29. Segredos

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Paul desligou o telefone preocupado com Ceci. Mas por outro lado, sabia que Lynn iria cuidar de tudo e que não havia motivos para que ele saísse do trabalho para ir ver a menina.

- Tem certeza que não quer que eu vá para casa, Lynn? Vou demorar um pouco ainda, mas isso não é problema... Tem certeza? Qualquer coisa, ligue, meu anjo. A hora que for. Um beijo. Amo você... Ceci? Minha linda, tá dodói? Mamãe está cuidando de você?... Ah que bom! Papai vai chegar em casa logo, está bem? Tchau, amo você.

- Que bonito - murmurou o rapaz sem camisa, encostado numa parede, próximo ao holofote que emanava uma luz quente e acolhedora.

Paul desligou o telefone e virou-se para o jovem que se preparava para a sessão de fotos. Lembrava muito Lynn quando chegara em Nova Iorque. O mesmo jeito embaraçado, desconfortável e um pouco perdido.

- Desculpe, o que disse? - perguntou Paul.

- Achei bonito o modo como falou ao telefone - respondeu ele, se encolhendo um pouco.

- Ah, sim. Eram minha esposa e filha. Você é de onde?

- Arkansas - respondeu enquanto seu olhar vagava pelos equipamentos com curiosidade.

- Seu nome é...

- Igor McKane

- Sou Paul Anderson.

- Quem não conhece Paul Anderson? - disse ele, cruzando os braços e abrindo um sorriso de nervosismo. Ainda não se acostumara a estar diante de pessoas famosas.

A sessão de fotos transcorreu tranquilamente. Igor,  apesar de tímido, fotografava muito bem. Era um rosto forte que certamente  iria fazer um belo futuro no mundo da moda. Os dois conversaram entre um flash e outro, mas Paul manteve uma certa distância profissional.

- Acho que já está bom - disse por fim, olhando o resultado na mesa de computadores atrás do set.

- Como acha que me saí? - indagou o rapaz, enfiando uma blusa de malha de mangas compridas por cima da cabeça rapidamente.

- Melhor que o esperado. Está com fome? - talvez aquilo fosse íntimo demais, mas o rapaz tinha boa conversa e Paul sentia que precisava socializar um pouco enquanto estava longe do furacão Lynn e Edward que constantemente se desengatilhava em casa.

- Para falar a verdade, um pouco. Cheguei à Nova Iorque há doze horas. Um amigo meu disse que estaria me esperando no aeroporto e nada - ele riu, sem graça. Fora um pouco humilhante ficar esperando à toa num lugar desconhecido, mas já se sentia melhor com o sucesso da sessão de fotos.

- Então vamos tomar um café e você me conta essa  história - sugeriu.

Os dois conversaram longamente, fazendo Paul sentir que finalmente alguém o ouvia. Talvez Igor se tornasse um bom amigo dali para frente. O tempo passou rápido e eles acabaram emendando num jantar regado à vinho.

Paul chegou em casa já de madrugada. Passou pelo quarto de Ceci, certificou-se que ela estava sem febre e entrou no quarto, onde Lynn o esperava na cama, lendo um livro.

- Paul! Demorou tanto... Estava preocupada! - lamentou-se Lynn, fechando o livro e colocando-o de lado - Seu celular ficou sem bateria? Não consegui ligar...

- Desculpe, querida. Demorou muito mais do que eu  gostaria. Passei no quarto de Cecília. Ela está sem febre.

- A febre baixou, ainda bem - suspirou Lynn.

- Vou tomar um banho rápido - disse Paul, tirando os sapatos.

- Já jantou?

- Comi algo perto do Estúdio, mesmo.

Paul tomou um banho e se deitou ao lado de Lynn na cama.

- Boa noite, meu amor – disse ele beijando-a.

Lynn apertou Paul com força contra si, deixando-os  ofegantes com beijos intensos. Há algumas semanas que eles não faziam sexo e Lynn sentia-se  desconfortável com o fato. Ela precisava fazer sexo com o marido para ter certeza de que tudo estava bem. Especialmente depois do que acontecera mais cedo. Precisava tirar Edward de sua cabeça à força e  reafirmar o seu amor por Paul.

Os dois se beijaram com ardor, Lynn pressionava Paul agressivamente, deixando-o excitado.

Repentinamente Lynn afastou Paul com  lágrimas nos olhos, só conseguia pensar em Edward e no que acontecera entre eles mais cedo. Sentia-se uma traidora, não conseguia ficar com Paul pensando em Edward, não era justo.

- O que foi? – perguntou Paul segurando o rosto dela.

- Eu não me sinto bem... – murmurou ela virando-se para o lado oposto – Desculpe.

- Tudo bem, não se preocupe... - disse ele esfregando o braço dela carinhosamente.

Paul sorriu gentilmente e os dois dormiram abraçados.

Garota Ingênua [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora