Capítulo 7 - Direto ao ponto

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_O que faz aqui?
Pergunta me puxando para perto dele.

_ O mesmo que você?
Bufo com a pergunta invasiva e solto meu pulso de sua pegada, tomo uma distância segura.

Dias me provocando com pequenos toques, resultaram no fato de que não consigo nem olhar para ele sem está puta da vida.

_Fechar negócios?
Ele pergunta de sobrancelha levantada.

_Até parece que você veio fazer isso, não nasci ontem Ravi.
Saio de perto dele e vou até o bar, sei que ele me segue.

_O dono desse lugar marcou uma pequena reunião comigo, no seu escritório que fica no fundo dessa boate.
Diz e coloca as mãos no bolso da calça enquanto me vê pedindo a bebida.

_E depois você ficou ali na pista só olhando a decoração?
Pego a dose que o barman coloca na minha frente e bebo de uma vez só. Peço outra.

_Prefiro olhar outras coisas.

_Ah, com certeza.
Digo e espero minha próxima dose. _ olha só, você tá atrapalhando meus lances, pode ir atrás de quem você quer e me deixar no meu canto.

Outra dose é posta na minha frente.

_Se quer transar Hadassa, eu tô bem aqui.

No meio do caminho a vodca toma o caminho errado me fazendo tossir várias vezes. Ravi tenta se aproximar mais, levanto minha mão o impedindo. O quê que eu acabei de ouvir?

_Como é?
Digo quando a crise de tosse passa.

_Se você quer um lance, tenha ele comigo.
Diz, dando de ombros, como se fosse a coisa mais simples e óbvia.

_Eu não quero um lance com você.
Minto.

_Nos dois sabemos que você tá mentindo.
Ele me encara, me desafiando a discordar.

_Ah, claro, porque você é muito irresistível e uma garota como eu com certeza se jogaria ao seus pés.
Cuspo irritada com sua audácia.

_Não Hadassa, só estou tentando fazer um favor pra nós dois e acabar com essa tensão, já que estou tão afetado quanto você.

A honestidade em suas palavras, expondo exatamente o que se passa, me desarma um pouco.

_Isso.
Aponto de mim pra ele. _Nunca vai dá certo.

Culpo a bebida por expor meus receios assim, no meio de uma boate, quando já podia estar beijando alguém por aí. Alguém que provavelmente me bagunçaria menos.

_Tá se baseando numa realidade de dez anos atrás?
Ele não espera uma resposta minha. _Hadassa éramos adolescentes, eu não fazia ideia do que fazer com você, com seu corpo e com o que eu estava sentindo. Isso mudou.

_Okay, vamos transar então e vê se para de me provocar depois disso.
Levanto para encontrar as meninas e avisar que estou indo.

Passo por ele e vejo de relance o sorrisinho sacana. Miserável.

A primeira que encontro é a Emma, ela conversa com um cara, diferente do que ela tava pegando, danadinha, chego perto deles e pego sua mão, a puxando.

_Com licença.
Digo para o homem que conversa com ela.
_Eu já vou indo, vou embora com o Ravi.

_Não vou nem dizer pra você aproveitar porque eu sei que vai, vaca sortuda.
Ela sorri e me dá um rápido abraço.

_Diz tchau as meninas por mim, amei conhece elas.
Ela acena confirmando e volto para onde Ravi está.

Uma garota está perto dele, me aproximo a tempo de ouvir parte da conversa.

_Uma pena você não está disponível, uma pena mesmo.
A garota diz mordendo os lábios.

_Vamos.
Falo sem olhar para a garota.

_Vamos.
Ele levanta da banqueta e pega minha mão, me puxando para fora dali.

Sua moto está perto da entrada, coloco o capacete e subo com sua ajuda. O vento frio da noite me faz ficar arrepiada, agarro sua cintura me segurando e querendo me esquentar também.

Chegamos rápido pela falta de movimentação nas ruas, Ravi coloca a moto pra dentro enquanto isso vou tirando meus saltos, aliviando meus pés sentada no sofá.

Estou velha pra essas coisas.

Vou até a geladeira em busca de água, Ravi entra na casa e instantaneamente o ar muda, a tensão está ali, sempre. A noite está fria mas me sinto quente e ansiosa. Não consigo esperar mais.

Sem dizer uma palavra vou até ele e simplesmente o beijo.

ELAS (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora