Quinto Interlúdio - The Wrestler

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 DIA DA REVELAÇÃO DA IDENTIDADE DO CARRASCO

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DIA DA REVELAÇÃO DA IDENTIDADE DO CARRASCO

Conseguiu sentir o chão duro sobre qual foi colocado quando recobrou a consciência. A dor se alastrou pelo corpo. Estava deitado, com um latejamento irritante e lancinante acometendo toda a cabeça. O nariz e as vias respiratórias ardiam como se estivesse respirando fogo, e o pulmão queimava a cada inspirada de ar. Foi quando tomou forças para abrir os olhos, e finalmente observou o ambiente no qual foi colocado.

Era escuro. Parecia grande, pois cada grunhido saído de si vinha acompanhado de um eco considerável que tomava todas as paredes ao redor, mesmo que essas, até então, fossem invisíveis devido ao breu que cobria tudo. A falta de luminosidade era o que tornava tudo um pouco mais assustador. Não saber onde estava lhe tirava o fôlego.

Robin lembrava-se muito bem de ter tido um encontro com o Carrasco. Tudo parecia ter sido um sonho agora, mas sabia que foi bem real. O cheiro de grama e de terra que tomava o ar, vindo de suas roupas sujas, deixava isso claro, assim como a dor da pequena luta que aconteceu antes de apagar pelo efeito do clorofórmio. Sua mente era alvo de um turbilhão de pensamentos que nunca chegavam a se transformar em algo sólido, deixando o rapaz com uma falta de orientação absurda que o fazia se perder na situação.

Apoiou os cotovelos no chão, erguendo o torso. Puxou um dos pés, e foi quando um som metálico surgiu. Robin parou, assustado, até que sentiu o ferro que envolvia seu tornozelo de maneira apertada. Naquela escuridão, tateou ao redor e levou as mãos até lá. Então, sentiu a corrente presa à perna.

— Porra! — gritou, sem nem se importar em chamar atenção, agarrando a corrente com intensidade e puxando-a, mas parecia que estava presa a alguma coisa. — Merda!

Soltou a corrente e ela caiu contra o chão. Bufou e tentou olhar ao redor. O toque incômodo do ferro envolto à sua pele lhe causava calafrios. E não era pela temperatura, mesmo que fizesse muito frio ali. O sobrevivente tentava se situar, mas era impossível. A escuridão era grande, e não importava o quanto olhasse ao redor, nunca conseguiria ver alguma coisa que estivesse a mais de dois metros.

Foi quando lembrou-se de procurar por seu celular. Alvo de um estalo repentino, Robin começou a tatear pelo próprio corpo, esquecendo-se de onde havia o colocado por último. A mão passou pelo bolso interior da camisa e lá sentiu a elevação quadrada. Uma onda de alívio percorreu seu corpo, e por um momento, o rapaz pensou no motivo do assassino não ter lhe tirado o aparelho, até que constatou: não sabia onde estava e não conseguia ver nada. Não importava para quem ligasse, nunca conseguiria ser resgatado, a não ser que passasse pelo processo de rastreamento, que duraria no mínimo uma hora, e até lá, poderia já estar bem morto.

Puxou o celular de dentro da camisa de uma vez só, clicando no botão lateral. A primeira coisa que fez quando a tela se iluminou contra seu rosto, foi virar a luz para o outro lado, observando onde estava. Logo, conseguiu identificar o ambiente. Era claramente um sótão. O teto descia inclinado de ambos os lados, as vigas de madeira estavam em bom estado e as caixas ao redor guardavam dezenas de tralhas.

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