2x35 - Brave New World

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 A sala tinha um cheiro forte de produto de limpeza

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A sala tinha um cheiro forte de produto de limpeza. Talvez os funcionários se matassem para deixá-la com uma aparência agradável — e com um cheiro agradável — e acabavam passando dos limites. Não que qualquer palavra casada com o verbo "matar" fosse uma coisa boa de se pensar naquele momento. Já estava apavorado o bastante para ficar pensando naquele tipo de coisa e, ainda por cima, o cheiro da sala de interrogatório não faria diferença.

Owen não parava de balançar o pé, nervoso. Por vezes, se esquecia de que a outra perna estava quebrada e acabava balançando ela também, fazendo uma onda de dor subir através dela e atravessar o corpo. Por isso, era obrigado a deixar uma das mãos sobre a coxa, apenas para se lembrar de que não deveria mexê-la. Seria uma grande mancada com os enfermeiros que a engessaram pela segunda vez, então não podia arriscar a sorte de fraturá-la novamente ou piorar sua situação mais ainda.

Depois de ser levado ao hospital, Owen tinha sido diretamente encaminhado para a delegacia. Foi acompanhado por um policial o caminho todo, talvez para ter certeza de que ele não fugiria ou coisa assim, mesmo que fosse uma coisa impossível devido ao seu estado. Mas isso não importava. Já estava na delegacia, naquela sala pequena e com cheiro de produto de limpeza, pronto para fazer sabe-se lá o que, e não tinha para onde ir. Teria de seguir as regras, fazer o que mandassem, responder todas as perguntas e se comportar para não ir preso — o garoto não sabia como poderia ir preso, mas não gostaria de arriscar.

— Cinco corpos — repetiu o policial diante de si, um rapaz grande e forte, com a barba por fazer e cabelos loiros. — Encontramos cinco corpos no hotel. Seis, se contarmos os que continuam vivos.

Owen o encarou, confuso. Não sabia o que ele queria dizer com aquela afirmação.

— Três deles são os responsáveis por tudo o que aconteceu, certo? — continuou o policial.

O garoto engoliu em seco, abaixando os olhos e concordando com a cabeça. Continuava estranho pensar que Sam, Garrett e Molly fossem os assassinos. Era uma ideia muito absurda comparada à realidade que existia antes daquilo tudo. Eram seus amigos, confiava neles. Agora, estavam mortos. Mais do que isso, eram culpados. Culpados por matar Max e todos os outros.

— Mas outros três eram inocentes? — perguntou o rapaz.

— Isso, é... Tommy, Olivia e Kai — soltou, com a voz fraca e a garganta arranhando.

— Certo. — O policial mexeu nas duas pastas que estavam na mesa entre eles. — Acha que eles podem ter algo a ver com isso?

— Algo a ver com isso? — questionou, não entendendo.

O homem sorriu de canto e se encostou na cadeira, explicando:

— Pergunto se eles tinham algum envolvimento com o que aconteceu.

— Com as mortes?

— Sim.

Owen soltou um riso frouxo e balançou a cabeça, não acreditando naquilo.

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