Capítulo 25 - Em chamas

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_É, talvez eu seja.
Só isso explicava o fato de me deixar envolver por ele de novo.

Viro o rosto gojitando seriamente a ideia de mada-lo embora.

_Hadassa olha pra mim.
Seu tom volta a ser sério.

_Vai se foder.
Respondo com raiva sem olhar.

_Jája, agora olha pra mim.

Fecho os olhos por um instante depois os fixo no babaca a minha frente.

Seus olhos mais abertos que o normal e sobrancelhas levantadas me questionavam se realmente falava sério.

_Você é umas das mulheres mais incríveis que já conheci, mas tá interpretando tudo errado, acha mesmo que travei por não gostar do que estava vendo?

Desvio o olhar com vergonha da minha fraqueza, nossa, como odeio as questões complexas que os sentimentos trazem, hoje em dia não tenho mais essa insegurança, mais foi uma luta diária pra chegar a esse ponto. Só que no ensino médio, dezesseis anos, primeira vez de uma menina gorda, sim, eu era muito insegura. As coisas que passavam na minha cabeça naquela época eram...

Tensas.

_Primeira vez de uma menina gorda e apaixonada e você trava parecendo que tá tendo um AVC, quer que eu pense o que?
Volto a encara-lo.

_Que o garoto estava nervoso?
Seu tom demostrava o quanto era óbvio pra ele, reviro os olhos, não para mim, não naquela época.

_Você era o garoto mais desenrolado da escola, não tinha nada que não conseguisse fazer, eu nem achava que você era virgem pra começo de conversa, já que levava qualquer uma na conversa, imagina supor que estava nervoso.

Quando digo que estava totalmente confusa naquela época, não estava exagerando, busquei outras opiniões, abri o jogo com algumas amigas da época, todas concordavam comigo, teve uma que até sugeriu uma dieta e eu fui idiota o bastante para fazer e não mandá-la ir se foder.

_Eu também gostava de você, tentei mesmo relaxar e aproveitar, mas nada ajudava, você era tão gostosa e estava se distanciando, era muita pressão, queria fazer com que ficasse e quando dei por mim você já estava me evitando.

Tá de brincadeira.

_Palavras Ravi, elas existem pra isso, comunicação.

Desta vez é óbvio para mim, ele era ótimo com palavras, o que custava dizer...

Olha moça, relaxa aí, tô só administrando tua beleza, Jajá da certo.

Okay, eu não ia acreditar.

_Pelo visto nenhum de nós sabíamos o que estávamos fazendo.
Sua acusação me desarma.

Desde sempre, odiei demostrar fraqueza, falar de inseguranças, então era e é muito difícil pra mim falar sobre isso.

_Isso já não importa mais, é passado.
Afirmo querendo por um fim na discussão, que pelo visto não levaria a lugar algum.

_Importa, perdi minha melhor amiga, senti sua falta.

_Se eu não tivesse precisado de ajuda, nunca teria me visto de novo, então.
Deixo no ar, levanto e passo por ele, desligo a luz e deito do outro lado da cama, tomando uma certa distância.

_Respeitei sua vontade, me queria longe, o que queria que eu fizesse?
Me cubro enquanto penso se realmente abro o jogo, que se foda.

_Que lutasse.

Fecho os meus olhos e aperto o cobertor ao meu redor buscando me aquecer, o corpo se move ao meu lado e ao invez de ir embora, se deita em baixo das cobertas e me puxa para junto de seu corpo.

_O que está fazendo?
Pergunto mas aprecio seu calor me envolvendo.

_Lutando.
A única palavra me aquece de dentro pra fora, mas não me impede de perguntar.

_A interpretação errada também se aplica a esses dias?
Ravi começa um carinho suave nos meus cabelos, e aos poucos vai descendo.

_O que se passa nessa cabecinha?
Sua voz é baixa e tranquila, nem parece que estava puto agora a pouco.

_Lorena, o que tem entre vocês?
Fecho os olhos e busco me concentrar quando recebo o primeiro beijo no pescoço.

_Somos amigos.
Responde ainda me beijando.

_Melhores amigos?
Arrepios se instalam por toda a minha pele.

_Não.
Sua resposta é imediata.

_Vocês transam?
Mordo os lábios quando recebo uma mordida no ombro.

_Não.
Seu tom rouco não me faz parar.

_Você sabe que ela é doida pra que isso aconteça né?
Sua mão abaixa a alça do meu baby doll e beija a região da clavícula.

_Sei, mas não vai acontecer.
Estou prestes a perguntar quando sua boca envolve meu mamilo.

Qual era a pergunta mesmo?!

Agarro sua nuca com firmeza enquanto minha outra mão entra por baixo das cobertas alcançando sua calça, aliso seu volume lutando contra o aperto do jeans.

Me concentro em tirá-lo de dentro quando sua boca alcança a minha, o beijo lento somado a escuridão e sua mão na minha bunda faz com que me esfregue nele deixando tudo mais quente.

Mesmo envolvida pela névoa do prazer afasto um pouco nossas bocas e questiono num sussurro.

_Porque? Ela é bonita!
Ele continua a depositar beijos por meu pescoço e responde no intervalo de cada um, com calma, como se o assunto não o afetasse como me afeta.

_Ela é irmã do meu amigo, a conheci quando ainda era uma menina, a vejo como uma irmã mais nova.

Por isso a coitada era tão frustrada, imagina ser louca por um cara que só te vê como uma irmã. Bem triste, porém...

_Mas se não ela não fosse irmã do seu amigo, ficaria com ela.
Afirmo.

_Provavelmente.
Suas carícias no meu pescoço param e sua boca vem até a minha, recuo quando ele tenta me beijar.

_Ela não vai descansar enquanto não conseguir o que quer, aquela garota é meio doida.
Falo baseado nos meus encontros com ela, dava pra vê na cara dela a paixão por Ravi e a determinação em ficar com ele. Por isso o ódio por mim.

_Porque estamos falando dela?
Ele me olha paciente.

_Porque é sua melhor amiga e eu não sou obrigada a ouvir certas coisas.

Se íamos fazer isso ela seria um problema.

_Ela não é minha melhor amiga, é só irmã do meu amigo e você não precisa se preocupar com ela.
Ele busca minha boca novamente e dessa vez deixo que a alcance.

Seu beijo intenso me faz abraça-lo com as pernas e braços, me esfrego sem nenhuma vergonha de mostrar meu estado, ele me puxa para ficar em cima dele e com isso me esfrego mais, rebolando em seu pau e conseguindo um pouco de atrito para minha vagina que implora por atenção.

Em busca de alívio tiro meu shortinho, volto a beijar o homem em baixo de mim, me elevo um pouco e meus seios param na altura da sua boca e sem perder tempo ele os tira pra fora e chupa um por um me deixando mais sedenta, paro sua brincadeira e me ponho sentada, baixo sua calça e pego sua ereção a posicionando na minha entrada, desço devagar sendo preenchida por ele enquanto o encaro.

Mordo meus lábios com força, contendo o gemido, a casa mal tinha nada deixando o ego maior, Emma não merecia ficar me ouvindo gemer feito uma louca, porque essa era minha vontade, Ravi entende meu esforço e se coloca sentado sem sair de mim, alcança minha boca enquanto rebolo com vontade, nossos gemidos se misturam e isso me leva de vez ao alívio.

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