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12 de janeiro de 2043, segunda-feira.

Noah.

       O jantar de ontem que tive com Alan foi incrível. Conversamos sobre nossas vidas, em nenhum momento algum de nós dois ficamos em silêncio, tivemos assuntos para a tarde e noite inteira, nossa conversa estava tão boa, mas tão boa, que chegamos lá por volta de 2PM e só voltamos as 9PM.

Estava na sala, com meus amigos. Olhava para Alan a cada 10 segundos, mas ele nunca olhava pra mim. Estava concentrado demais na aula para prestar atenção em mim. Estou triste com isso, queria sua atenção, mesmo de longe.

— Essa aula demora uma eternidade, mano do céu. – disse Nich, o meu amigo mais recente, Nich é apenas um apelido que eu resolvi dá-lo. Eu não gostava do seu nome verdadeiro.

— Nem me fale, parece que a hora resolveu se atrasar um pouco. – falou também um de meus amigos.

Estou em Yale há mais de um ano, e nunca havia sentido atração por garoto algum. Alan foi quem me despertou esse desejo, seu jeito era diferente de todos os meninos que já conheci. Meu término não foi um dos melhores possíveis, terminei com Sarah na última festa para que eu pudesse ficar com Alan em paz. Falei para ele que tinha terminado antes e que meu relacionamento era aberto. Nenhuma dessas duas coisas era verdade. 

Não vou falar que me apaixonei por Alan assim que o vi, achei que ele seria só mais um novato que eu iria atormentar, mas acabei sendo laçado por ele com seu jeito marrento. Todas as noites que vou dormir eu penso nele, em seus cabelos rosados, seus lábios carnudos, suas costas largas, seu cheiro..

Sou tirado dos meus pensamentos quando Chase, meu melhor amigo, me dá um beliscão no braço.

— Que foi, cara? – massageei a área, não doeu muito, mas sou bom em fazer um drama.

— Seu celular. – apontou para o telefone que estava em cima da minha mesa, vibrando. Era um número desconhecido.

— Professor, posso? – levantei a mão, segurando o celular, para que ele pudesse ver que eu estava recebendo uma ligação.

— Sem demorar. – respondeu.

Levantei-me, subi as escadas e fui em direção a porta que dava no corredor de salas. Senti o olhar pesado de Alan sobre mim enquanto caminhava.

— Alô?

— Oi, é Noah? – uma voz feminina saia do meu telefone.

— Sim, com quem eu falo? – perguntei.

— Aubree, nós transamos faz algumas semanas, você disse que ia me ligar, mas não me ligou. Daí resolvi eu mesma te ligar.

— Quem te deu meu número?

— Isso importa? – ouvi risadas de outras garotas.

— Óbvio que importa.

— Não vou dizer, a não ser que você transe comigo de novo.

— Não estou afim. E não me ligue de novo.

— Porque você não fala direito comigo? Eu tenho fotos suas, posso jogar na internet há qualquer momento. – mais risadas.

— Todo mundo tem, ô sua piranha. Faz o que você quiser, não estou nem aí.

Desliguei o celular, colocando-o no bolso. Entrei na sala pisando forte. Todos olhavam para mim, inclusive Alan e o professor. Mas não interrompeu sua aula por minha conta, todos já estavam acostumado comigo. Eu era meio explosivo as vezes.

Era só o que faltava, me ligando uma hora dessas me chamando para transar e me ameaçando. Ela não sabe com quem estava se metendo, mas não estava mesmo.

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