Epílogo 2

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Agarro forte a cintura de Ravi quando ele coloca a moto numa velocidade absurda, não o repreendo, Mê acabou de mandar mensagem, sua bolsa estourou e já está sentindo muita dor, meu sobrinho vai nascer.

Estamos indo para a casa de Nicolas, onde Melinda está morando, ela disse que vai parir em casa, nada de hospitais. Admiro sua coragem. Liam e Emma vem logo atrás de nós.

Assim que paramos no endereço que nos foi passado, olho impressionado a mansão a nossa frente. Aviso pelo interfone de quem se trata e o portão gigantesco se abre e entramos.

Ravi estaciona a moto no espaço onde já tem outras motos, vamos até o porta e vejo que Katrina e Enrico já chegaram.

_Chegaram agora também?
Pergunto para ela assim que me aproximo.

_Nesse minuto.
Responde sorrindo.

Uma mulher que aparenta ter uns quarenta anos abre a porta para nós.

_Devem ser as tias portiças, Melinda disse que estavam chegando.
A mulher fala simpática.

_É, somos.
Respondo.

Entramos e ela nos leva até o andar de cima, os homens são levados para outro cômodo e nós, entramos no quarto em que Melinda está, apenas de calcinha e sutiã, de pé, inclinada sobre a cama, segurando a parte de baixo da barriga enquanto geme de dor, um Nicolas apenas de bermuda faz massagem em seus quadris e sussurra algumas palavras só para ela.

Sorrio com a beleza da cena, quem diria, o casal que já estiveram a ponto de se matar, se amando desse jeito.

Não falamos nada respeitando o momento de dor, olho ao redor, a luz do quarto está baixa, luminárias pequenas espalhadas pelo ambiente iluminavam delicadamente, uma banheira já cheia de água ao lado da cama e mais três pessoas ali. Deve ser a Doula, Ginecologista obstetrícia e pediatra que ela falou que estariam presentes para haver um parto seguro.

Quando a contração termina, Mê se estica e sorri quando nos ver.

_Ai meu Deus, você vai parir.
Digo empolgada e a abraço. Assim como Emma e Katrina fazem.

_Sim, vou parir e isso dói pra cacete.
Minha amiga faz uma careta enquanto alisa o enorme barrigão.

_Nao vejo a hora de ver seu rostinho.
Falo com a voz exclusiva para meu sobrinho enquanto aliso sua barriga.

Conversamos mais um pouco até a contração atrapalhar, daí em diante ficamos no canto, registrando o momento e dando apoio, os batimentos do bebê são monitorados a todo instante, Mê não fica parada, a Doula indica várias posições e exercícios para acelerar o processo.

Quando ela diz que está na hora, Nicolas entra na banheira e ajuda Melinda a entrar logo em seguida, sofremos a cada grito que ela dava de dor na hora de empurrar.

E depois de alguns minutos, Rafael vem ao mundo, direto para os braços do pai que entrega a mãe em seguida, minha amiga abraça o filho chorando e choramos junto. Que momento inesquecível, que momento lindo.

Seja bem vindo Rafael.

(...)

Melinda

_Porque estão me olhando com essas caras?
Pergunto ao meu esposo e filho que me olham com caras bravas, após sairmos do carro em frente ao parque de diversões.

Os dois estão de pé e de braços cruzados. Dois seres iguais, só que um pequeno e outro grande.

_Estão todos olhando para você mamãe.
Rafa responde emburrado.

Olho ao redor e vejo homens e mulheres me olhando, uns com desejo, outros julgando minha roupa.

Olho ao redor e vejo homens e mulheres me olhando, uns com desejo, outros julgando minha roupa

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_É mamãe, estão todos olhando para você.
Nicolas fala fingindo chateação, mas no fundo sei que se diverte. Cretino.

_E porque isso incomoda você querido?
Abaixo na altura do meu filho de sete anos.

_Porque não gosto.
Responde ainda emburrado.

_Deixa a mamãe te explicar uma coisa.
Falo mexendo em sua roupa, mas olhando em seus olhos. _O que é bonito não é para ser escondido, mesmo que isso incomode, certo?
Falo carinhosamente. O garotinho pensa um pouco e sorri.

_Certo mamãe.
Dou um beijo em seu rosto e levanto, pegando sua mão.

_Agora vamos nos divertir.
Lanço uma piscadela para meu pequeno. Levanto a cabeça e olho para meu marido, que sustenta um sorriso sacana no rosto.

Cerro meus olhos para ele e digo você me paga sem som. Sei que é ele que manda o menino falar, refletindo seu próprio ciúmes.

Às vezes é um desafio lidar com os dois homens em minha casa, são tão parecidos que nem dá pra acreditar que foi eu que pari. Mas nunca me senti tão completa.

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