de Edward. Não houve nenhuma – Mas, Henry me agarrou! – apressou-se em acrescentar.
- Olha, Elizabeth, não quero saber o que aconteceu... Não quero saber quem agarrou quem... – disse ele parecendo extremamente irritado, embora lutasse para parecer calmo – Eu não tenho obrigação com você... Então é melhor deixar tudo como está. Não posso te ajudar.
Lynn escondeu o rosto entre as mãos sentindo as lágrimas arderem nos olhos.
- Vou deixar você dormir aqui essa noite, mas depois quero que vá embora... Não vou ficar na cidade por muito tempo mais.
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Garota Ingênua [COMPLETA]
RomanceLEIA A SINOPSE APÓS O AVISO: Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o Wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta história em seu formulár...