21 de dezembro de 2042, domingo.
Alan acordou, passou as mãos nos olhos para desembaraçar sua visão, percebeu que o quarto que estava não era o quarto do hotel que estava hospedado. Passou a mão ao seu lado, na cama, sentiu um corpo coberto por uma grossa camada de cobertor. Levantou-se da cama rapidamente para verificar onde estava, o quarto possuía uma cama de casal, onde estava ele e mais uma pessoa cujo não conseguia ver o rosto por estar coberto totalmente pelo cobertor, no outro lado do quarto estava Nícolas, na parte de baixo da beliche, Jacob estava na parte de cima, com seu braço para fora da cama. O cabelo de Nícolas estava voltando a sua cor natural, de branco estava indo para cinza, nas raíz estava crescendo seu cabelo totalmente preto. Não conseguia ver nada além do braço de Jacob.
Levantou-se para escovar os dentes mas lembrou que não tinha escova de dentes ali, resolveu passar apenas pastas nos dentes com os dedos.
Melhor que ficar com bafo. Pensou.
Conforme ia vestindo sua roupa, a pessoa que dormia ao seu lado ia retirando o cobertor do rosto e abrindo os olhos devagar. Alan notou que o rapaz era loiro de olhos escuros.
— Apaga a luz, Nícolas. Hoje é domingo. – levantou a mão e abaixou, sinalizando para apertar no interruptor.
— Eu não sou o Nícolas. – respondeu o garoto de cabelo marrom, fazendo uma careta. O menino cujo Alan não sabia o nome, sentou-se na cama rapidamente, olhou para a beliche, balançou sua cabeça freneticamente para confirmar se não estava vendo coisas. Ficou alternando seu olhar para Nícolas e para Alan.
— Quem é você e o que está fazendo aqui? – correu e pegou um abajur que tinha ao lado da sua cama, fazendo um baita barulho e retirando da tomada com tudo. Apontou o abajur para Alan que riu e levantou os braços em sinal de rendição.
— Me chamo Alan e não estudo aqui, não ainda. E eu também não sei como vim parar aqui, não lembro de quase nada depois do ultimo gole de bebida que eu tomei ontem. – respondeu. – Ah, e também sou amigo dele – apontou para Nícolas. Ele dormia de boca aberta, a baba molhava seu travesseiro.
— Será que vocês podem calar a boca e ir dormir? – falou Nícolas ainda com os olhos fechados, com voz de sono. Alan riu, o rapaz olhou para ele sem entender absolutamente nada do que Nícolas tinha acabado de falar.
— O que ele disse? – perguntou o menino oriental com cabelo amarelo de olhos puxados.
— ''Calem a boca e durmam'' – respondeu Alan. – Basicamente isso.
— Até dormiria se você não tivesse tirado meu sono. – jogou-se na cama de casal.
— Desculpe, desculpe. – Alan riu. – Qual seu nome?
— Hiroshi, mas pode me chamar de Hiro. Hiroshi é meio complicado de pronunciar.
— Hi-o quê? – Alan apertou os olhos.
— Hi-ro-shi.
— É melhor eu te chamar só de Hiro mesmo.
Ambos riram.
— Todo mundo acha meu nome difícil de pronunciar. Que horas são, sabe dizer? Tenho que ajudar a galera a fazer a limpeza lá fora.
Alan olhou a tela de seu celular, que marcava 11 AM.
— 11AM. – respondeu.
— Então ainda dá tempo. – levantou-se e olhou na janela, havia alunos juntando os copos que estavam enterrados na neve. – Quer ajudar? Ainda tem bastante coisa pra fazer. Esses dois aí – apontou para Jacob e Nícolas que ainda dormiam, despreocupadamente. – Não ajudam nem uma velha a atravessar a rua.
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Impopular (Romance Gay)
RomanceJean se acha insuficiente. Com seus irmãos atuando em filmes, séries e novelas e seus pais já com a vida feita, o jovem ainda está concluindo o ensino médio. Sua família é rica e poderosa, mas Jean não gostaria de ter tudo isso em seu domínio.