A cadeira tornava-se, a cada segundo, mais desconfortável. As horas, eternas; o local condenado aos movimentos análogos, um loop. Gostaria, em um momento de consciência, estar em sua casa, pintando as marcas deveras marcantes, porém, em sua antiga vida, o antigo Taehyung. Isso era mau, certo? Não sabia a resposta. De verdade, não sabia. Toda alegria que tivera até o momento fora, de fato, incontestável, entretanto, a mudança era algo de pela qual orgulhar-se-ia? Se houvera respondido, não tinha certeza. Uma pena. Ora, a resposta estava – está e continua a estar – bem ao seu lado, debruçado aos seus ombros, repousando serenamente pois, encontrava-se perto, o pedaço de conforto. Próximos, mas as mãos não se tocavam – não em público. O fitou ladino, as mãos em seguida, a imagem plena de um cabelo escuro; o compreenderia – notava. Havia algo que descobriria no momento certo; esperaria por isso. Sorrira da situação; conquanto a luz adentrava a porta detrás, aquecendo-o, transformando a ausência em reflexos na vidraça. O dia finalmente despertava, assim como Jungkook.
Não se movia, endireitava-se; apenas piscava deliberadamente se acostumando com a luz que invadia suas córneas. Sentia firmeza na parte direita de sua cabeça, a qual debruçava-se; firmeza essa que comunicava confortabilidade; para ele, porém. Permaneceu naquela posição um instante, aproveitaria esses pequenos instantes próximos o bastante para tocá-lo e apreciá-lo. Matutava se, e isso é um grande "se", Taehyung cogitaria em apoiar sua cabeça sobre a dele como modo de afeto ou, simplesmente, querendo senti-lo. Mas nada sentiu, talvez – e pensar nisto o depreciava – estariam se afastando ou, infelizmente, nunca chegavam perto o suficiente o quanto esperava. Havia uma dúvida em si também. Bufou e endireitou-se coçando o olho como um costume, o sono ainda era pesado sobre as pálpebras que as forçavam a fechar. Podia sentir o fitar de Taehyung conquanto despreguiçava-se – esticando os braços e torcendo um pouco as costas -, observando-o detalhadamente, esperando um "bom dia" ou algo que se aproximava disso, entretanto, não era um. O encarou, todavia, a felicidade não passava por aqueles olhos. Queria aproximar-se o bastante para beijá-lo e transmitir que a situação que se encontravam a de resolver-se. Colocando o mundo aos seus pés.
Passava o olhar sobre todo o complexo e não encontrava as pessoas de anteriormente. Foram todos atendidos ou – outra opção - desistiram pela ocorrência de não serem acolhidos. Pelo país que estavam, porém, apostaria na primeira. Apenas, um. Salvo, eles, claro: Jin. Um aspecto cansado, ombros jogados afrente, os olhos delicadamente escuros e a cabeça pendida para baixo como se não conseguisse lutar contra a gravidade, clamando-a para baixo. Da ocorrência anterior, aparentava-se mais calmo, sua meditação clara e leve – ou o sono que o dominou por completo. Minimamente, encarava o elevador e as pessoas que dele saiam, nenhuma o agradava – notava Jungkook -, talvez estivesse esperando uma em especial – e assim estava. O elevador fizera um som baixo, o anúncio que tocara no andar. À porta, ao abrir, evidenciava a imagem de Jimin. Um Jimin sorridente.
A porta mal acabara de abrir-se e Jimin já caminhava para fora do elevador. Parecia estar animado. Boas notícias? – imaginava. Não pareciam ser os únicos espantados em vê-lo; daquela forma, digo. Jin endireitou-se no momento que o avistou e soltou um pesado ar pelas narinas e pôs-se de pé. Nos primeiros momentos, ficou calado observando Jimin alguns passos ao longe. Havia algo naqueles olhos que Jungkook estaria deixando passar, ou após o ocorrido, estaria julgando além do necessário. Não, não deveria sequer cogitar em julgar alguém. Taehyung não se surpreendera em demasia, encontrava-se feliz, claro, pelo amigo que aparentava-se estar melhor. Mas preocupava-se assim mesmo, afinal, eram apenas aparências. Jin pôs-se a frente e, em passos demorados, cogitava em ir embora. Apenas agora, porém? Vira o que viera ver. Virou-se, antes de partir por completo, e fitou-lhes – Jungkook e Taehyung -; a boca parecia querer abrir e os olhos compartilharem alguma coisa, todavia, desistiu. Não queria dirigir-lhes a palavra, não que houvesse algo de grave, apenas estava coberto pelo cansaço. Sumira lentamente detrás da porta. Sua atenção fora roubada pelo barulho de passos: Jimin jazia, por fim, no lobby.
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I HEAR YOU
Fanfic~ TAEKOOK FANFICTION ~ Completa. Taehyung gostaria de ouvir os batimentos do coração de Jungkook, mas como poderia? "Tudo se esvaiu e Taehyung se encontrara novamente na calçada daquele supermercado, Jimin ao seu lado balançando os braços...