Quarto Interlúdio - In a Lonely Place

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 DIA DA MORTE DE JORDANA BRAMMALL

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DIA DA MORTE DE JORDANA BRAMMALL

O caminho era seguido com certo receio. Robin se perguntava, pela primeira vez, se era uma boa ideia se reencontrar com Jordana e Emily. Poderia ser um risco se juntar a elas. Desde que chegou, o assassino não deu sinais de que tinha reconhecimento de sua presença em Oakfield, e ir até as sobreviventes era a certeza necessária para finalmente saber que estava fazendo parte de tudo aquilo. Estava com medo. Valeria a pena, afinal de contas?

O rapaz dava passos contidos pela calçada, de cabeça erguida. Preferiu ir a pé, tanto para pensar, quanto por não ter se lembrado de voltar ao hotel para pegar o carro e, quando se deu por si, já estava caminhando. O sol aparecia de vez em quando atrás das nuvens escuras, deixando claro que não haveria pancadas de chuva naquele dia. O vento frio açoitava seu corpo e levava sua camisa, que grudava na parte da frente do peito. Robin fechava os olhos em meio a vantania que balançava os cabelos, com o corpo em um lugar, e a mente em outro.

Rua Elm, número 420 — lembrava-se do rapaz na cafeteria minutos antes, lhe contando. Esperava, a cada segundo, encontrar uma placa com o nome da rua. Até aquele momento, não houve sucesso, mas Robin não estava pronto para desistir.

Após sair da cafeteria, alguns minutos após começar a andar, foi que aquele pensamento preencheu sua cabeça. Não sabia se estava fazendo a escolha certa. Robin se arrependia, bem no fundo, de ter voltado para a cidade. Deveria ter deixado as coisas seguirem como deveria. Emily e Jordana eram fortes o bastante para derrotar o assassino, ele sabia, e a polícia de Oakfield provavelmente tinha se aprimorado ao longo dos anos, então elas também estariam seguras. Estando ali, estava apenas colocando sua vida em perigo e arriscando deixar sua esposa viúva e sua filha sem um pai. E isso era inaceitável.

Anne e Violet eram as coisas mais importantes na vida de Robin. Ele não sabia o que faria sem elas. Tinha vários amigos, mas a sua preocupação maior era o que aconteceria com elas caso morresse. Provavelmente Anne se colocaria em um luto eterno do qual jamais conseguiria se recuperar totalmente, e Violet se tornaria a filha rebelde com uma mãe que não ligaria muito para seu bem-estar, acabando por se drogar com um bando de adolescentes do mesmo tipo, até que fosse encontrada morta por overdose em algum beco qualquer. Apenas por pensar nisso, um arrepio percorria seu corpo e uma fraca náusea lhe abalava.

Mas então, outro pensamento surgiu: Emily e Jordana também eram importantes. Obviamente, não tanto quanto sua família, mas, mesmo assim, ainda eram conectados. Passaram por todo um inferno juntos, superaram os traumas lado a lado, e só se separaram pois a vida lhes obrigou a isso. Seguiram seus caminhos e nunca mais voltaram a se falar, a não ser por mensagens casuais que aconteceram durante os dois primeiros anos que se mudaram para outras cidades e as poucas entrevistas nacionais que eram submetidos de vez em quando. Robin se arrependia tremendamente de ter dado essas entrevistas. Elas somente lhe ajudaram a ficar mais reconhecido e ter de lidar com os olhares estranhos na faculdade.

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