21 de janeiro de 2043, quarta-feira.
Segui meu caminho para fora do nosso complexo. Noah me esperava na porta. Minha redação que eu entreguei há dias atrás foi um sucesso. Tirei nota máxima. Noah disse que queria que eu o ensinasse a fazer uma boa redação. Ele não era muito bom nessa matéria.
Aisha teria aula de introdução ao design, essa semana nós teríamos que escolher uma matéria ''extra'' para estudar, fora do nosso curso. Eu escolhi o mesmo que Noah, não queria escolher uma matéria que eu ficasse sozinho. Aisha é muito boa com desenhos.
Chegamos relativamente ao prédio e seguimos para a sala.
Noah quis ir ao banheiro mais cedo por ainda não ter quase ninguém no prédio. Eu fiquei o esperando no lado de fora.
Imaginei que já tivesse dado o horário e as pessoas estivessem chegando. Eu estava de costas quando uma voz ecoou próximo de mim.
— O que está fazendo aqui, veadinho? – olhei para trás, era um dos amigos de Noah. Estava próximo demais de mim, eu sentia seu hálito quente no meu rosto.
— Estou esperando o.. – quando ia falar o nome de Noah, ele segurou nos lados do meu casaco, me empurrando na parede e me levantando.
— Cale a boca, não mandei você falar nada, sua marica.
A porta do banheiro se abriu, de lá de dentro saiu Noah, assim que viu o que estava acontecendo, ficou totalmente vermelho e empurrou seu amigo, me fazendo cair no chão. Minhas pernas estavam um pouco dormentes.
— Que merda você estava fazendo? – Noah ficou frente a frente com ele, enquanto eu recuperava o ar, no chão.
— Dando uma lição no veadinho ali – apontou para mim.
— E eu mandei você fazer alguma coisa, seu bosta? – Noah deu um soco no peito de seu amigo, que recuou.
— Você tá defendendo ele Noah?
— E se eu estiver? É da sua conta? Sai daqui, se manda!
Dito e feito, o amigo de Noah levantou-se do chão, arrumou sua camisa que ficou um pouco amarrotada por conta do empurrão e foi para o lado contrário do corredor.
— Você está bem? – perguntou, me ajudando a levantar.
— 100%, a não ser minha perna dormente. – ri. Noah também riu. Olhamos ao redor, não tinha ninguém no corredor então selamos nossos lábios em um selinho.
— A aula vai começar, vamos? – estendeu sua mão para mim. Confirmei com a cabeça, peguei sua mão e fomos em direção a sala. Soltamos nossas mãos quando chegamos ao fim do corredor. As pessoas começavam a aparecer aos poucos. Não queria que ninguém soubesse que eu estava namorando, se eu fosse fotografado com outro homem e postado na internet, meus pais iriam surtar. Se bem que eu não estou nem aí para eles, mas penso em minha irmã então decido não fazer nenhuma besteira que possa prejudicar o nome da minha família.
— Que demora foi essa? – sussurrou Aisha para mim e para Noah, assim que sentamos.
— Houve um problema de encanação no banheiro, tive que arrumar. – Noah respondeu.
— Mas você nem está molhado. – Aisha levantou uma de suas sobrancelhas .
— Vem cá, você não era pra estar na aula de design? Está fazendo o quê aqui? – Noah perdeu a paciência, deixando de sussurrar. Não foi muito alto, fazendo apenas que as pessoas que estavam a nossa frente olhassem para trás.
— As aulas extras são depois do intervalo, babaca. – respondeu.
— Aí, eu vou pra lá – Noah apontou para atrás de si, onde estava o seu grupo de amigos. O amigo de Noah que fez a confusão na porta do banheiro não estava presente. Antes de sair, pegou seu dedo indicador, tocou na sua boca e logo depois tocou na minha. Isso era um ato que Noah fazia sempre que estávamos cercados de gente. Sorri.
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Impopular (Romance Gay)
Roman d'amourJean se acha insuficiente. Com seus irmãos atuando em filmes, séries e novelas e seus pais já com a vida feita, o jovem ainda está concluindo o ensino médio. Sua família é rica e poderosa, mas Jean não gostaria de ter tudo isso em seu domínio.