Duas semanas se passaram após o pedido de casamento de Piper. Apesar de ter prometido pensar a morena queria gritar claramente o sim para ela, mas não o fez. O medo de se machucar era maior do que qualquer coisa, poucos entendem mas quem entende sabe que nada é mais doloroso do que se encher de espectativa em um relacionamento e depois ter que ficar sozinho e tentar esquecer tudo o que imaginou que seria.
Alex havia contado para Nicky sobre o que aconteceu a mesma aconselhou a pensar, o mesmo fez Zulema. Só que a decisão já estava ali, era o sim. Mas sempre tem o "mas" ou "e se...". Desde aquele dia elas se mantiveram afastadas até o momento onde tudo estava programado para mudar, destino ou acaso?
Zulema foi praticamente adotada pelas Vause, ajudava com as coisas e vivia com passe livre pela casa e não fumava perto de Bea, para o alívio de todos ali.
Estávamos na segunda semana de janeiro e sim a casa estava cheia e com as novas integrantes Zulema e Nicky na família. Na virada do ano, todas passaram juntas e misturadas.
Hoje era terça, Alex não trabalhava nesse dia, estava se mantendo só com o sucesso do mercado de Carol e portanto estava em casa assistindo. Até ligarem do próprio para que ela fosse lá.
— Carol? O que houve?
— Preciso de um favor, o mercado está bem cheio para as 20:00h da noite e a Piper está lá no centro, ela perdeu o ônibus e o próximo chega daqui uma hora. Pode ir buscá-la para mim? Eu não tenho nem como sair daqui hoje.
Alex coça a nuca mas aceita. Pega o endereço, se arruma e pega o veículo em direção ao lugar que a loira estava e que era razoavelmente longe, mas tudo bem era melhor assim, caso contrário a loira ficaria dando bobeira correndo riscos, pois a noite o centro de qualquer cidade fica perigoso.
Ela dirigia pelas ruas desertas do centro e devagar devido a chuva que estava aumentando aos poucos, torcia para que não chovesse forte antes de chegar em casa.
[....]
— E aí boa noite, por acaso viu uma loira de 1,70 por aí? — Alex fala da janela dando um susto em Piper que da risada e entra no carro. — Toda molhadinha, mas já? Eu mal cheguei. — sorriu de canto de boca, já se movimentando com o carro.— Você sendo você né? — Piper riu. — Obrigada por vir.
— Imagina. — segue para o caminho de casa. — Como está as aulas de administração?
— Bem... Razoável.
— Legal. — morde um dos lábios por costume.
A viagem segue em silêncio e tranquila até uma parte do caminho. Quando um soco no carro faz Alex perder a direção por alguns segundos e frear. — Porra? Você está bem?
— Estou, mas o que houve?
— Acho que foi o pneu. Merda, eu vou lá ver.
— Está chovendo, nem ferrando. Fica aí que você vai pegar uma gripe.
— Vaso ruim não quebra, ainda não aprendeu? — Ela da um sorriso e sai na chuva.
Após confirmar que era o pneu, abre o porta malas a procura do reserva e a chave de rodas.
— Sabe trocar isso?
—No improviso eu sei. Volta pro carro, não fique na chuva.
— Ué. — elas gritavam devido ao barulho da água — Se você pode, eu também posso.
Alex revira os olhos e com o macaco vai erguendo o veículo. A chuva estava cada vez mais grossa.
— MERDA! — Alex larga a chave de rodas — Essa merda está bem apertada, não consigo tirar.
— Al, vamos entrar. Depois a gente vê isso.
Elas estavam encharcadas já. Então Alex levanta meio pensativa e guardas as ferramentas no porta malas o fechando. Era irrelevante fugir da chuva no momento.
— Vamos esperar parar um pouco, não enxergo muita coisa com essa droga de água caindo.
— Não precisa ficar nervosa, aí você não tira nada mesmo.
— Porra Piper, estamos no meio do nada, com o carro estragado e você diz que não precisa ficar nervosa? Meu Deus, inacreditável.
— Otimismo. — sorriu.
Alex ri e vai até a loira que estava encostada na porta traseira ficando na frente dela.— As vezes você me tira do sério.
— Mas você gosta.
— O pior é que eu não posso descordar. — era brincadeira, mas acabou virando um flerte e Piper sente um arrepio de frio, o qual faz ela abraçar a si própria
— Entra no carro vai. Eu vou tentar tirar o parafuso de novo. — das as costas e se abaixa analisando.— Alex, lembra quando... — A chama fazendo ela se levantar de novo.— Nada, esquece. — ri
— O que foi?
— Tive uma lembrança. Mas é besteira.
—Ah qual é, para. Fala, eu gosto de lembranças.
A chuva incrivelmente não atrapalhava elas, ambas conversavam normalmente e tranquilamente, mesmo debaixo de toda aquela água. Apesar de estarem gritando uma com a outra elas ainda continuavam o assunto.
Alex se mostra interessada na tal lembrança pois provavelmente seria a mesma que ela pensou nesse momento.
Piper— Lembra quando a gente estava no último ano do ensino médio, que íamos de a pé pra casa? Lembro que uma vez o tempo estava para chover também e a gente se ferrou um monte, pois a Diane não podia ir nos buscar.
Alex ri — Lembro desse dia, foi aquele que corremos pra caramba, mas não adiantou nada. Perdi os meus cadernos todos pra chuva.
Piper— Lembra também do nosso beijo? — elas sorriem.
Alex— Lembro, você estava surtando porquê tinha feito progressiva e não sei o que. Eu tentei acalmar você e não deu muito certo.
Piper— Só lembro que eu parei de surtar porquê você me beijou.
Alex— Foi o primeiro beijo na chuva da minha vida e em uma situação inusitada. Você acalmou na hora, nunca vi mais mansa.
Piper riu— E se eu começar a surtar agora... Eu ganho outro beijo?
" PORRA, O QUE? AS PALAVRAS SIMPLESMENTE SAÍRAM DA MINHA BOCA. NÃO PENSEI, APENAS DISSE E A ALEX RIU"
Alex gargalha e se aproxima dela — Não precisa surtar pra isso acontecer ... — pega a mão dela e a puxa para a frente do carro com a iluminação dos faróis — Se for pra fazer isso, que façamos direito e inesquecível.
— Qualquer coisa que eu faça com você é inesquecível.
— Eu sei. — Alex sorriu e com uma mão na cintura dela e a outra em seu rosto, a puxa para si, a domando em um beijo carregado de saudade.
Perda do ônibus, Alex com a carona, o carro estragado e chuva. Destino ou acaso?
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Back to me (Vauseman)
RomanceSenti meu coração se destruir em milhões de pedaços quando a vi chorar daquele jeito... Eu a deixei para trás chamando o meu nome e pedindo para escuta-la. Hoje eu posso talvez dizer que estou bem, foi difícil pra mim ver o nosso fim. Nós nos...