Impopular (Romance Gay)

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23 de dezembro de 2042, terça-feira.

     Aisha dormia, seus cabelos estavam presos com um elástico, nosso companheiro de quarto não havia chegado ainda. Nesse meio tempo lembrei que não tinha falado a Nícolas que eu tinha feito a entrevista, muito menos que tinha conseguido entrar em Yale. Saí do dormitório, ao descer as escadas, reparei em um papel que havia na porta do dormitório que ficava embaixo do meu:

          Atenção

Houve um pouco de vômito aqui na noite passada. Pode estar fedendo, vou limpar mais quando voltar da aula, desculpem.

   - Zach.

Ri, tampando o nariz. Ainda estava fedendo, como ele disse.

Iniciei uma ligação de vídeo com Nícolas, que não demorou muito para atender. Ao fundo podia ver que ele estava no mesmo refeitório que fui na primeira vez que estive em Yale, um pouco longe do meu college, mas irei fazer esse sacrifício. Preciso falar para todos que consegui a vaga em Yale.

— Tenho boas notícias. – iniciei a conversa. Assim que Brianna e Jacob ouviram minha voz, colocaram o rosto na chamada de vídeo, tampando um pouco a cara de Nícolas.

— O que? Fez oral em alguém? – todos os três riram.

— Quem me dera, mas não. – então ele se lembrava da noite da festa, mesmo estando tão bêbado? Interessante.

— Por um acaso você está aqui em Yale? – perguntou Jacob. Percebi que ele não estava tão tímido desde quando o conheci. Isso era bom.

— Estou indo para o refeitório que vocês estão. – respondi.

— Espero que não esteja com fome, só começam a servir a partir das 5PM.

— Tudo bem, não estou com fome. Estou chegando próximo e vou guardar o celular, minha mão está congelando. – falei e desliguei a ligação. Antes de guardar o celular olhei a hora. Pus o celular no bolso do moletom de Yale que recebi assim que acabou o sorteio dos colleges, escolhi um de cor preta com o nome Yale em branco. Moletons pretos eram mais difíceis de manchar.

Durante o caminho para chegar ao refeitório vi alguns alunos saindo da universidade com suas malas, indo comemorar o natal com a família, suponho. Durante o sorteio também falaram que eles costumam comemorar o natal. Outros alunos já estavam decorando as árvores sem folhas com bolinhas e com pisca-pisca.

O refeitório que Nícolas estava, estava totalmente vazio. Muito de longe consegui ver os cabelos luminosos de Brianna, Jacob e o Nícolas. Ao chegar perto deles notei a expressão de surpresa de todos. O olhar deles estavam totalmente focados no meu moletom.

— Não brinca – expressou Brianna ainda com a boca aberta.

— O quê? Eu não disse nada. – ri

— Você conseguiu entrar na universidade?

— Não está vendo, idiota? Ele está usando o moletom, é óbvio que ele conseguiu entrar. – disse Nícolas dando um tapa na cabeça de Jacob.

— Sim, eu entrei. – sorri. Apenas Brianna levantou e me deu um abraço, também me dando os parabéns.

— Bem vindo ao inferno. – comentou Nícolas enquanto Jacob dava a última mordida em sua fruta.

— Ué, porquê? – perguntei.

— Você não vai ter mais vida. – disse Jacob.

— Mas toda universidade é assim, e eu estou ciente.