Um assassinato sempre muda uma cidade, já um massacre deixa uma marca eterna.
Sete anos após o término do infame massacre que abalou a cidade de Oakfield, uma dupla de sobreviventes da onda de mortes retorna à cidade a procura de um recomeço em sua...
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Naquele instante, Emily não hesitou, botando o celular no bolso. Sem pensar duas vezes, voou para cima da serra elétrica a alguns metros. Era um risco que teria de correr caso quisesse passar daquela noite. Por isso, não pensou muito ao jogar o corpo para frente e esticar os braços para a serra, agarrando o apoio de plástico na lateral.
Contudo, Sam foi mais rápida. Vendo o movimento repentino, a loira correu com o ódio no olhar os poucos metros que a separava de Emily e ergueu uma das pernas quando estava próxima o bastante, desferindo um chute certeiro nas mãos unidas da garota no momento em que ela agarrou a haste da serra elétrica. A sola do sapato deu de encontro a pele desprotegida e esfolou a área, fazendo a sobrevivente se afastar com um grito, ainda com a arma em mãos. Deu passos desengonçados para trás, e foi quando sentiu os calcanhares acertarem algo.
Emily tombou para trás com tudo ao tropeçar no corpo de Garrett, que continuava estendido e sangrando no meio do extenso corredor iluminado pela lanterna do celular de Linda, caído a alguns metros. Sentiu a maciez da pele dele e despencou com um grito, caindo pesadamente do outro lado, acertando a bunda no chão. Levou os braços para trás no desespero da queda e, sem querer, soltou a serra elétrica. Por pouco não recebeu uma garganta cortada pelos dentes afiados da arma, que passaram de raspão na altura de seu pescoço no instante em que o objeto voou para trás, sendo lançado no ar por alguns segundos, antes de cair pesadamente no chão com força o bastante para que pudesse quebrar. No entanto, permaneceu inteiro e deslizou para os pés de Linda.
Vendo aquilo, Sam partiu para cima da sobrevivente. De cenho franzido e soltando um grito de guerra, a assassina avançou com sangue nos olhos na direção de Emily. Pulou o cadáver e debruçou-se contra a morena, erguendo a faca e descendo-a para baixo na tentativa de apunhalá-la no peito. Mas Emily foi mais esperta e mais ágil, agarrando o pulso da loira, antes que pudesse ser acertada pela lâmina afiada. Por um tempo, seus braços pararam no ar.
A psicopata estava de joelhos no chão, forçando a faca com as duas mãos na direção de Emily. A garota, por outro lado, enquanto tentava não ser esfaqueada, tateou o chão com a mão livre na tentativa de encontrar alguma coisa. A faca que Garrett portava já estava a muito tempo abaixo do corpo dele e, dessa forma, impossível de ser alcançada. Mas isso não impediu a sobrevivente, que continuou batendo com a palma da mão no chão sujo. A cara enrijecia com toda a força que transportava para o braço de Sam.
Foi quando encontrou o corpo de Garrett, logo ao lado. Sentiu a poça de sangue e afundou as mãos nela, até tatear as roupas ensanguentadas dele. Com certo nojo, continuou o trabalho, sendo forçada contra o chão por um dos joelhos de Sam. Então, Emily sentiu a abertura nas costas do rapaz, por onde tinha enfiado a serra elétrica minutos antes. Seu corpo inteiro vibrou e ela quase vomitou, engolindo a bile. Logo, teve uma ideia. Uma ideia nojenta, mas uma ideia.
Emily afundou a mão na abertura das costas de Garrett. Seus dedos sentiram a maciez da carne quente e empapada em sangue. Era uma sensação estranha e que fez o estômago dela se embrulhar. Com o nojo no olhar, ela fechou os dedos ao redor de um pedaço de carne, podendo jurar ter sentido parte da espinha dele. O interior das unhas foi preenchido pela pele morta do corpo e Emily puxou. A estrutura teimou em se soltar, mas com um puxão a mais, o bolo ensanguentado de carne humana estalou em um som de sucção ao se soltar das costas de Garrett e, sem hesitar, o levou até a cara de Sam.
