Epílogo 3

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Katrina

Assim que passo pelos portões do meu prédio vejo a imagem do homem do outro lado da pista, encostado em seu carro e olhando fixamente para mim.

É estranho o fato de passar a noite em cima do cara e pela manhã o abismo se abre entre nós, não posso questionar ou reclamar, foi eu que abri esse abismo.

Essa semana em particular o assunto não sai da minha cabeça, fazendo questionar a mim mesma, hoje especificamente faz um ano que tentaram me matar, já tenho a cena de pânico guardada em um lugar escuro da minha mente.

Um ano e ele não se vai, um ano e não sei se quero que ele vá, um ano transando com um único homem, homem esse que não exige de mim mais do que posso dar.

Ontem, na véspera de aniversário do acontecido, desejei muito que ele não saísse após terminarmos o que sempre fazíamos, desejei o apoio de sua presença até o dia amanhecer.

Enrico se tornou um dos homens que mais admiro, realmente ele fez de tudo para me proteger, mesmo fazendo tudo que fiz para ele desistir de me seguir, ele salvou minha vida.

Mas o perigo se foi, ele matou o homem que me perseguia, porque ele ainda está ali?

Tudo isso me faz questionar quanto tempo vai levar para ele cansar do que está fazendo.

_Por quanto tempo viverá em função de mim?
Pergunto assim que chego bem perto dele.

_Pelo tempo necessário.
Ele responde calmo, em sua posição relaxada.

_Precisa voltar a viver sua vida, já não a mais perigo.
Nos encaramos por uns segundos.

_Estou onde preciso estar.

Não tínhamos o costume de conversar, eu só dava os sinais e ele entendia, nosso corpos se entendiam perfeitamente, já nossas cabeças, não.

_Meu pai já encerrou seus serviços, está por si só, porque ainda continua fazendo isso?

_Porque você se tornou um vício.
Ele simplesmente fala, como se não fosse loucura ouvir isso.

_Então me seguirá a vida toda? E se eu me relacionar com outro homem?
Questiono ainda pasma com sua revelação.

_Impossivel, não enquanto eu ainda estiver na sua cama.

Solto uma releve risada da sua audácia.

_Está muito confiante segurança.
Respondo e ele se aproxima.

_Sabe que é verdade e sou paciente Katrina, vou esperar até você assumir para si mesma que não estou aqui só para te proteger.

O encaro abismada com sua alto confiança, mas sorrio internamente por ter a confirmação de que ele não pretende se afastar.

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