Capítulo 47 - Isso é bíblico

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_Fico mais tranquila sabendo que ela ficará com você.
A mãe de Ravi fala após a janta quando avisa que vai se recolher.

_Pois pronto, descanse mãe.
Ela assente e antes de sair beija sua testa.
Dona Adelaide está dormindo na sala, em uma rede armada ali.

De banho tomado, vestida com uma blusa de Ravi e com o short que vim mais cedo, entro no quarto e fecho a porta. Ele já tomou banho e me sacaneou muito quando pediu que eu ficasse na hora, é oficial, o filho da mãe está me provocando e para o meu total desespero não vai demorar muito até eu cair.

O medo de machuca-lo me impede de entrar na brincadeira.

Apago a luz do quarto e deixo a do abajur acesa, ando lentamente até a cama e deito ao seu lado. Os vários travesseiros nas costas dele o deixavam meio inclinado, segundo ele é mais confortável. Deito de lado de modo que fique olhando diretamente pra ele.

_O que vai fazer quando melhorar?
Pergunto baixinho, me referindo a armação e as consequências dela.

_Sobre?

_Sobre o que te fez ficar assim, sabendo que não foi um simples acidente.
Ele pensa antes de responder.

_Não pretendo fazer nada.
Sua resposta me frustra.

_Como assim nada? Você foi drogado e não foi pouco, o doutor disse que tinha uma quantidade absurda no seu sangue.
Mantenho minha voz baixa, mesmo assim não esconde minha chateação. _Os atos impensados daquela garota quase te mataram.

Nos encaramos em silêncio. Me decepciona o fato dele querer acoberta-la.

_Lorena vai ter que lhe dar com coisas piores, sei que ela vai pagar por ter brincado com a vida dos outros.
Sua voz é tranquila, tentando evitar uma real discussão.

_Se você diz, como eu não tenho toda essa certeza...
Deixo em aberto soando indiferente.

_O que fez?
Seu olhar curioso e preocupado me faz revirar os olhos.

_Tive uma conversinha com ela.
Seus olhos se estreitam, me julgando. _O que queria que eu fizesse? Vi você quase morto e ela nas boates da vida, bebendo e pegando geral, e é porque é louca por você.

Não me importo de soar irônica, a fato dele ainda pensar no bem dela mesmo depois dela quase matar ele por pura futilidade me deixa pistola.

_Não vale a pena gastar seu tempo com ela, é uma menina que teve ensinamentos errados ou nenhum ensinamento.
Não consigo evitar o revirar se olhos.

Menina? Sério?

_Ela vai ter o que merece Hadassa.
Ele fala em um tom apaziguador quando vê que fecho minha cara.

_Imagino que a menininha que tem tudo na mão vai ter o que merece, um castigo em sua mansão ou ser deportada pra Suiça onde terá casa, comida e roupa lavada, nossa, ela vai virar outra pessoa.

Saio da minha posição relaxada e viro de barriga pra cima cruzando os braços. Enquanto não for tirado tudo dela e deixar ela viver por si só, saber o que é passar fome e dificuldade, não, ela nunca vai mudar, vai continuar fazendo os outro de fantoche.

_Não estou defendendo ela, só não quero me meter nessa.
Seu tom calmo não me deixa menos irritada.

_A decisão é sua.
Comento fitando o teto.

_Não pode ficar brava comigo, estou sob seus cuidados.
Seu tom divertido me faz suspirar.

_Quero mesmo te bater por querer o bem de quem quase te matou.

_Isso é bíblico.
Rebate.

Volto a encara-lo, mostrando que não tem graça. Ele solta uma risada baixa.

_Estou brincando, só não quero que fique com raiva.
Ele pega minha mão direita e leva até sua boca, deposita um beijo na palma. _Só esqueça esse assunto, está tudo bem agora.
Fala baixo enquanto continua a distribuir beijos por toda minha mão e pulso.

Isso não era pra ser excitante.

Devagar, ele inclina o corpo sobre o meu.

_Cuidado.
Falo, mas não o paro.

_Estou bem.
Sussurra perto da minha boca e depois me beija lentamente.

A precisão perfeito e o fato de nossas bocas se encaixarem tão bem me leva a borda rápido demais, pressiono minhas pernas uma na outra e controlo o desejo de subir em cima dele e ter meu alívio desejado, mas não posso. Pego em sua barba e o afasto.

_Precisamos para por aqui e você tem que dormir.
Vejo todo o desejo em seu rosto mas não posso ceder.

_A única coisa que preciso no momento é de você.
Ele inclina a cabeça e começa a depositar beijos em meu pescoço, fecho os olhos tentando me lembrar dos meus argumentos.

_O médico disse repouso, não podemos fazer isso, eu vou te machucar e vou me sentir péssima por não pensar na tua saúde porque não consigo controlar minha perversão.

Começo a tagarelar tudo que passa pela minha cabeça, sem ligar se pareço uma louca desdesperada.

_Não posso nem ficar por cima, porque sou pesada e posso machucar sua perna, como vou olhar pra tua mãe amanhã e dizer que eu fiz isso, como explicar para o médico caso você vá parar na emergência, é melhor a gente...

Sua boca cala a minha, sua outra mão faz o caminho até meu short, seu toque é leve mas consigo sentir perfeitamente já que por onde passa minha pele pega fogo, solto um gemido sofrido quando sua mão invade minha calcinha.

_A última coisa que fará essa noite é me machucar, só terá que fazer a maior parte do trabalho, então vamos devagar porque temos a noite toda.

É impossível discordar com sua mão me acariciando dentro da calcinha, não consigo mais me sentir péssima quando abro mais minhas pernas e agarro sua nuca trazendo sua boca para minha.

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