Impopular (Romance Gay)

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11 de março de 2043, quarta-feira.

O meu mundo parou, o que eu não queria que acontecesse, de jeito nenhum, aconteceu. Sentia minhas pernas balançar, meu corpo estava totalmente bambo, podia cair e desmaiar a qualquer momento, senti os braços de Noah me segurando para que não caísse, de fundo escutava a voz de Alexandre gritando com Noah para ele me soltar, as suas vozes foram ficando cada vez mais baixas, até o zumbido ser a única coisa que eu escutava. Minha visão foi ficando turva, como se eu estivesse mergulhado em um lago sujo de olhos abertos. Assim que fechei meus olhos, não ouvi mais nada.

Noah.

Péssimo momento. Péssimo momento para nos beijarmos, péssimo momento para meu cunhado aparecer, péssimo momento para Alan desmaiar, péssimo momento para tudo. Estava tudo errado. 

Alexandre continuava a gritar comigo, mas eu o ignorava. Com seus gritos, chamou a atenção do resto da casa. Em poucos segundos todo o mundo estava na cozinha, eu segurava Alan em meus braços, o carregava para o sofá, enquanto caminhava até lá recebia toneladas de perguntas de o que estava acontecendo ali, não respondi ninguém, Alexandre já estava fazendo isso por mim. Ele não parava de gritar um minuto sequer, eu abanava meu namorado e Aisha tentava dar água para ele. Ele estava me empurrando e me dando socos nas costas, não podia brigar com ele por motivos óbvios. Depois de mais ou menos 5 minutos Alan finalmente acorda, ainda meio desnorteado. Sorri ao vê-lo abrir os olhos.

- O que aconteceu? - perguntou.

- VOCÊ QUER SABER O QUE ACONTECEU? QUER MESMO SABER? VOCÊ ESTAVA AOS BEIJOS COM ESSE MERDA AQUI Ó - Alexandre chegou ao nosso lado, apontando para mim enquanto gritava.

- Calma, cara. - falou Chase, segurando um de seus ombros. 

- CALMA O CARALHO, ME SOLTA, QUE TU NÃO ME CONHECE GRINGO DE MERDA. - falou Alexandre, empurrando Chase, que caiu de bunda no chão. Eu podia aceitar que ele me batesse, mas em meus amigos não. Levantei-me e o empurrei também, que recuou um pouco para trás.

Não demorou para que eu sentisse uma pancada em meu rosto, toquei a parte, senti minha mão molhada, havia algumas gotas de sangue. Lembrei o porque não podia brigar com ele, então só recuei. Alexandre continua na sua pose de briga, ele avançaria em mim de novo caso sua irmã não entrasse em sua frente. 

- Parem com isso. - falou Talita - Ninguém aqui é criança, não precisa brigar, e você - falou para seu irmão - Quer parar com esse drama inteiro? Jean já não é mais criança, ele beija quem ele quiser e você não tem nada haver com isso.

Alexandre bufou.

- Você - falou Talita, para mim, eu limpava o sangue com uma toalha que Chase correu para pegar pra mim. - Sobe com Jean lá pra cima. Vocês dois também, sobe com ele. - falou para Aisha e Chase. 

Peguei Alan no colo, o carreguei até seu quarto, ele estava acordado mas ainda estava tentando assimilar o que tinha acabado de acontecer. Aisha e Chase me seguiam. Ao chegar no quarto, o deitei na cama, mas não quis ficar deitado. Ficou andando pelo o quarto, olhando para o teto com as mãos no rosto. Eu o pedia para se acalmar, mas ele me ignorava.

- Alan? - perguntei.

- O que é Noah? Me deixa em paz! - respondeu, se jogando na cama, de costas para mim. Levantei as sobrancelhas.

Minutos depois Talita entra no quarto, Alan levantou rapidamente, ficando em sua frente. Talita o abraçou. Alan começou a chorar.

- Você promete que não vai ficar com raiva de mim? - perguntou.

- Por que eu ficaria com raiva de você? Eu já sabia sobre vocês dois.

-  Como? - foi minha vez de perguntar.