Capítulo 34 - Odeio pessoas

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Duas semanas e os looks do foco da nossa coleção de inauguração do ateliê estão prontos, as duas saias rodadas de tule e as camisetas não foram tão difíceis de fazer, graças a Dandara, a gata manja dos paranauê. Montamos os dois com alguns acessórios de fora, Dandara, nossa modelo pousou para as fotos e desfilou para nós, dentro do ateliê. Está mais confortável com seu corpo, porém sei que ela não sairia com essas roupas, está sendo uma luta diária para fazer essa garota entender que ela pode usar o que quiser. Ser o que quiser e se amar do jeito que é.

_Ficou maravilhoso.
Katrina comenta orgulhosa.

_Verdade, o nosso foco podia ser saias, cropped e vestidos mais colados, querendo ou não ainda são coisas pouco usadas por manequins cinquenta.
Melinda fala enquanto rabisca um desenho.

_Ótima idéia.
Concordo.

_Vamos fazer outros modelos, quando tiverem prontos inauguramos.
Emma conclui.

E com isso a inauguração se aproxima cada dia mais, Katrina conseguiu uma reunião com dois investidores de tecidos e uma possível parceria com duas marcar, nas páginas já temos várias cobranças e decidimos entre nós que seríamos as modelos a exibir os looks no dia do coquetel de inauguração.

Tudo estava correndo bem, isso já me fazia ser grata e esquecer a insignificância da minha bad quando lembro de que faz mais de duas semanas e Ravi não fez questão de entrar em contato, não teve a menor importância para ele, mentir e me trair pareceu muito fácil e me repreendo quando pensei que seria diferente. Bom, estava na hora de superar.

(...)

O restaurante lotado não me deixa pensar em mais nada que não seja servir pratos, Débora recebe todos com maestria e a cozinha funciona a todo vapor, a mesa seis é preenchida e imediatamente vou atendê-los.

Entrego os cardápios rapidamente e tiro meu bloco de anotações do bolso do avental.

_Boa noite, seja bem vindos ao Italy, o que desejam?
Olho todos ao redor da mesa, consigo manter sorriso profissional no rosto quando vejo meu irmão sentado a mesa. Ele está ao lado de uma garota morena de olhos claros, os outros dois adultos parecem ser os pais da garota. Ele não me olha uma segunda vez, fingindo não me conhecer.

Eles fazem o pedido caro e dão total liberdade para Adrian pedir o que quiser, mas ele se faz de recatado e faz um pedido simples, negando qualquer coisa a mais.

Quem vê pensa.

Me retiro ao fim dos pedidos e sigo para a mesa sete que acaba de ser ocupada. Puta que pariu.

A loira quase nua se senta junto de Théo e outros duas pessoas, de longe ela já me olha e faz sinal me chamando, a vadia veio aqui de propósito.

Respiro fundo e invoco todo o meu profissionalismo, preciso do emprego, preciso do emprego, repito quando faço o caminho até a mesa. Coloco um sorriso cordial no rosto quando chego perto o suficiente.

_Boa noite, sejam bem vindos ao Italy, o que desejam?

Théo me olha e quando me reconhece lança um olhar reprovador a sua irmã, fazendo claro suas más intenções essa noite. Todos fazem seus pedidos, os mais caros do cardápio, até aí nada demais, me retiro e prendo os pedidos no balcão alto da cozinha.

Levo as entradas da mesa seis, no instante que estou lá escuto a conversa que se passa na mesa.

_Então seu pai tem um comércio?
O senhor mais velho pergunta a Adrian.

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