Capítulo 17 - É o que temos pra hoje

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Por volta de onze da manhã encontro Mê na sua cozinha, ela tira a jarra da cafeteira elétrica e serve-se de uma boa dose de café, sua cara é de quem foi atropelada.

_Dia Bom?
Pergunto sondando seu estado.

Ela faz uma pequena careta mas logo deixa escapar um leve sorriso.

_Quem sabe daqui a uma dipirona e mais sete horas de sono.
Sua voz grogue de sono me responde.

_Mas e o trabalho Mê?
Pego a jarrinha e também sirvo uma boa dose pra mim.

_Hoje é meu primeiro dia de férias, porque acha que te chamei pra sair ontem? Comemorar minha filha.
Diz um pouco mais contente.

Melinda de férias, isso não ia prestar.

_É isso mesmo, se você não conseguir aquele emprego, vamos sair quase todas as noites, se prepare.
Ela fala como se ouvisse meu pensamento.

_Tomara que eu consiga, preciso do emprego.
Falo já um pouco nervosa com a entrevista que seria daqui a algumas horas.

_Tomara que sim, mas se não conseguir, bola pra frente, enquanto cê procura podemos nos divertir.
Diz enquanto sorve um gole do seu café e pisca um dos olhos.

Sorrio e maneio a cabeça negando a existência de algum juízo na cabeça desta mulher, sorvo meu café quentinho e como algumas fatias com manteiga.

Depois do café me proponho a fazer o almoço, como sempre, massa, Mê adora a ideia, então me dedico a fazer um macarrão de carne moída no forno, quando termino vou para o meu quarto e começo a me arrumar para a entrevista, não pega mal chegar atrasada e como eu não sabia o caminho vou sair um pouco mais cedo.

Opto por usar um jeans claro simples e uma blusinha preto básica, termino o look com um sapato preto e casaquinho marfim, faço uma maquiagem leve e deixo os cabelos soltos.

Na minha bolsa coloco toda documentação necessária, óculos de sol, celular e dinheiro.
Almoço antes de sair e não me dispeço de Melinda, já que deve estar desmaiada em seu quarto.

Pego o ônibus que o GPS indica para chegar ao Italy, um restaurante de classe alta, chego ao local com vinte minutos de antecedência e vou até a recepção.

A mulher vestida elegantemente me recebe com um sorriso no rosto, automaticamente já gosto dela.

_Bom dia, eu vim para uma entrevista.
Falo a ela quando chego mais perto.

_Ah sim.
Diz simpática. _Fique na mesa dos fundos que vou chamar o gerente.
Ela me indica a mesa e entra em uma das portas que fica atrás de onde estou.

Olho ao redor enquanto não sou chamada, a decoração é toda em tons de madeira, as meses são de um designer elegante separadas precisamente uma da outra, o balcão que atrás ostenta várias bebidas caras serve de recepção, acho que qualquer móvel aqui vale o salário que eu talvez ganhe trabalhando de garçonete.

_Como você se chama?
A voz da mulher que falou comigo agora pouco me faz parar a avaliação.

_Hadassa de Freitas.
Respondo profissionalmente.

_Me chamo Débora, Hadassa você pode me acompanhar?

Levanto imediatamente e sou levada para a porta que ela acabou de entrar, passamos por uma imensa cozinha com algumas pessoas já ali, no final do carredorzinho ao lado da cozinha, Débora bate a porta e uma voz masculina a manda entrar, ela entra primeiro e me dá passagem para fazer o mesmo.

A sala é um pequeno escritório, olho imediatamente para o birô a minha frente e logo atrás o gerente me recebe com um olhar sério e julgador

_Pode deixar comigo agora Débora.
Sua voz autoritária expulsa a mulher da sala.

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