56. Tempo que se arrasta

178 22 34
                                    

Edward e Lynn começaram a caminhar pela manhã, por recomendação médica. Se o bebê não nascesse logo, teria que fazer uma cesariana, e isso não era muito bom para o bebê.

- Eu não estou mais aguentando, Edward... - falou Lynn, caminhando com dificuldade, segurando a barriga - Preciso deitar, preciso vomitar, preciso dar à luz!

- Só mais um pouco, amor... já estamos quase na porta de casa - incentivou Edward, dando pequenas corridinhas para ver se isso motivaria Lynn, mas só parecia deixá-la ainda mais frustrada.

- Edward, vamos marcar logo essa cesariana... Por favor! - implorou, sentindo como se pesasse uma tonelada, mal conseguindo se arrastar pelos degraus da entrada.

- Mas o médico disse que...

- Não é ele que está sofrendo, todo inchado, pesado, cheio de dores! - retrucou ela, lançando-lhe um olhar afiado.

- Eu compreendo você, Lynn... Mas o médico mandou que você caminhasse mais alguns dias até ter certeza da necessidade da cesariana.

- Eu não vou mais caminhar! Já chega! Eu vou me deitar, isso sim. Só saio daquela cama para ir para o hospital – afirmou ela categoricamente enquanto entrava em casa bufando.

Edward suspirou diante da teimosia dela e ajudou-a a subir as escadas. No último mês, aquele pequeno trajeto da escada até o quarto era feito às lágrimas.

- Eu nunca vou conseguir ter meu corpo de volta! - lamentava-se Lynn.

- Você é linda, Elizabeth - dizia Edward apático.

- Você é cínico. Você também me acha uma hipopótama e não diz nada!

- Você não é uma hipopótama, Elizabeth - protestou ele, cansado.

- Pare de me chamar de Elizabeth... ai... Minhas costas... Que inferno! – praguejou ela apertando os olhos com força.

Edward daria tudo para saber se nos últimos meses da gravidez de Ceci, Lynn também agia daquela forma com Paul, porque parecia que com o outro, tudo era perfeito.

Edward ajeitou-a na cama e deitou-se ao seu lado, puxando seu rosto para beijá-la.

- Não! Não precisa fazer caridade! Vá transar com suas amantes! – disse ela com os olhos marejados, estava muito sensível nos últimos dias e tudo servia como motivo de briga.

- Pare com isso, maluca! Não tenho nenhuma amante e quero te beijar porque eu te amo! Diabos! Eu te acho linda, a gravidez te deixa com lindos seios e com a boca mais carnuda e só não me enfio no meio de suas pernas agora por causa de suas dores! Entendeu? - vociferou ele.

Lynn ficou excitada ao escutar aquelas palavras. Podia ver os olhos de Edward brilhando de desejo mesmo que ela estivesse se sentindo gorda e horrorosa. Talvez não estivesse tão gorda e horrorosa quanto imaginava. Deixou que ele beijasse seus lábios com paixão. Edward abriu cuidadosamente o zíper do suéter, segurando um dos seios e o colocou na boca, lambendo o leite que furtivamente escorria dos mamilos. Lynn abriu a calça de Edward com certa dificuldade e retirou o membro rijo de dentro das cuecas, fazendo-o suspirar e gemer enquanto o acariciava devagar e depois mais rápido até ele ejacular em sua mão. Há vários meses que não compartilhavam de nenhum momento de intimidade e aquele contato serviu para deixar Lynn mais segura e relaxada, ainda que houvesse sido tão breve.

- Eu te amo - disse ele com a respiração ofegante.

- Eu também te amo - respondeu Lynn colocando a cabeça dele apoiada em seu peito e acariciando seus cabelos negros com a outra mão.

Aquela tarde parecia perfeita. Ceci fora visitar uma amiga, enquanto Lynn e Edward ficaram a maior parte do tempo no quarto assistindo filmes em clima de romance total. Foram interrompidos pela campainha que tocava insistentemente.

- Está esperando alguém? - perguntou Lynn intrigada.

- Não... Vou lá ver quem é. Já volto, amor!

Edward abriu a porta e deparou-se com uma pessoa que parecia ser Paul. Estava muito diferente, abatido, magro e com olheiras profundas.

Garota Ingênua [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora