Segundo Interlúdio - Home Sweet Home

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 ALGUMAS HORAS ANTES DA MORTE DE ZOE CONWAY

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ALGUMAS HORAS ANTES DA MORTE DE ZOE CONWAY

Oakfield estava bastante diferente. Haviam mais prédios do que antes, e os estabelecimentos de café e lugares de recreação cultural pareciam ter duplicado três vezes. As pessoas também eram diferentes, de certa forma. Mas após alguns instantes, Robin notou que não eram as pessoas ou o lugar em si, mas sim, o clima, o peso que recaía sobre todos e sobre ele mesmo. Era mais calmo, menos pesado do que se lembrava. Era o de se esperar, afinal, o passado havia sido deixado para trás.

Robin lembrava-se apenas do medo de virar nas esquinas, e talvez tivesse se acostumado com ele. Agora, com toda a população parecendo mais calma do que o normal, era estranho. De uma forma bem horrível, era como se o desastre tivesse de fazer parte da cidade para que ela tornasse-se normal.

Mas não estava ali para admirar a vista. Havia se segurado a noite toda, de olhos estalados, apenas para que pudesse fazer uma única coisa no dia seguinte. Não tinha dormido nada. Chegou depois da meia-noite, não lembrava-se exatamente a que horas. Por sorte, sua reserva estava guardada num dos hotéis de Oakfield e foi preciso apenas uma troca rápida de informações para que conseguisse a chave de seu quarto. Subiu com pressa, pensando que cairia num dos mais profundos sonos, mas acabou ficando acordado a noite toda e presenciou o momento em que o sol clareou a cidade. Havia, até mesmo, deixado o celular grudado na mão durante a noite, assim, caso fosse morto enquanto dormia, quem o encontrasse também acharia seu vídeo gravado horas antes e ficaria a par da situação.

Estava ali pelo mesmo motivo de antes, e não se arrependia tanto agora que o sol iluminava seu caminho. Parecia menos perigoso, mesmo que de dia tornasse-se mais exposto. Robin achava estranho andar entre todos como um qualquer, pois o pensamento de que uma dessas pessoas poderia ser o assassino não deixava sua cabeça. Não conhecia ninguém ali, então seria fácil que um daqueles rostos inocentes fosse um assassino cruel. Mais do que isso, Robin percebia que alguns indivíduos reconheciam-lhe. Sabiam que era um dos sobreviventes. Chance de morte elevada, pensava.

Naquele momento em específico, estava diante da delegacia de Oakfield. Ficava em um lugar diferente, e precisou de alguns minutos de pesquisa para encontrar a nova localização, ficando um pouco surpreso ao dar de cara uma sorveteria no antigo endereço. Robin tinha em mente procurar pelas sobreviventes, como já era óbvio, e a primeira forma que encontrou foi de falar com alguma autoridade e tentar convencê-la a lhe dar alguma informação sobre o paradeiro de Emily e Jordana.

Haviam alguns policiais espalhados na parte da frente, alguns mexendo no celular, outros tomando café e uns apenas garantindo a segurança do lugar. Parado ali na frente, apenas encarando o prédio do outro lado da rua, Robin percebeu que deveria ser menos esquisito e parar de ficar olhando diretamente para lá, desde que poderia ser confundido facilmente com alguém pronto para explodir uma bomba no interior do local. Assim, mexeu nos bolsos até encontrar o celular e puxou-o para fora. Não estava brincando ao dizer que gravaria toda a ação dos dias seguintes, e por isso ligou a câmera. Disfarçadamente, fingiu mexer no aparelho, quando, na verdade, abria a câmera frontal.

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