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25 de janeiro de 2043, sábado.

         Dizem que quando você se encontra com uma pessoa aleatória em determinados lugares é porque ela talvez fará parte da sua vida, seja como um grande amigo, namorado, ou qualquer coisa. Só basta trocarem suas primeiras palavras. Tipo nos filmes quando o ''seu grande amor'' esbarra com você e derruba seus livros, seus olhares se encontram e tudo acontece.

— Tá achando que isso é alguma exibição pra ficar parando no meio do caminho feito estátua, Noah? – falei, estávamos indo em direção ao dormitório. Acabamos dormindo na festa de ontem de noite, ficamos tão bêbados que capotamos nós dois juntos no college de alguém que a gente nem conhecia.

— Estou apenas te admirando. – disse, enquanto caminhava de costas, ainda olhando para mim.

— Ok, depois você me admira, anda direito. Estou com fome. – falei, o dando um leve empurrão.

— Você quer namorar comigo? – perguntou. Sua pergunta me deixou sem fala por alguns segundos, então comecei a gargalhar. Sabia que o som ecoaria por todos os colleges e acordaria algumas pessoas, mas eu não me importava, estava em pânico para ter que pensar nas outras pessoas.

Depois de algum tempo, parei, recuperando meu fôlego e falei:

— Você não está falando sério, está? – falei, enquanto massageava minha barriga que doía de tanto rir e limpava as lágrimas que desciam dos meus olhos. Aquele não era um bom momento para rir, mas eu tinha dessas. Escolhia as piores momentos para rir.

O loiro desviou os olhos de mim e chutou uma pequena pedra para longe.

— Estava. Mas deixa pra lá. – respondeu, se desviando do caminho que nós dois seguíamos. Pensei em segui-lo, mas descartei a ideia na hora. Ele precisava de tempo para pensar. E eu também.

...

— Ué, cadê sua alma gêmea? – falou Aisha assim que entrei no quarto, ela estava sentada na cama. Havia outra pessoa ao seu lado, estava bem visível que Aisha tinha dormido com ele.

— Aisha, O que conversamos sobre fazer sexo aqui? – sussurrei, com medo que o cara acordasse e escutasse.

— Você pode transar e eu não? – levantou uma sobrancelha e fazendo bico com os lábios, também ficou em posição de deboche.

— Em primeiro lugar eu não transei com Noah, e segundo que nem no nosso quarto eu estava, eu estava no dele. – apontei para a porta ao meu lado, que dava ao quarto do Noah.

— Me engana que eu gosto. Voltando ao assunto, cadê o loiro oxigenado? – riu. Não pude deixar de rir também. Aisha era o tipo de pessoa que arrumava briga com qualquer pessoa possível, no inicio parecia tímida, mas depois que pegou intimidade com todos da universidade, é veneno pra um lado e para o outro. Gosto de sua personalidade.

— Não sei, brigamos. Ele foi pra um lado e eu para o outro. – respondi.

— Brigaram de novo? Qual foi o motivo da vez?

— Digamos que eu recusei seu pedido de namoro.

— Você o que? Está doido? – levantou-se rapidamente da cama, fazendo balançar. Olhei em pânico para o cara que se remexeu na cama, não era um bom momento para ele acordar.

— Ah, você também não. – revirei os olhos.

— Me fala como foi. – me empurrou para minha cama, caí sentado nela. Aisha sentou ao meu lado, apoiando sua mão no rosto.

— Estávamos voltando pra cá quando do nada ele me pede em namoro, começo a rir feito um retardado, perguntei se ele tava falando sério, ele disse que sim e... – respirei fundo. Todo meu ar tinha acabado. – Só.

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