2x31 - The Other Side of this Mask: Part 02

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 Suas costas já começavam a doer depois de cinco minutos parado na mesma posição

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Suas costas já começavam a doer depois de cinco minutos parado na mesma posição. Owen encostava a parte de trás da cabeça na mesa de madeira tombada, onde se escorava numa forma de tentar se esconder. O coração continuava acelerado da correria anterior. Os gritos de Tommy haviam desaparecido, e tinha uma grande chance de que o corpo do rapaz estivesse jogado por ali. Tinha uma chance maior ainda de que o assassino continuasse ali, em algum lugar, procurando por ele. E era esse pensamento que o fazia continuar parado, sentado no chão duro e desconfortável, até que uma intuição surgisse e dissesse para si que poderia sair dali pois já estava seguro o suficiente para não receber uma facada na garganta.

Havia desligado a lanterna do celular. O escuro cobria cada centímetro das formas ao redor. Owen tentava controlar a respiração, mas continuava ofegante e assustado. Pela primeira vez, tinha percebido que não tinha coragem para a situação. Após a ligação do assassino e a sua entrada no prédio, uma coragem estranha invadiu seu corpo, mas foi ao ficar cara a cara com a figura encapuzada que notou que aquilo não era para ele. Estava correndo risco de morte e arriscando a única chance que todos os outros tinham de concertar a situação. Não precisava se vingar por Max, pois Emily, Linda, Sam, Tommy e todos os outros fariam isso por ele.

O silêncio aterrador cobria toda aquela área. Até mesmo o arrastar da poeira do chão pela brisa gelada que atravessa o lugar era ouvido. Isso deixava claro que estava sozinho. Owen constatou que o Carrasco não ficaria parado no mesmo lugar por tanto tempo, talvez esperando que saísse de seu esconderijo. Ele era esperto, mas parecia querer que as coisas acabassem logo, então provavelmente já tinha voltado para dentro do hotel ou continuado a perseguir Tommy, isso se o rapaz não tivesse morrido ali mesmo. De uma forma ou de outra, era seguro sair.

Hesitante, virou a tela do celular para cima e, com os dedos tremendo, desbloqueou a tela. A fraca luminosidade que atingiu seu rosto foi o suficiente para fazer o coração de Owen acelerar mais ainda. Deu uma olhada ao redor para se certificar de que continuava sozinho. Achou estar. Não haviam modos de ter total certeza disso, desde que a escuridão era tanta que, se alguém estivesse parado a mais de cinco metros, facilmente estaria escondido nas sombras. Voltou a atenção para o celular e ligou a lanterna, pressionando-a contra a perna antes de tomar alguma atitude.

Naqueles segundos envolto do silêncio e da negritude, respirou fundo, fechando os olhos por um instante, até voltar à realidade e erguer o aparelho, apontando-o para frente.

A visão foi a imaginada: a luz amarelada era engolida pelo breu, desaparecendo após iluminar o chão sujo por alguns metros. O problema era que qualquer um poderia ver aquele ponto de luz a muitos metros de distância, o que deixava Owen em desvantagem, desde que sua própria visão era comprometida pela falta de luminosidade.

— Vamos nessa... — disse para si mesmo, suspirando.

Encontrou as muletas no chão e agarrou no suporte delas. Enrijeceu a perna quebrada para que não a forçasse o bastante e tratou de sair dali. Apoiou a mão que não segurava o celular na borda da mesa atrás de si. Algumas farpas entraram nos dedos e na palma das mãos, mas Owen ignorou tudo isso. Estava disposto a se mandar o mais rápido possível. Não tinha culhões para a situação e, francamente, não se importava de ser tachado como covarde mais tarde. Presava pela própria vida mais do que tudo e era realmente um desperdício ficar ali se arriscando quando não conseguiria ajudar em nada. Poderia até mesmo atrasar os outros caso continuasse ali, por conta de seu estado físico. E isso era inaceitável. Não queria levar à morte de ninguém.

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