Os dias que se seguiram foram os mais estranhos da vida de Lynn. Edward levantava bem cedo, antes de o sol raiar e ia fazer o trabalho na fazenda. Chegava cedo para o almoço, tomava banho e ia descansar. Lynn à tarde tinha que ir para a escola e, quando chegava, Edward já estava dormindo. Ele nunca mais criou oportunidades para ficarem juntos e a sós. No sábado, cansada de tanto chorar, Lynn foi falar com ele.
- Edward!
- Me chame de Tio Edward.
- Por que isso?
- Porque sou seu tio! Esqueceu?
- Por que está me evitando?
- Lynn, estou fazendo a coisa certa. Não podemos mais continuar nos encontrando escondido na casa dos seus pais. Não podemos!
- Mas eu amo você, Edward.
- Eu não te amo como você quer. Eu te amo como minha sobrinha.
- Não diga isso, por favor. É mentira. Como você pôde decidir algo assim sem falar comigo? Como resolveu tão de repente que não vamos mais ficar juntos? É injusto!
Lynn aproximou-se dele para beijar-lhe os lábios, mas foi duramente empurrada, caindo no chão.
Edward não estava preparado para suportar aquela cena e saiu dali decidido a fazer as malas e ir embora para sempre da fazenda. Procurou Hellen para avisar que estava de partida.
- Fique mais uma semana, sábado que vem é aniversário de Julie. Vamos... você nunca participou de nenhum aniversário das meninas.
- Está bem, Hellen. Eu partirei logo depois da festa. E sobre as terras... por enquanto deixe as coisas como estão, certo? Desisti de vender a minha parte na fazenda, não quero que mudem em nada seu estilo de vida.
Edward abraçou a irmã com força. Hellen fora a mãe que ele nunca conhecera e naquele momento, em seus braços, ele chorou como um menino frágil e desprotegido.
- Oh, Eddie... Que foi?
- Nada... Nada...
Na cabeça de Edward, só havia uma explicação plausível para o choro: Lynn. Mas porque chorar por ela? "Ela é uma criança... Sua sobrinha", disse a si mesmo com rispidez.
Ele nunca poderia contar a sua irmã que estava apaixonado pela sobrinha. Seria demais para todos. Resolveu que não contaria. Por ora, sofreria essa dor sozinho.
A semana passou com inúmeras tentativas frustradas de Lynn de se aproximar de Edward. Ele passou a evitá-la com mais afinco, fazendo isso contra seu próprio desejo de tê-la em seus braços e amá-la como antes.
Lynn não se conformava. Como podia tudo acabar assim, tão rápido? Definitivamente, ela não se convenceu.
Passaram os dias. Já era sábado, dia da festa de Julie. A casa estava um alvoroço só, todos estavam muito atarefados por conta da festa.
Caiu a noite e os convidados começaram a chegar. A anfitriã da festa estava eufórica com tudo aquilo. Edward também já rodava pela casa. Estranhamente, à procura de Lynn que até aquele momento não tinha aparecido.
Chegando a sala, num relance de olhar para as escadas Edward vislumbrou um anjo. Era Lynn em um ousado vestido azul descendo as escadas.
Instantaneamente, Edward recuou sentindo a garganta seca. Lynn descia as escadas com um olhar de desalento, o vestido azul lhe caía maravilhosamente bem, era todo em crepe com fitas de cetim adornando o busto, era a primeira vez que a via maquiada e aquela imagem ficaria cicatrizada na sua mente de tão linda, ela parecia uma artista de cinema.
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Garota Ingênua [COMPLETA]
RomanceLEIA A SINOPSE APÓS O AVISO: Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o Wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta história em seu formulár...