capítulo 15

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As meninas ficaram algumas horas sentadas na calçada. Observando o céu, coisa que ambas adoravam fazer.

Será que as coisas realmente estarão bem agora?

- É bonito demais.

- O céu? Concordo.

- O céu... Você, a gente... É tudo tão bonito quando estamos juntas.

- Piper, a gente só estava separadas porque você tem umas ideias malucas que não dá pra entender.

- Eu sei. Me desculpa por isso.

- Só para, tenta pensar agora... Não deixa tudo se acabar novamente. Eu luto por nós, mas não posso fazer isso sozinha. Eu sofro muito longe de você, porque eu te amo...

- Eu também sofro sem você e as minhas atitudes mostram como as coisas realmente doem, não é como em filmes que é apenas um personagem sem sentimentos...

Elas ficam em silêncio e a loira deita nos ombros de Alex respirando fundo.

- Você ainda tá fumando?

- Só fumo quando fico nervosa, ansiosa ou com problemas, não é direto.

- Isso faz mal...

- Olha só, enfermeira Chapman.

- Meu sonho quando pequena era ser médica.

- Quer realizar isso agora?

- Acho que não entendi.

- Brincar de médico Piper, eu deixo você ser a médica. - fala insinuante.

- Você tá pensando em sexo essas horas, Vause?

- E existe hora pra pensar em sexo?

- Não sei. E de qualquer forma eu tô menstruada. - da risada - Desculpa.

- De novo? Que pena. - abraça Piper pela cintura - Será que ela sumiu?

-Quem? Stella?

- É.

- Acho que não... Ela vai aparecer a qualquer momento.

Alex Arqueia a sombrancelha e faz um expressão tensa. - Será que ela vai voltar de boa? Ou vai querer guerra?

- Olha Al, eu não sei. Talvez ela queira brigar, talvez fazer as pazes. Ela me ama é só o que eu sei.

- Ela é doente.

- Por isso que você tem que ficar longe dela. Ela quase te matou aquele dia.

- Porém não matou.

- E é isso o que me preocupa. Se ela quiser te matar, ela vai tentar de novo.

- Ela quer me tirar do caminho de vocês.

- Sim, ela ainda acha que tem alguma chance comigo. Ela me assusta pra caralho.

-Eu sei... Amanhã é a tal festa da Lorna, meu medo é que ela apareça aqui fazendo o maior escândalo.

- Ah... A Stella é muito reservada. Duvido que ela faça um vexame em público, a não ser que esteja bêbada. Mas no máximo ela vai pegar uma pedra e arranhar o seu carro.

Alex olha séria para Piper - Se ela fizer isso eu juro que mato aquela cópia mal feita do Justin Bieber.

- Agora fiquei até com tesão, ver você falar assim. Brava e destemida.

- Não vou me sujar com sua menstruação, desculpa. - Alex ri - Porém depende.

- Que horror Al... Vamos entrar? Estou com frio e agora com cólica.

- Você não acha melhor eu ir pra minha casa?

- Amor a gente acabou de voltar a namorar depois de muito tempo e você quer ir pra casa? Eu não vou deixar, você sabe disso.

- A culpa foi sua, você que terminou comigo.

- Vai começar?

- Não vai começar nada. Vamos. - Elas entram em casa e subiram para o quarto de Piper.

Como fazia frio, elas se deitaram e se cobriram. Ficaram escolhendo algo para assistir, novamente discutiram sobre o que iriam assistir, mas como sempre Piper ganha a briga.

Com muitos beijinhos, carinhos e abraços ambas acabam dormindo. Piper dorme confortavelmente nos braços firmes de Alex.

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O dia amanhece tranquilo para todo mundo, Alex saiu da casa de Piper mais cedo sem a loira ver, pois teria que ajudar a montar preparativos com Lorna. Hoje seria o tal Baile da vila, onde todo mundo vê todo mundo e se divertem juntos.

- Bom dia. Bom dia!!! - Alex se senta para tomar café da manhã.

- Hum que cheirinho de "Vauseman" no ar.

- Vauseman? O que é isso? - corta um pão.

- É a junção de Chapman e Vause. Vocês voltaram né? Você não dormiu em casa e acordou de bom humor.

- Gostei. - ri - Uau irmãzinha, você tem algum poder de adivinhar? Parabéns, você adivinhou!

- Ha-ha sem graça. Eu sabia que vocês iriam voltar.

- Acho que todo mundo sabia. É um vai e volta que dá até dor de cabeça. Daqui a pouco ela fala que vai terminar e as pessoas nem vão se chocar mais com a notícia.

- Enfim, e aí vai me ajudar com as coisas?

- Claro. Você com esse tamanho nanico de altura não consegue fazer nada.

- O MÃE VOCÊ VAI DEIXAR ELA ME CHAMAR DE NANICA?

- Filha infelizmente ela é mais alta que todo mundo aqui. Puxou o pai
dela, ele tinha 1,90 de altura.

- Uau, ótima hora pra falar desse homem não é mesmo Diane?

- Desculpa. É que de alguém você teria que puxar a altura né? E infelizmente a minha não foi. - todas riem.

Após o café, elas vão trocar de roupa e se ajeitar. Alex em particular tem uma visita no seu quarto inesperada.

Ela estava de frente para o espelho arrumando o cabelo, quando pelo reflexo vê um rostinho conhecido na porta do seu quarto.

- Oi?

A folha de Lorna, Bea entra devagarinho no quarto.

- Tudo bem coisa linda?

- Sim.

- Você quer alguma coisa? - Alex não sabe lidar com crianças, já percebemos. E a menina vem até ela e entrega um papel. - O que é isso?

- Não sei. Um menino pediu pra te dar.

Alex desdobra o papel e tinha um texto escrito a caneta, uma letra bem legível. E assim que começa a ler as primeiras palavras fica em choque.

- Quem te deu isso, Beatriz?

- Um menino.

- Que menino? Cadê ele?

- Não sei. Ele pediu pra te dar e saiu correndo.

- Como ele era? Onde ele tava?

- Na banquinha, ele era bonito.

- Merda. - Alex penteia com os dedos o cabelo para trás, tensa.

- Não briga comigo tia. -se encolhe assustada.

- A tia não vai brigar... Obrigada por me entregar isso, agora vai lá com sua mãe ajudar ela tá bom?

A menina sorri pra ela e sai saltitante.

- Merda... Foi a Stella, eu tenho certeza.- termina de ler o texto.

Back to me (Vauseman) Onde histórias criam vida. Descubra agora