A Matadora de Aluguel

Capítulo 20 | Temporada 2

Continuação

Pelas pequenas aberturas do caminhão eu olhava a base de armas com um certo brilho nos olhos.

O lugar podia ser facilmente confundido com uma fábrica qualquer. Os muros de cimento pichado, com arames farpados em cima, transmitia um ar de morte. Mas infelizmente, esse seria o único ar que o lugar teria em alguns minutos.

Os portões de ferro se abriram e a arma em minha mão quase se fundiu na minha pele de tanta pressão.

Um guarda apareceu no canto e o caminhão andou um pouco mais para frente até esse homem, com certa tranquilidade.
Victor, que está dirigindo, conversar algo em tom baixo com o guarda e em questão de segundos entramos com mais 3 caminhões na base.

A movimentação do caminhão é reduzida e pelos sons de fora tínhamos parado na garagem de despejar.
Ficamos parados por 5 minutos, quando foram emitidas duas batidas na parede de alumínio da carroceria.

Hora do show...

Saímos do caminhão em fila e passando por corredores mal iluminados, chegamos no galpão principal de armas.

Tudo aconteceu muito rápido.

Victor estava conversar com um homem, que por sinal estava apontando uma pistola em sua testa, quando das quatro entradas do galpão saem mais de dez homens cercando o cômodo. E no meio deles, lá estava eu, pronta para disparar com a minha metralhadora.

Em questão de segundos o homem abaixa a arma e todos os trabalhadores do local levantam a mãos em rendição.

Victor parece pedir as chaves do local, enquanto passo meus olhos por todos, mas duas pessoas me chamam atenção.
Dois adolescentes com aparências semelhantes estão me encarando fixamente, e os rosto familiares me fazem sair da realidade.

Eu conheço eles...

Uma pessoa me empurra, xingando e vejo o meu grupo andando para dentro de um dos corredores.
Me apresso e entro no corredor, mas perco de vista o grupo que deveria seguir.

- Merda, Scarlett...- sussurro.

Victor vai ficar furioso comigo quando souber.

Dou meia volta, indo em direção ao galpão, mas vejo um borrão no corredor do lado e sem pensar duas vezes vou em direção aos passos pesados e rápidos do fugitivo.

Quem quer que seja não deveria estar fora do galpão.

Sem perceber estou correndo atrás de uma sombra que depois se transformou em duas. E cada vez mais perto estou.

Os passos se interrompem e no final do corredor sem saída, lá estava os dois adolescentes de antes me encarando, ofegantes e esperando alguma reação.

Disparo na direção dos dois, mas surpreendentemente o garoto tira uma espada da cintura e bloquea minhas balas em pleno ar.

Tá bom...ok, não será tão fácil como eu achava...

Saio atirando em sua direção, enquanto noto a movimentação da irmã entrando numa porta qualquer.
Ele consegue me impedir com sua espada, quando a munição acaba e corro em sua direção com determinação para alcançar os dois.

No meio do caminho ele lança duas facas em minha direção e esquivo sem dificuldade, mas dando tempo para ele passar pela porta.

Retomo minha corrida e arrombo a porta, entrando no cômodo fechado.

Mesmo sabendo que estava desprotegida sem arma, procuro por todo o cômodo um esconderijo ou uma saída para onde eles poderiam ter ido.

O lugar era aberto como uma sala de estar, mas sem mobílias. Havia curtinas mas sem janelas para poder pular. Sem portas eu olhei para o chão em busca de algo.
O enorme tapete me chamou atenção, e sem demora eu retirei na tentativa de encontrar algo, e por sorte havia conseguido.
A abertura no chão de cimento tampado com madeira mostrava para onde eles tinham ido.

Estava pronta para abrir quando o silueta de alguém apareceu e meus olhos focarão o homem na minha frente.

- Está procurando alguém? - pergunta Matteo.

(...)