Minha vida era comum, sempre foi, até Hadassa Vasconcelos de Freitas entrar pelas portas da minha sala de aula naquela escala a quase dez anos atrás, lembro que no mesmo momento que pus meus olhos nela, foi o mesmo momento em que quis beija-la.
Ela era estupidamente gostosa e dona do rosto mais angelical e malicioso que já pus os olhos, ela era várias nuances em uma só, foi daí em diante, que soube que estaria ferrado.
Conseguir a amizade dela não foi difícil, o fato de ser nova e se sentir deslocada a deixou mais propensa a minha simpatia, a conhecer melhor foi a melhor coisas que já fiz, ela era uma força da natureza, ainda é.
Sempre respeitei o que a gente tinha, nunca forçaria nada além da amizade, até o dia em que ela me beijou, aí eu não consegui me controlar.
O fato de ser nerd, franzino e falante me deixou virgem até o momento em que eu e Hadassa começamos a nos pegar, eu sentia tesão em todos os poros do meu corpo, com seus seios fartos e quadris largos eu não sabia o que fazer com ela, era muita pressão, minha mente não parava, o perigo de não agrada-la não me deixava relaxar e deixar acontecer.
Foi aí que tudo começou a desandar, a relação fácil que tínhamos antes se tornou complicada a nível hard, ela começou a não ser 100% honesta comigo, por mais que eu pressionasse, começou a andar com outras pessoas e me deixar meio de lado e eu não sabia o que fazer com o sentimento que pesava no meu peito.
Até que resolvi parar de insistir, aí ela se afastou de vez, se ela me queria longe, assim seria e assim foi.
Depois da escola o contato foi acabando, até que não tínhamos mais nenhum.
Lembro de respirar fundo e combinar comigo mesmo que ia seguir minha vida, esquecê-la e correr atrás dos meus objetivos.
Hoje, com vinte e cinco anos, sou dono da minha empresa, da minha casa e de uma conta bancária satisfatória, trabalho com o que gosto e isso já me faz sentir privilegiado.
Aos vinte anos conheci Théo, em um dos rachas de moto que eu ia de vez em quando, desde então ele é meu melhor amigo, mas com relação a mulheres, não vale um real.
Foi nessa época que conheci Lorena, a irmã mais nova de Théo, ela sempre deixou claro seu interesse por mim, mas eu nunca transaria com ela, só a vejo como uma irmã.
De uns anos pra cá ela se conformou um pouco, sempre me tratou com uns carinhos exagerados, mas não tenta nada além disso, também sei a personalidade difícil que ela tem, meio mimada, não gosta de ser contrariada, tirando isso era gente boa.
Meu pai faleceu a dois anos, ataque cardíaco, minha mãe mora do outro lado da cidade e toda semana vou visitá-la e deixar dinheiro pra ajuda-la no que precisar.
Estava tudo sob controle, minha vida estava no eixo, o contato dela no WhatsApp já não me incomodava mais, eu já conseguia olhar a foto dela e não sentir uma vontade avassaladora de chamá-la. Foi assim que ela quis, então assim sempre foi, me valorizo o suficiente pra não me manter na vida de quem não me queria por perto.
Até que a maldita entra em contato e me pede ajuda, não consigo negar, acho que até sou incapaz disso.
Eu estava a ponto de fechar a oficina, Liam já tinha ido quando recebo a mensagem, é só o tempo de tomar banho e colocar minha moto rumo ao endereço que ela me mandou.
Minha maturidade ajudou bastante a disfarçar o baque que senti quando pus meus olhos nela, naquele shopping, depois de muitos anos.
Seus traços não mudaram, os cabelos mais curtos ostentava um volume bonito representando bem a mulher a minha frente, os olhos afiados de sempre carregam uma certa sabedoria que antes não existia, a mesma pele branca, o mesmo corpo curvilíneo tatuado nas minhas lembranças.
Sentada em uma mesinha de dois lugares naquela praça de alimentação a minha frente, os olhos admirados me analisavam de cima abaixo, chocados, ela disfarça sua reação e me manda sentar.
Quando me diz que precisa de ajuda e de um lugar pra ficar, pergunto o que aconteceu mas ela me bloqueia, me deixa de fora, de novo. Mesmo assim a trago pra minha casa, mesmo sabendo que quando fosse embora deixaria sua marca ali, seu cheiro, suas lembranças.
Quando ela agarra minha cintura buscando segurança na moto em alta velocidade, sinto meu corpo reagir fortemente, ele conhece aquelas mãos mas me controlo e consigo me manter neutro, porque não sou mais a porra de um adolescente inseguro.
Lhe mostro a oficina e minha casa, sua surpresa e administração são claras quando vê de perto o que conquistei, linda em um vestido que marca o belo corpo, passeia pela casa analisando tudo.
Tive que sair aquele dia e buscar controle pra retornar a minha própria casa e agir como um homem adulto, controlada e indiferente.
O foco dela era arranjar um emprego, deixou claro que quando conseguisse ia embora, as semanas se passaram e nada, os caras iam na oficina e elogiavam a nova funcionária gostosa, isso me tirava do sério, Théo tentou investir mas recuou quando viu o que ela representava pra mim, Lorena ficou mais grudenta depois que a viu também, voltou a tentar me fazer comê-la, deixei claro novamente que não ia rolar.
Quando Théo foi embora aquele dia, depois de deixar sua moto pra uma manutenção, vi a garota indiretamente me comparar aos caras babacas que frequentavam a oficina, dessa vez não consegui impedir a determinação que surgiu em mim de fazê-la engolir suas palavras.
Provocá-la era como uma lâmina afiada cortando a pele, uma linha tênua entre a dor e o prazer, perceber que seu corpo reagia a mim facilmente mesmo contra a sua vontade, me tornou mais determinado.
Quando finalmente tive sua carta branca aquela noite, depois de me oferecer descaradamente após vê-la preste a flertar com outro cara me deixando puto da vida, transo com ela, hora após hora, sempre querendo mais, me fez vê que cavei minha própria cova.
Ela era quente como o inferno na cama, atrevida, receptiva, isso elevou meu tesão a outro nível, quanto mais tinha meu nome gemido com satisfação em sua boca, mais queria ouvir.
Seu corpo ganhou mais curvas desde a última vez que a vi, a pele leitosa fazia o contraste perfeito com a lingerie preta, que caía perfeitamente nela, me deixando com uma ereção insistente pelo resto dos dias desde que pus meus olhos nela nua, de quatro, em cima ou em baixo de mim, gemendo meu nome ou com a boca ao redor do meu pau.
O quanto eu estava fodidamente ferrado, não tava escrito.
Ela se instalou no meu sistema, estragou qualquer outra mulher pra mim e pra piorar o caralho da situação, tenho que agir com total indiferença, já que ela não me deixa entrar.
Age que nem uma gata arisca quando pergunto ou tento demostrar o que de fato está acontecendo aqui.
Puta que pariu. Porra Hadassa.
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ELAS (Completo)
Roman d'amourHadassa estava no fundo do poço e em consequência disto teve que recorrer ao passado e pedir ajuda ao ex melhor amigo a qual tinha uma paixão secreta, trazendo a tona sentimentos, inseguranças e muitas questões sem respostas. E em meio a tudo isso e...