Eu sei

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Esperei por uma hora. Uma hora que me pareciam dias até os voos serem liberados novamente e o voo foi uma tortura.

Quem me esperava no aeroporto era Grazi. Thales, Thiago e meu pai estavam no hospital e Becca estava na casa de seus pais com Malu e Maria.

- Como ela esta cunhada?

- Quando saí ela estava sedada.

- E minha filha? - Questionei temeroso.

- Está em observação, mas ela é uma guerreira igual a mãe.

- Meu Deus obrigado! -Agradeci com lágrimas rolando.

Quando cheguei ao hospital, o clima estava tenso, mesmo assim todos me abraçaram. Menos Fabiano, que estava em um canto com a "bolsa da maternidade" de Júlia na mão. Sem me olhar. Me entregou a bolsa e virou as costas. Eu até queria lhe questionar, mas antes precisava ver minha mulher e minha filha.

Uma enfermeira me passou que Júlia ainda estava sobre efeito do sedativo e me conduziu até minha filha. Onde doutor Gilberto me aguardava de frente a uma parede de vidro.

- Vamos te preparar para entrar - comunicou o médico. - Júlia teve um princípio de eclâmpisia, sua pressão arterial chegou a 20x17 e tivemos que sedá-la para fazer uma cesariana de emergência. O feto estava em sofrimento. Os batimentos cardíacos de juliana estavam a 80, quando o normal é de 120 a 140. Ela nasceu com uma parada respiratória e por esse motivo foi colocada na encubadora, recebendo o oxigênio que necessitava. Fizemos todos os exames e posso garantir que sua filha agora está bem. No entanto, Júlia já deve acordar. Ela estava muito abalada quando chegou. Um desespero que não combinava com ela e por pouco não perdemos as duas. Juliana foi alimentada através de soro. Mas precisa do leite materno. Se Júlia não despertar logo, lhe daremos o leite do banco de doações. Entretanto, sei que Júlia adoraria amementar a filha.

- Quero ver minha mulher. - pedi, lhe entregando a bolsa que ele passou para a enfermeira.

- Você vai, mas primeiro vamos ver sua filha.

Depois de ser preparado. Entrei naquela sala com o médico ao meu lado e um coração acelerado. Fui orientado a me sentar, uma enfermeira me trouxe Juliana e a colocou de encontro ao meu peito. Não consigo descrever esse momento. Minhas lágrimas escorriam de tanto amor que parecia transbordar. Eu queria beijá-la e apertá-la em meu peito. Mas apenas desci a cabeça e inalei seu cheirinho de bebê. Juliana estava calma e com os olhinhos fechados. Sua pele era clara, com as dobrinhas dos dedos mais escuras, os cabelos negros com algumas ondulações e bochechinhas rosadas. Ela é perfeita.

- Obrigado Doutor Gilberto. -Agradeci sussurrando.

-Ela veio ao mundo com 2.830 e 49 centímetros.

- Ela me parece tão pequena- Ele apenas sorriu. -Posso ver Julia agora? - estava aflito.

- Ela esta bem, vou vê-la e em breve volto para liberar a visita, enquanto isso a enfermeira vai trocar a roupa da bebê. - comunicou se levantando.

Eu tinha vontade de correr por aqueles corredores e só parar quando encontra-se ela. Mas me segurei e segui de volta para a recepção.

Fabiano me olhou fechando os punhos e eu fui até ele.

- Fabiano, o que aconteceu? Por que não fala comigo? O que estão me escondendo? —Questionei nervoso.

ele não me respondeu. Virou as costas e
se sentou ao seu lado de tia Cida, sem olhar para mim. Apenas aí reparei que havia um envelope em suas mãos.

Buscando uma calma que eu não tinha, me sentei de frente para ele e ao lado de Thales.

—Pelo amor de Deus! Alguém me explique o que está acontecendo? Eu estou perdido aqui.

MEU DESTINO🔞 Trilogia Baile De Máscaras 3Onde histórias criam vida. Descubra agora