O vôo de Madrid até Nova Iorque atrasou um pouco, deixando Edward extremamente irritado. A foto de Lynn grávida no outdoor despertou algo incontrolável nele. Precisava desesperadamente saber se a gravidez era real ou apenas uma montagem fotográfica e se aquela criança era sua.
Edward se hospedou em um hotel e no dia seguinte, marcou um encontro com Josh em um restaurante próximo. Josh era um grande amigo, e certamente iria lhe dar todas as respostas com a devida discrição.
Edward bebia seu segundo copo de whisky quando Josh chegou. Ele sorriu, apesar de não saber do amigo há muito tempo.
- Quem é vivo sempre aparece!
- Desculpe sumir assim, Josh... Mas você sabe dos meus problemas particulares.
- Claro que sei. Edward, não se preocupe.
Josh mostrou a Edward o jornal com a revelação do nome do suposto pai da criança que Lynn esperava. Edward arrancou o jornal das mãos do amigo sem acreditar no que estava lendo.
- Como Lynn veio parar aqui?
- Simplesmente apareceu na agência atrás de você e em poucos meses era uma das minhas modelos mais procuradas. Ela é sua sobrinha, mesmo? - perguntou Josh desconfiado.
- Sim. É filha da minha irmã de Ohio... Mas onde ela está agora?
- Um momento... – disse puxando o celular - É Paul, lembra dele?
- Paul, o fotógrafo?
Josh confirmou com a cabeça e colocou o celular na orelha, desviando o olhar de Edward para atender a ligação.
- Alô... Paul! Fale... Sim... Lynn? Uma menina? Mas não nasceu cedo demais? Oh, minhas felicitações a ela. Certo, certo. Avisarei aos clientes. Obrigado por avisar.
- Edward fazia gestos desesperados para que Josh desligasse logo o telefone assim que ouviu o nome de Lynn.
- Nasceu uma menina, mas está sob cuidados no hospital.
- Em que hospital? Pelo amor de Deus! - questionou Edward, exasperado.
- Não perguntei...
- Oh, Josh... Não me faça isso! - exclamou Edward jogando as mãos para cima.
- Espere, ligo para ele - disse o outro, pegando novamente o celular para retornar a ligação.
- Mas por que ele está com a Lynn?
- Edward! Eu não posso fazer dez coisas ao mesmo tempo! - Falou Josh irritado, enquanto aguardava atenderem e rezava para que não tivesse que ser a pessoa a responder aquela pergunta à Edward - Paul? É Josh. Mais uma coisinha... Onde é o hospital? Ah... Sim. Claro, conheço sim. Obrigado, até logo.
- Então? – indagou Edward inclinando-se sobre a mesa, ansioso.
Josh forneceu o nome do hospital a Edward, que imediatamente retirou a carteira do bolso do casaco, deixando uma nota em cima da mesa para pagar a conta. Levantou-se e dirigiu-se a rua para pegar um táxi, chamando Josh para acompanhá-lo até entrar no veículo.
- Fale-me sobre Paul e Lynn. São "amigas"? - Edward usava um tom de voz debochado ao se referir a Paul.
- Paul tem sido muito importante na vida de Lynn. - despistou Josh, desconfortável por ter que ser ele a explicar aquele assunto.
- O táxi. Obrigado por tudo, Josh. Você é um bom amigo.
- Preciso de um trabalho seu. Tenho uma campanha que é a sua cara!
- Claro, vemos isso outra hora. Até.
Edward chegou ao hospital e se dirigiu imediatamente ao balcão de informações perguntando sobre Lynn. A enfermeira fazia muitas perguntas, deixando-o irritado.
- O senhor é o quê dela?
- Sou o p... tio de Elizabeth.
- O horário de visitas já terminou senhor Stanton.
- Mas que diabos! Cheguei da Europa há trinta minutos só para poder vê-la! - mentiu Edward.
- Bem... O senhor aguarde um minutinho. Vou ver o que posso fazer...
- Pelo menos, deixe-me ver o bebê - pediu Edward.
