Capítulo 21 - Melhores amigos?!

142 22 0
                                    


Desabo na cama depois de um dia cheio procurando móveis bons, bonitos e baratos pra nossa nova casa, é sempre muito difícil e exige muita pesquisa, resultado, estou morta.

Mas conseguimos umas boas ofertas, compramos dois guarda roupa, duas camas, a geladeira e o fogão, tá de bom tamanho pra quem não tinha nada, vão ser entregues em 48 horas, no dia da entrega já nos mudamos.

***

Quando dou por mim acordo, o quarto está todo escuro e a casa silenciosa, olho no celular, 23:30, ótimo, acabei dormindo sem perceber, levanto e me arrasto até o banheiro e tomo um banho, lavo o cabelo e ponho um pijama. Vou até a cozinha e caço algo para comer, estou no meio do meu sanduíche quando a porta abre e dois corpos emaranhados um no outro entram no apê, Mê e o cara do bar se beijam com tanta intensidade a ponto de tirarem as próprias roupas que nem notam minha presença.

_Quarto.
A voz do cara é tão rouca que denuncia seu estado.

Eita caraí, pornô ao vivo.

_Não, pode ser aqui na sala mesmo.
Melinda fala entre beijos.

Okay, agora é minha deixa.

Pigarreo mas não sou ouvida, pigarreo mais alto e os dois param e procuram de onde vem o barulho, não aguento e solto uma risada.

_Desculpa atrapalhar gente, mas tô jantando.
Os dois pares de olhos me fitam.

Mê o afasta e ele me olha chateado por ter atrapalhado sua foda.

_Foi mal, não te vi aí amiga.
Ela tira os saltos e o casaco. _você pode por favor jantar lá no quarto? Preciso da uma trepada aqui.

A suplica era real, Melinda parece não querer levar ele para o quarto e muito menos dispensar a foda, quem sou eu para atrapalhar não é mesmo?!

_Claro, com certeza.
Lanço um sorrisinho cúmplice e levo meu sanduíche e suco para o quarto comigo.

Assim que chego, tranco a porta e imediatamente pego meus fones de ouvido, o negócio ia pegar fogo meus amigos, coloco minha playlist favorita pra tocar e relaxo apagando o casal da sala da minha mente e terminando minha janta.

Estou envolvida com a música alta no escuro, de olhos fechados, quando recebo uma mensagem no WhatsApp, desbloqueio a tela e abro a notificação.

Eu preciso te vê.

Leio a pequena frase várias vezes, a agitação dentro de mim crescendo, me pego querendo a mesma coisa porém é tantos poréns envolvidos.

Não pense muito Hadassa, só fica comigo hoje.

É como se ele tivesse me assistindo, vendo minhas dúvidas e receios, a tentação da mensagem era tanta que mordo os lábios em busca de acalmar a coisa que tinha dentro de mim, que reagia a Ravi explosivamente, como uma avalanche que não pode ser parada envio a resposta.

Eu : Vem me buscar que horas?

Sua resposta é imediata.

Ravi : É só me passar o endereço.

Digito o endereço da Mê, já se passaram duas horas desde o episódio da cozinha, será que acabaram? Tiro meus fones, a casa está silenciosa, levanto e rapidamente coloco uma roupa, está frio então opto por uma calça moletom e uma blusa de lã marfim, coloco uma sapatilha e deixo meu cabelo recém lavado solto.

Não dá quinze minutos e Ravi manda uma mensagem dizendo que está na entrada do prédio, abro a porta do quarto e quando chego na sala não vejo ninguém, muito menos pelado, ando ligeiro até a porta e saio do apartamento, desço os andares de elevador, assim que ponho os pés no térreo vejo Ravi em cima da sua gigantesca moto, calça jeans, camiseta e casaco moleton.

Porque tão gostoso Cristo?!

Respiro fundo a vou em sua direção, depois que me vê não tira os olhos de mim, ele me ajuda a subir, coloco o capacete e em segundos estamos voando pela avenida.

Paramos em frente a oficina, ele me manda ficar na moto enquanto desce dela e vai abrir o portão grande, depois volta, monta e nos coloca para dentro, assim que desço da moto depois de tudo está fechado, sou prensada na parede mais próxima.

_Não fique mais longe.
Depois de suas palavras sou beijada, as mãos se posicionam nas laterais do meu rosto me mantendo presa em seu beijo.

Quando já estamos sem fôlego e meu foco está somente em uma coisa, Ravi se agacha na minha frente, desce minha calça e a tira de mim, o mesmo faz com a calcinha, sorvo uma respiração longa quando minha perna esquerda é colocada sobre seu ombro, converso mentalmente com minhas pernas para aguetarem o tranco.

Finco as unhas em seu ombro quando sua lingua me toca.

(...)

Acordo com um solavanco mental.

Preciso ir trabalhar.

Procuro desesperadamente meu celular no meio da bagunça de roupas ali no chão da sala de Ravi, puta merda, 14:20, tô muito em cima da hora, levanto e rapidamente visto minhas roupas, cogito a possibilidade de ir embora sem avisar e desisto.

_Ravi.
Mexoo no seu peito tentando acorda-lo, depois de mais algumas mexidas seus olhos se abrem.

_Tô em cima da hora para o trabalho, preciso ir.
Ele pega minha mão que está em seu peito e levanta ficando sentado.

_Eu te levo.
Diz enquanto a beija.

_Obrigada, preciso realmente de uma carona.
Ele levanta e começa a vestir suas roupas, não consigo parar meus olhos e sigo seus movimentos.

_Se não parar de me olhar assim, vai se atrasar mais.
Subo meus olhos para os seus, droga, esse sorriso de canto devia ser proibido.

_Não me julgue, é minha heterossexualidade comandando.
Dou um sorriso amarelo fingindo normalidade.

_Então olha qualquer homem dessa maneira?
Sua sobrancelha arqueada e mandíbula travada me desafiam a responder.

_Ah não, só os tatuados e mecânicos, gostosos e bons de cama.
Falo brincando e me abano com a mão.

_Tirando o última parte, Liam se encaixa nessa descrição.
Bufo com sua afirmação.

_Liam é meu amigo.
Comento como se fosse óbvio.

_Eu também era.
O encaro por uns segundos e vejo que é realmente sério, ele tá com ciúmes do Liam? Pelo amor de Deus.

_Nunca fomos só amigos e você sabe disso, agora, preciso ir, sério.

Ravi termina de vestir a camiseta e se aproxima, assim que chega perto o suficiente me beija rapidamente.


_Bom saber.
Pega minha mão e me arrasta para fora de sua casa. _Vamos, pra você não chegar atrasada.

ELAS (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora