Apenas seu abraço

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Hoje é quinta-feira. Depois que Júlia adotou Tom, o bichano me ajudou bastante em mantê-la mais tempo aqui comigo. O motivo é simplesmente o fato dele se amarrar na minha e as poucas noites que ela precisa ir em casa, ele fica aqui e dorme tranquilamente sobre o travesseiro dela.

Saí da empresa e dei de cara com meu pai encostado no meu carro me esperando, rapidamente mandei uma mensagem para Júlia pedindo pra ela pegar um táxi, pois eu tinha tido um imprevisto e que chegaria um pouquinho mais tarde.

Me aproximei do carro...

-Oi meu filho!

-Oi pai, tudo bem? Por que está aqui e não subiu?

-Eu não tinha a intenção de aparecer, mas derrepente senti uma vontade de te ver e saber como vai as coisas com você?

-Comigo está tudo bem.

-Ótimo! Vamos sair daqui e bater um papo em algum lugar. -assenti e destranquei o carro. Ele se sentou no carona e fomos calados até um restaurante que tem à duas quadras da empresa.

Meu pai pediu um whisky e eu um chope. Por duas vezes vi ele me encarando de uma forma bem estranha e me questionei se ele estava desconfiado do meu envolvimento com Júlia. Só em pensar nisso sinto calafrios.

-Tem certeza que está tudo bem Thomas?

-Tenho sim. Por quê? -desviei o olhar pegando meu chope.

Desde o coquetel do sábado passado; em que ele e Thales se desentenderam, eu o tenho evitado. Foi foda saber pela primeira vez de forma tão declarada o que ele realmente pensa sobre uma mulher negra. Eu já tinha saído de casa puto, porque Júlia não quis me esperar em meu apartamento e aceitou um convite da Paula para ir em uma festinha na casa da mesma. Isso me aborreceu porque eu sei que o tal Cesar, é primo da Paula e também padrinho do Enzo. Mas não pude evitar, mesmo tendo vontade de prendê-la dentro de casa. Porém o foda mesmo naquele dia, foi eu chegar em casa e não ter seu sorriso tímido me esperando.

-Não tenho visto mais você com suas beldades. -explicou, me tirando dos meus pensamentos.

-É verdade, tenho dado um tempo. Resolvi pensar um pouco na minha vida.

-Meu filho, você não está na idade de ficar pensando, está na fase de aproveitar bem a vida até achar a mulher que vai mudá-la e finalmente me dar netos perfeitos, assim como eu espero dos seus irmãos. -Porra! Aonde ele quer chegar com essa merda?

-Acho que isso vai demorar bastante. Na verdade eu nem penso na possibilidade de ter filhos.

-Te entendo. Mais isso um dia muda, quando amamos de verdade tudo que vem do outro se torna um presente divino e têm presentes que nos dá uma chance de recomeçar e reparar nossos erros. -seu olhar estava em mim, mas seus pensamentos pareciam distantes.

-Está com alguém pai?

-Eu? Claro que não! -afirmou

-Não teria problema o senhor ter alguém.

-Sua mãe foi minha companheira e amiga, nunca mulher alguma seria capaz de chegar aos pés dela -bebeu o último gole e em um gesto, pediu mais uma rodada -Helena era vida e aquele desgraçado arruinou tudo.

Assim que nossas bebidas chegaram, ele começou a falar sobre a empresa. Às horas passavam e ele bebia cada vez mais. Eu parei no segundo chope o trocando por sucos. Por várias vezes vi ele me observar.
Acabamos jantando ali mesmo e eu lamentei internamente não está saboreando um dos pratos deliciosos de Júlia.

Acabamos de pedir a conta e um senhor branco adentrou no restaurante de braços dados com uma jovem negra. A fisionomia de meu pai mudou na hora. Sabendo o motivo, me fiz de desentendido e me apressei em levantar. Isso não impediu meu pai de chamar o dono do restaurante e mostrar a ele seu desagrado. Saímos passando próximo ao possível casal e ouvimos em alto e bom som, a jovem falar com o senhor de forma carinhosa. Para mim pareceu paternal.

MEU DESTINO🔞 Trilogia Baile De Máscaras 3Onde histórias criam vida. Descubra agora