Ele esperou trinta minutos pela autorização. A enfermeira-chefe permitiu que ele visse a criança pelo vidro da maternidade. Edward não conteve a emoção ao ver uma pequenina bola cor-de-rosa dentro da incubadora, cheia de tubos. Estava muito longe, não conseguia ver quase nada, mas ficou muito emocionado com a idéia de ser pai. Lágrimas corriam pelo seu rosto enquanto lembrava-se dos momentos que havia passado com Lynn na fazenda.
- Senhor Stanton... Se quiser ver a sua sobrinha, tem que me acompanhar agora.
- Claro...
A enfermeira entrou no quarto de Lynn sem bater, como era hábito no hospital. Edward entrou logo atrás, contrariando as instruções da enfermeira que deveria fazer o anúncio da visita antes de sua entrada. No exato momento em que entraram, Paul estava debruçado sobre a cama onde Lynn repousava e a beijou com carinho, acariciando seus longos cabelos. Edward engoliu em seco sem acreditar no que estava vendo. Lynn virou-se sorrindo para a enfermeira e já ia fazer uma brincadeira sobre suas entradas repentinas quando se deparou com Edward.
Ela empalideceu imediatamente, segurando firme a mão de Paul, que se levantou e cumprimentou Edward, lhe estendendo a outra mão educadamente. Edward não aceitou o cumprimento, pedindo para que Paul os deixasse a sós. Paul se sentiu inferiorizado diante de Edward. Ele era muito mais alto e forte e o olhava com desprezo. Ele sabia a história de Lynn e Edward, sabia como havia sido avassalador e aquilo o incomodava, pois temia o que iria acontecer agora que o verdadeiro pai da criança estava ali. Sentiu vergonha de si mesmo pelo seu passado. Se saísse daquele quarto naquele momento, talvez nem seria notado. Porém, Paul não iria deixar que aquele homem lhe tomasse Lynn e sua filha. Iria lutar pelas duas com todas as suas forças.
- Se minha noiva quiser que eu saia... Quer que eu saia, querida? - Falou encarando Edward, que a cada revelação, parecia perder ainda mais as forças.
Lynn murmurou algo e não fez menção de largar a mão de Paul.
A enfermeira solicitou que Edward voltasse no dia seguinte porque a paciente não parecia bem. Ele saiu do quarto com a sensação de estar dentro de um pesadelo terrível, praticamente arrastado pela enfermeira e o vigilante do andar que o havia seguido ao perceber sua agitação.
- Lynn, tudo bem com você? – indagou Paul depois que Edward se retirou.
- Paul, eu não quero que ele roube a nossa filha! – exclamou Lynn com lágrimas nos olhos.
O fato de Lynn continuar a dizer "nossa filha" mesmo depois de ter visto Edward fazia com que todas as suas inseguranças fossem embora.
- Eu preciso que você registre a Cecília – depois de uma noite inteira conversando o assunto, os dois chegaram a conclusão de que a menina deveria se chamar Cecília, em homenagem à falecida mãe de Paul – Não quero que Edward se envolva em nada!
Lynn falava com tamanha veemência que fazia com que Paul se sentisse mal por negar a Edward a própria filha. Sentia-se dividido com aquele dilema interno.
- Lynn, não acha que talvez seja melhor conversar melhor com Edward?
- Não! – negou ela categoricamente – Edward me abandonou quando eu mais precisei dele. Não quero que ele faça isso com a minha filha.
- Mas, Lynn...
- Não, Paul. A Cecília é sua filha! Minha e sua! Não quero que Edward a veja. Por favor, dê ordens para que lhe proíbam a entrada.
Conseguir isso era fácil. Era só dizer que se tratava de um pedido de Elizabeth Parker que o hospital inteiro se punha à inteira disposição da garota. Era como um sonho para os funcionários tê-la no local.
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Garota Ingênua [COMPLETA]
RomanceLEIA A SINOPSE APÓS O AVISO: Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o Wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta história em seu formulár...