Impopular (Romance Gay)

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21 de março de 2043, sábado.

Tinha acabado de acordar e ainda não tinha notícias de Chase e de como ele estava. Meu namorado dormia ao meu lado, encolhido. Tive que dividir a cama de seu melhor amigo com ele pois meus irmãos ficaram com nossa cama nesta noite. Era arriscado demais eles terem que voltar para o hotel no mesmo dia do caos que estava acontecendo. 

Levantei e observei os dois, Talita estava dormindo desde ontem de tarde, estava exausta. Meu irmão estava de barriga pra baixo e seus braços estavam do lado de fora da cama. 

Escuto o celular de Noah vibrar, ele se estira, procurando seu celular ainda com os olhos fechados. Sem sucesso, eu caminhei até ele e o entreguei o celular que estava no chão. Sorriu pra mim em agradecimento e atendeu o celular. 

- Alô? - falou, ainda com a voz falha. Esfregava seus olhos enquanto bocejava. O percebi mudar a postura no mesmo segundo que a pessoa do outro lado da linha começou a falar. Por mais que escutasse o murmúrio eu não entendia nada. - Beleza, tudo bem. Não sai daí, já estou indo. - Noah respondeu, jogando seu celular na cama e levantando rapidamente. Usava uma bermuda branca e seu peito estava nu. Correu para o banheiro, escovando os dentes rapidamente e molhando seu cabelo. 

- Pra onde você vai? - perguntei, chegando próximo.

- Indo encontrar Chase. - sussurrou, para que meus irmãos não ouvissem. 

- Eu posso ir? 

- Claro, se veste aí. 

Assim como ele eu entrei no banheiro rapidamente para fazer xixi e escovar os dentes. Nesse meio tempo meu namorado já estava na porta me esperando com seu boné, óculos escuro, regatas e uma calça moletom. Assim como ele eu coloquei uma calça, camisa de manga cumprida e óculos escuros. Ao chegar na porta Noah estendeu a mão para que eu segurasse. Descemos as escadas de mãos dadas e fomos em direção a pista principal para pegar um táxi.

...

Chase estava sentado no lado de dentro de um restaurante vazio, conseguimos vê-lo pelo lado de fora através do vidro. Estava mexendo em uns papéis quando entramos. Noah deu um beliscão em seu ombro assim que chegamos ao seu lado. Reclamou da dor, esfregando sua mão no local do beliscão. Sentamos na mesa, Chase deu uma arrumada rápida nos papéis, colocando na cadeira ao seu lado. Fui obrigado a levantar as mangas da minha camisa pelo calor que fazia aquela manhã. Noah retirou seus óculos escuros e aproveitou para retirar os meus também. Me deu um selinho logo após. 

- Então? - falou meu namorado, cruzando seus dedos na mesa, olhando em direção ao seu melhor amigo.

- Então que eu acabei de pegar os exames, mas não estou entendendo nada. - respondeu, colocando todos os papéis na mesa novamente, espalhando. Consegui contar mais de 10 papéis.

- Que exame gente? - perguntei.

- Eu o forcei a fazer novamente o exame de espermograma, mais de uma vez na verdade. 

- Exatamente, esse desgraçado me fez gozar em quatro potes diferentes pra mandar para análise, mas eu tenho certeza absoluta que eu sou infértil. Você não lembra daquela queda de cavalo que eu tive no outono de 2030, Noah?

- Claro que eu lembro. Agora me dá isso aqui. - retirou os papéis do seu lado da mesa e o vasculhou. Passava seus olhos rapidamente, tentando entender o que estava escrito, mas sem sucesso. Retirou então seu celular do bolso e tirou uma foto de cada folha, o vi encaminhar para uma pessoa e guardou novamente. - Pronto, agora é só aguardar.