Terceiro Interlúdio - So Close, Yet So Far

80 13 42
                                    

 DIA DA MORTE DE JORDANA BRAMMALL

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

DIA DA MORTE DE JORDANA BRAMMALL

Segurando a maçaneta em formato de C, Robin empurrou a porta de vidro. Um sininho posto do lado de dentro balançou quando foi aberta, sinalizando sua entrada. Assim que passou para o interior, o sobrevivente percebeu que a Galeria de Artes de Samantha Winters era maior do que aparentava ser após uma análise básica da parte de fora.

Depois de alguns dias observando a moça de perto, Robin tomou a decisão de que deveria falar com ela para conseguir algumas informações. Nenhum outro contato que ele tentou lhe trouxe alguma coisa importante, então a única opção foi ir atrás de Samantha Winter. E foi de se esperar que toda essa dedicação em conversar com a loira tivesse dado uma abaixada depois que, de repente, a grande vidraça na frente da galeria foi substituída por placas de madeira e papelão, que tampavam a visão do interior.

Primeiro, tinha pensado que o lugar estava passando por reformas, mas então a verdade chegou aos seus ouvidos: Sam tinha sido atacada e quase morta pelo assassino. Isso, mais do que todos os outros fatores, foi o que levou Robin a agir mais rápido, percebendo que, talvez, seu tempo estivesse acabando não só com Emily e Jordana, mas também com sua única testemunha em potencial.

A galeria tinha uma áurea forte, quase sombria. Era como se água benta tivesse sido tocada pelas mãos do próprio diabo, infectada pelo mal. Robin lembrava-se do estabelecimento sendo sempre bem recebido por pessoas nos dias em que passou o observando, felicidade emanando de dentro, sempre com uma aparência boa. Contudo, agora, após o ataque do Carrasco, um peso indescritível açoitou o rapaz, uma sensação estranha percorrendo o corpo. Não era mais iluminado, muito menos feliz ou cheio. Os quadros foram tirados das paredes e colocados em caixas de papelão que se espalhavam pelo lugar. A lâmpada ao menos estava acesa, e a única luminosidade vinha da porta de entrada, o que não chegava a ser o bastante para clarear completamente o ambiente.

Assim que passou para o lado de dentro, Robin foi atacado pela encarada assustada de Samantha Winters, atrás do balcão. Ela parou o que estava fazendo e o fitou. Com uma melhor analisada, ele percebeu que a artista estava enrolando um quadro em plástico bolha e colocando-o numa caixa com mais deles. Uma fina camada de poeira cobria o chão e o balcão, como se o estabelecimento não tivesse sido frequentado havia um tempo. O que era de se esperar, afinal, o moreno garantia que ninguém se recuperava de uma experiência como aquela de imediato, e evitar o lugar onde aconteceu seria algo comum.

— Desculpe, não estamos abertos — ouviu Sam dizer em meio à sua análise. Voltou a atenção para ela, repentinamente vidrado na mulher. Perto assim, era possível notar todos os traços do rosto dela, inclusive as olheiras, os cabelos bagunçados e as roupas amassadas. Com certa fascinação, Robin se deu conta de que estava diante de um alvo do Carrasco. Aquela mulher adulta e madura estava passando pela mesma coisa que ele passou quando era adolescente, ou até pior. — Talvez nunca mais estaremos — escutou-a murmurar para si mesma, mas foi alto o bastante para ele ouvir.

Hello There 2Onde histórias criam vida. Descubra agora