A casa das Brammall-Hayes continuava silenciosa naquele dia. O único som presente era o do relógio acima do sofá, os ponteiros percorrendo toda a circunferência com graciosidade. Emily estava logo abaixo dele, sentada no sofá, encarando a janela que dava para o quintal da frente na esperança de que, a qualquer momento, o carro surgisse e Jordana descesse dele. Mas isso não aconteceu, e os minutos iam passando e passando.
Nenhuma mensagem enviada para a albina era respondida, assim como nenhuma ligação era atendida. Não sabia a quanto tempo ela tinha saído, mas a simples demora e ausência foram motivos suficiente para deixar a morena preocupada. Tão preocupada que já havia, até mesmo, ligado para Kai e explicado a situação para ele. Afinal, Kai era o membro da polícia de Oakfield mais próximo de Emily e, também, estava envolvido no massacre, como a morte de Zoe comprovou. Telefonou-o e disse o que achava do desaparecimento. Ele disse que investigaria isso e ligaria de volta assim que conseguisse novidades.
Mas isso não foi capaz de deixar Emily menos apreensiva. Com tudo o que aconteceu — mais especificamente a morte de Megan —, não estava mais disposta a se arriscar, principalmente quando o alvo do risco era sua melhor amiga. Se algo acontecesse com Jordana, jamais se perdoaria por ter começado tudo aquilo.
Além disso, Archie não escapava de sua cabeça. Era a segunda pessoa desaparecida que não respondia ligações ou mensagens. Contudo, não era com o futuro mortal do rapaz que Emily se preocupava; o que lhe consumia era a desconfiança.
Havia lido o bilhete deixado por Jordana. Poucas palavras que deram à sobrevivente grande suspeita sobre Archie. Afinal, se a albina tinha ido se encontrar com ele, Archie teria de ter contatado ela e chamado-a para o encontro — ou então Jordana o convidou. De qualquer jeito, Emily estava mais certa de que Archie era o responsável pelo convite e, dessa forma, atraiu Jordana para sua armadilha. Essa teoria se intensificava quando Emily lembrava-se de suas suspeitas sobre ele, da forma como ele estranhamente foi à Oakfield pelo fato de Jordana estar lá, como um doente obcecado. Em meio àquela situação, a principal teoria de Emily era de que Archie estaria obcecado por Jordana e o massacre todo era uma forma de tê-la só para si, a única família que lhe restou. Ou poderia estar imersa demais nessa coisa de obsessão, devido ao seu passado com Julia Moss e Sean Thompson.
Aflita, tratou de ocupar-se discando para Kai mais uma vez. Os dedos agitados a impediram de manter a calma. Ele atendeu no segundo toque, dizendo:
— Emily? Oi. — Sua voz soava gentil, diferente do que Emily esperava ouvir depois de encher seu saco pela segunda vez.
— Oi, Kai. Alguma novidade?
— Nós ainda estamos investigando — respondeu o moço, parecendo chateado e hesitante. — Já tem uma equipe de busca atrás dos dois, uma outra equipe está tentando rastrear os celulares... Estamos fazendo o máximo que podemos, Emily.
— Ai, muito obrigada mesmo, Kai — disse, sendo extremamente sincera nas palavras. — Nada poderia ser de mais ajuda do que você nesse momento. Muitíssimo obrigada.
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Hello There 2
HorrorUm assassinato sempre muda uma cidade, já um massacre deixa uma marca eterna. Sete anos após o término do infame massacre que abalou a cidade de Oakfield, uma dupla de sobreviventes da onda de mortes retorna à cidade a procura de um recomeço em sua...