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28 de dezembro de 2042, domingo.

      Domingo. Dia de ficar com a cara pra cima o dia inteiro, levanto e vou lavar o rosto. Ao sair do banheiro vejo que chegou uma mensagem no meu celular. Olho e vejo que é Nícolas, perguntando se está tudo bem comigo. Respondo que sim.

Aisha não estava no dormitório, nem Noah. Aproveitei esse momento para estudar um pouco, em Yale você não passa muito tempo em sala, porém você tem que passar o dobro de tempo estudando no lugar que estiver.

Ouço o barulho da porta sendo desbloqueada. De cara vejo Noah com seus cabelos loiros jogados para o lado, atrás de si vejo três de seus amigos, todos rindo, como sempre. Ao entrar eles não olham pra mim, nem falam comigo. Foram direto para o quarto de Noah.

Ótimo, resolveram parar de me atormentar finalmente. Pensei.

A sorte deles não terem falado comigo foi grande, mas o barulho que estavam fazendo era pior. Colocaram uma música em uma caixinha de som no volume máximo e ficaram gritando enquanto ajudavam Noah a arrumar o seu quarto. Achei melhor ir para a biblioteca.

Saí do college, fui em direção ao hall de estudos, estava fazendo 12ºC naquela manhã. Não havia muitas pessoas na área da biblioteca, as pessoas usavam o domingo na maioria das vezes para descansar. Já que na segunda, a rotina de estudos retornariam. Eu descansei o suficiente ontem. Precisava fazer algo de útil hoje.

Subi as escadas para chegar finalmente a biblioteca. No térreo não havia quase ninguém, no outro andar havia no máximo, pelo o que eu consegui contar, quatro pessoas.

Dentro da biblioteca havia escadas próximo as paredes, que dava a um mini-andar e também para as outras prateleiras de livros. Havia um garoto lá com seu caderno aberto e usando fones de ouvidos. No meio da sala, tinha uma mesa grande, com lugar para mais de 30 pessoas. Fiquei por lá, abri meu caderno e comecei a fazer a revisão. 3 dos alunos que estavam por lá, saíram. Deixando só eu e o garoto que estava no mini-andar lá. Nem a senhora que ajudava na pesquisa dos livros estava presente. Hoje devia ser seu dia de folga. Sou retirado de meus pensamentos quando o garoto deixa seus fones de ouvidos caírem, fazendo um barulho que ecoou por toda biblioteca.

— Desculpe. – o ouvi sussurrar, lá de cima.

— Sem problemas. – respondi.

— É que estou tendo problemas com essa matéria, acabei me estressando.

— Acontece comigo as vezes também. – nós dois rimos. – Está afim de ajuda? Posso ajudar, talvez.

— Ahm, não sei. Acho que você não entende esse assunto. Nem eu que estou aqui faz mais tempo consegui aprender o suficiente. – disse.

— Seria uma pena se você não quiser me mostrar e eu souber o assunto.

Ele não falou mais nada, desceu as escadas com seu caderno aberto e seus fones jogados aos seus ombros, nesse momento não estávamos mais sussurrando já que não havia mais ninguém além de nós dois na biblioteca. O garoto sentou ao meu lado, jogando seu caderno em minha frente, nele havia uma fórmula escrita com caneta azul, e vários cálculos feitos de lápis espalhados pela folha. Todos haviam um X gigante em cima de cada cálculo feito. Todos errados, provavelmente.

— Bom, esse assunto eu realmente não sei. – expliquei.

— Viu? – apoiou suas mãos em seu lado esquerdo do rosto.

— Mas podemos aprender juntos, vem cá.

Peguei em sua mão e o arrastei para a sessão de química. Ficamos caçando o livro que tinha o assunto que ele estava tentando aprender. Os livros de Yale eram bem mais complexos e completos que vídeos-aulas. Ali tinham livros que os próprios escritores tinham feito exclusivamente para a universidade. 

Após poucos minutos procurando, finalmente achamos. Voltamos para a mesa e lemos juntos cada parágrafo em voz alta. Existia mais de 10 maneiras de responder com aquele cálculo. Rapidamente conseguimos responder a questão que o garoto estava preso. Percebi que ele já tinha acertado a questão em um cálculo jogado em meio a tantos em seu caderno, mas ele nem tinha concluído achando estava errado, um X estava marcado.

Nos apresentamos depois de ter terminado o exercício com ele, disse que se chamava Jordan e que ficava em Saybrook college. O college ao lado do meu. E que poderia chamá-lo quando precisasse de ajuda com alguma matéria que eu tivesse dificuldade. Disse também que tinha que descansar já que estava desde cedo tentar terminar a questão. Respondi com um aceno de cabeça e um sorriso. Jordan retribuiu o sorriso, agradeceu novamente e sumiu enquanto descia as escadas. Fiquei estudando por mais uma hora. Saí de lá já era hora do almoço.

Me dirigi ao refeitório do Old Campus, onde cabia todo o mundo da universidade. Por lá encontrei Nícolas, Brianna, Jacob, Aiden, Aisha e até o desgraçado do Noah. Felizmente estava do outro lado do salão. Espero que o mesmo não tenha me visto.

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