Lynn não estava acreditando no que estava ouvindo. As palavras de Edward não faziam sentido algum. Na última vez que se haviam encontrado ele havia sugerido com todas as palavras que fizessem sexo sem qualquer sentimento, agora vinha com essa conversa de "nos amamos". Aquilo só podia ser um pesadelo. A última coisa que queria na vida era constituir família com Edward, um alcoólatra, que era seu tio e que a abandonara na primeira gravidez quando ela era ainda uma garota ingênua.
- Eu já tenho família, Edward. E NADA irá destruí-la. Eu amo Paul e tão logo eu conserte esse erro - apontou para seu ventre - Em breve irei ter um filho dele. E com isso irei salvar o meu casamento! Entendeu? Você pode ter me impedido de entrar naquela clínica hoje, mas eu vou rezar para essa criança ter piedade de mim e resolver sair por vontade própria antes de completar a gestação. E se isso acontecer... Pode estar certo de que JAMAIS vou olhar na sua cara ou falar com você novamente!
Edward olhava para Lynn, atônito diante da raiva que demonstrava sentir por ele e pela criança como se ela tivesse sido gerada sem o consentimento dela, como se ela tivesse sido forçada a fazer sexo ou coisa do tipo. Estava com um nó na garganta, sentia vontade de tomar um gole de conhaque. Havia salvado seu filho hoje, mas o amanhã era incerto e Lynn não estava hesitante sobre a gravidez, parecia muito decidida, ela não desejava a criança de qualquer maneira.
- E quem é aquela moça lá embaixo, Edward? Não quero que fique largando a minha filha com suas colegas... - exclamou Lynn com expressão de asco.
- É filha da minha vizinha. Pedi que ficasse com Ceci enquanto eu ia atrás de você, sua louca. Ela não é minha colega, como você diz, Só tem dezoito anos... Uma criança. – respondeu Edward revirando os olhos e dando de ombros enquanto se sentava na beirada da cama.
- Eu tinha bem menos quando... - Lynn interrompeu-se irritada consigo mesma. Aquela conversa não tinha propósito e ela começava a sentir-se tola.
Os dois ficaram em silêncio, constrangidos, até que Edward puxou o queixo dela com a mão para que pudesse olhar nos olhos de Lynn.
- Não importa o que você pensa, não importa o que você faça. Nós vamos ter esse filho, nem que eu tenha que vigiá-la vinte e quatro horas por dia, nem que você não queira a criança depois que ela nascer.
Ela deu um tapa na mão de Edward rudemente afastando-o.
- Você não tem nenhum direito, sabe por quê? Porque você não agiu assim quando fiquei grávida de Ceci - rugiu Lynn, voltando a ficar com as faces rubras - Porque você me abandonou quando eu mais precisei de você! Quando a nossa filha mais precisou de um pai. A coitadinha iria nascer na sarjeta se não fosse pela piedade de estranhos! Onde você estava nessa hora, seu covarde?
Lynn sabia que revirar o passado não traria nada de bom para nenhum dos dois, mas sentia-se completamente fora de controle e não conseguia evitar o ímpeto de magoar Edward, por tudo que ele havia feito no passado, por abandoná-la.
- Eu não a abandonei! Eu juro que não sabia da sua gravidez! - exclamou ele com o rosto escarlate e os olhos marejados.
Ceci entrou no quarto e, se deparando com aquela cena, ficou com pena do pai.
- Está triste, papai? Não chora... - a garotinha estendeu os braços e envolveu Edward num abraço protetor. Edward não suportou a situação e foi tomado por uma crise de choro. Lynn desejou morrer diante daquela cena.
- Querida, papai vai demorar? – perguntou ela à Ceci, esforçando-se de forma sobre-humana para manter a voz doce.
Ceci largou Edward, que secou as lágrimas rapidamente e levantou-se, virando-se para a janela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Garota Ingênua [COMPLETA]
RomanceLEIA A SINOPSE APÓS O AVISO: Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o Wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta história em seu formulár...