2x10 - Shadow Play

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 O clima começava a esfriar em Oakfield

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O clima começava a esfriar em Oakfield. O céu, carregado de nuvens escuras e acinzentadas, deixava claro que, cedo ou tarde, uma tempestade viria. Algumas pessoas até pareciam se preparar para isso, carregando nas bolsas e mãos guarda-chuvas, que poderiam ser vistos por quem passasse perto. Algumas árvores tinham as folhas levadas pelo vento, que aumentava de segundo em segundo. A tenebrosidade da velha Oakfield, lembrada por Jordana e Emily, se mostrava presente mais uma vez. A chegada delas castigou a todos.

De uma forma ou de outra, o interior da galeria de arte estava aquecido e confortável, de modo que Sam não pretendia sair de lá tão cedo. Apenas de ver o lado de fora, percebendo o caos causado pela temperatura baixa, já fazia com que a moça tivesse certeza disso. Estava bem confortável dentro de seu suéter marrom, além de tudo.

À frente, Lincoln parecia igualmente agasalhado, embora a forma como ele puxava a gola da blusa com força e abanava o tórax deixasse claro que estava prestes a arrancar as vestes, devido ao clima quente do interior do lugar.

Após o encontro com Olivia, os dois retornaram para o estabelecimento e trocaram algumas palavras sobre o estranho comportamento da asiática. Em suma, chegaram a conclusão de que não foi uma escolha sensata sair da cidade. Pela capacidade do maníaco de Oakfield, seria questão de alguns dias até ela ser encontrada e, então, tirada do jogo de vez. Isso assustava a loira, que havia presenciado toda a cena grosseira no meio da rua, como se se sentisse incapaz de mudar o destino de Olivia e, dessa forma, como se fosse responsável se algo acontecesse com ela, em partes.

Contudo, não deixava que essa ideia pesasse sobre sua mente. Culpada ou não, Sam havia feito a sua parte e Olivia tinha idade o bastante para tomar suas próprias decisões e arcar com as consequências de seus atos.

Samantha estava sentada do lado de trás do balcão, na cadeira giratória, de frente para o computador. O equipamento de nova geração exibia em sua tela de alta resolução a linha do tempo do Facebook. Normalmente, Sam organizava seus afazeres de duas formas: quando estava na galeria, estaria disposta a fazer novos projetos e gerenciar o lugar com a ajuda do noivo, enquanto, quando não estivesse, teria tempo o bastante para fazer o que quisesse e relaxar. No entanto, por motivos desconhecidos, a artista parecia estar sofrendo de um bloqueio criativo. Os quadros espalhados pelas paredes ao redor e guardados na salinha dos fundos pareciam estar preenchidos de todas as suas ideias até então. Não conseguia pensar em mais nada em que se inspirar. Talvez fosse a situação da cidade e a pressão sobre si, ligada ao estresse das mortes.

Dessa forma, a loira não se importava muito, naquele dia, em bisbilhotar as publicações de arte na rede social, observando-as com a face estampando o tédio. O dia nada corrido estava acabando com ela.

Do outro lado do balcão, Lincoln parecia bem diferente de si. Apoiado com os cotovelos sobre o plástico, sua face estava rígida e concentrada nas folhas de papel à frente. Os dedos do rapaz careca passavam de folha em folha, deixando que seus olhos articulassem a informação contida nelas, sendo esse o único som presente no ambiente, o de folhas.

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