1. Prazer, Tokyo.

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─ Ai, meu pé.

Digo depois de bater com o dedo mindinho na porta

RJ cheguei!

Chego a gritar, por tudo quanto é canto e alguém me responde:

─ Foda-se!

E é assim que eu sou tratada pelo meu irmão, mas a verdade é que eu... também não sou santa nenhuma. Vou directamente para o meu quarto, me deito na minha cama que por acaso, além de ser só eu, é King Size, uma cama enorme e eu durmo sozinha. Que engraçado!

Às vezes penso que por ter esse mau feitio que as pessoas tanto falam, nunca me casarei ou pior nunca terei filhos, receio que até ficar com alguém parece um pesadelo. Nem sou assim tão má, as pessoas é que não me conhecem!

─ Meu amigo Deyve está a chegar, convidei-o para passar cá a tarde. Diz o Rio, sem mais... nem menos!

─ Foda-se. (Digo fazendo o gesto com a mão), O amigo é seu, não meu.

─ Quero que abras a porta quando ele cá chegar.

─ Recuso-me, o amigo é teu, não meu, já disse!

Ele se levanta do sofá e vai para o seu quarto.

─ Que mierda eres, bastardo!

Din don, din don!

Quase indo para o meu quarto, a campainha toca. Pronto, eu vou atender porque aquele desgraçado desapareceu como se a obrigação fosse minha. Muito engraçado isso!

Abro a porta e me deparo com um jovem-adulto, negro só que de tom claro, era quase mulato, ou moreno e era atraente ou seja, amigo do meu irmão.

─ Ahm sim, tu!

Largo a maçaneta deixando a porta aberta como convite para que ele entrasse e vou andando directamente para o meu quarto, quando oiço:

─ Recebes sempre assim as pessoas?

─ Desculpa? digo indignada e viro...

─ Nem disseste se eu eu podia entrar ou não, nem cumprimentaste, nem sequer disseste onde está o teu irmão...

─ Prazer, Tokyo. Viro como se fosse voltar para a minha trajectória. Penso e viro novamente!

- Tu devias saber onde está habitualmente o meu irmão, já que tu...(aponto) meu caro! Estás sempre aqui! Acabo de falar e sorrio sem graça e viro novamente indo para o meu quarto.

Não respondeu, deve ter ficado sem graça provavelmente. Pelo menos eu, já estou habituada a tratar assim as pessoas, já que elas chegam à mim com outras ideias, porque ouviram de outras pessoas, então... que continuem a ouvir!

Já no meu quarto, me deito novamente, dessa vez coloco os fones no ouvido e ponho a tocar 'Bigger - Beyonce ♪ '.

3h depois...

Acordo com um fome tremenda, olho para a minha barriga que é de onde vem o som...

─ Parece que não como há meses! Digo a mim mesma.

Levanto, em seguida vou para a cozinha e vejo se há algo para comer e por incrível que pareça...

─ Não há nada, digo desesperada.

Rio tinha que fazer as compras desse mês e o idiota não mexeu nem um dedo, nem quero pensar onde foi o dinheiro das coisas da casa.

Vou para o meu quarto, me arrumo, sempre com os fones no ouvido, dessa vez a tocar... ' Key to the kingdom - Beyonce ♪ ', começo a dançar esse ritmo contagiante... Após isso, vou rumo ao quiosque perto de casa...

Rebeldemente, Tokyo!Onde histórias criam vida. Descubra agora