18. O Arco-íris Após a Tempestade

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Lynn chegou ao apartamento de Jessica somente à noite, estava muito cansada, sentia algumas dores que a estavam deixando ligeiramente preocupada. Sentiu um alívio enorme ao tirar os sapatos e também porque Jessica não dera sinal de estar em casa. Entrou em seu quarto, acendeu a luz e soltou um grito ao ver a colega de apartamento em pé na janela, fumando. O quarto estava impregnado com cheiro de cigarro, um cinzeiro que estava em cima do criado mudo estava abarrotado de pontas de cigarro.

- Jessica... - começou Lynn, sem saber como agir naquela situação. A cara de Jessica não estava nada boa.

- Eu vi os jornais. Você não tem vergonha de ser considerada o novo brinquedinho do Paul? - criticou Jessica, batendo com o cigarro na ponta do cinzeiro.

- Não fale assim dele, Jessica! – pediu Lynn, tentando controlar o tom de voz, sentindo-se subitamente muito irritada com a invasão de privacidade da outra.

- Lynn, ele gosta de controlar todo mundo que posa para ele, ele faz as pessoas acreditarem que sem o poder das suas lentes não farão nenhum sucesso, que não são nada! - continuou Jessica, levantando-se para ir em direção à Lynn.

- Jess, você não o conhece de verdade - protestou a garota, abanando a cabeça.

- Eu não quero que você sofra, porque essa fase hétero dele vai acabar rapidinho! – exclamou ela maldosamente, fazendo Lynn sentir medo da reação exagerada de Jessica.

- Não me preocupo com passado e nem com futuro, Jess. Eu quero viver o presente - argumentou Lynn.

- Você não pensa no seu filho? Elizabeth, você não pode mais pensar só em si mesma, você está esperando um bebê! – tornou a gritar, desta vez um pouco mais alto, parecendo desequilibrada.

Lynn ficou confusa com as palavras da amiga, o fato de ter um filho realmente era muito sério e por mais que Lynn almejasse a felicidade, sabia que em primeiro lugar deveria vir sempre a felicidade da criança em detrimento da sua. Mas ainda assim, não conseguia entender por que a colega acreditava que Paul seria uma influência negativa. E também não conseguia entender o motivo daquela conversa invasiva.

- Ele vai assumir seu filho, por acaso? - disparou Jessica, à poucos centímetros do rosto de Lynn.

- Eu não sei, Jessica - respondeu a outra, dando um passo para trás, desconfortável com a invasão de seu espaço pessoal.

- E Edward? E se você encontrá-lo? Não o ama mais?

- Jessica, já chega! - pediu Lynn, sentindo-se verdadeiramente abalada com as perguntas, já que Edward era alguém em quem ela não pensava há tempos, agora que tudo em sua vida parecia se encaixar perfeitamente. A insinuação de Jessica a deixara atordoada, pois jamais havia contado para ela sobre a real extensão de seu envolvimento com Edward.

- Edward é o pai dessa criança, não é? Lynn... - acusou Jessica - Você é muito inocente para se meter nesse mundo podre de Paul... ele só se importa com a beleza exterior, naquilo que pode lhe render um bom dinheiro.

O estômago de Lynn revirou com aquelas palavras.

- Jéssica, eu vou pegar minhas coisas e vou embora daqui! – gritou Lynn com o rosto vermelho e os olhos cheios d'água. Não podia aceitar mais ouvir aquele tom maldoso de Jessica.

- Eu só quero lhe mostrar a realidade, Lynn! Porque eu me importo com você!

- Eu lhe agradeço muito pela ajuda, pela amizade, agradeço por tudo que você fez, mas não posso mais morar aqui com você, sinto muito – disse ela, sem olhar para a outra, enquanto catava peças de roupa aleatoriamente pelo quarto e as jogava dentro de uma bolsa, respirando com dificuldade.

Garota Ingênua [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora