Aceito

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Theodoro

Quando saíamos do quarto, eu ainda estava atordoado e envergonhado com o que aquela mulher falou. Talvez meu único consolo era perceber que minhas netas não tiveram real noção do que aconteceu e a gravidade daquelas palavras.

Buscava em minha mente, se alguma vez em minha vida fui capaz de dizer algo assim para uma criança. Não. Eu nunca disse, mas não tive alívio ao me dar conta que apesar de não ter dito, tive atitudes que valeram tanto quanto palavras não ditas.

— Vovô, qual o nome daquela tia que ficou com a gente? —me questiona Maria.

— Não sei Maria. — Respondo,.ainda preso em.meus pensamentos.

— Ela é muito legal, mesmo estando triste, ela tentou nos fazer sorrir.

— Triste? Ela não parecia triste.

— Mas ela estava vovô. Procura ela é ajude ela a sorrir de verdade novamente.

— Minha querida, as vezes ninguém pode nos devolver o sorriso imediatamente.

— Eu sei vovô. Mas você pode tentar né?

— Ele pode sim filha. A propósito, eu quero agradecer a ela pessoalmente. —Grazi sorri ao falar.

Calado e cansado, manquei até a recepção com Maria ao meu lado.

A moça da recepção tinha assistido a tudo e não  teve dificuldade em me dizer o nome de quem havia menos ajudado.

Mas quando a pedi para chama-la, ela abaixou os olhos e falou que ela tinha sido dispensada e que já devia ter deixado o hospital. Maria me olhou  com tristeza e eu perguntei a recepcionista se foi por nossa culpa.

— Não senhor, foi antes. Aquela hora ela estava ido para o vestiário se trocar para ir embora.

— Você  pode me dar o endereço dela? Eu queria agradecé-la.

— Não tenho essa informação senhor. E mesmo se tivesse, eu não poderia.

— Com quem...

— Vovô, olha ela lá fora. — Maria apontou para fora, onde a tal mulher se abaixa a para beijar a bochecha da Malu.

Andando em meu ritmo, observava Thiago sorrir junto com Grazi para a mulher.

— Sogrinho, esta é Elaine. Elaine este é Theodoro.

Apertamos nossas mãos enquanto Grazi com um enorme sorriso no rosto, a convidava para um lanche em minha casa. É uma abusada mesmo.

Ao menos a levou em seu carro junto com as crianças e no caminho me ligou avisando que passaria em uma padaria.

Quando chegaram eu estava no banho e não pude deixar de notar o quanto Elaine estava desconfortável em meu ambiente. Porém  isso mudou assim que Grazi a chamou para ajudar a arrumar a mesa do jardim, para o lanche.

— Está  conseguindo respirar pai?

— Não entendi Thiago.

— sua casa está dominada por mulheres negras, ou o senhor não reparou?

— Para falar a verdade, foi a primeira coisa que percebi ao descer as escadas e ver as meninas brincando no tapete e Grazi e Elaine conversando no sofá.

— E?

—  E nada. As meninas ficaram a vontade com ela e isso me basta.

— É  muito bom ouvir isso pai. — Falou se levantando do sofá e me dando um abraço.

MEU DESTINO🔞 Trilogia Baile De Máscaras 3Onde histórias criam vida. Descubra agora