- Como é estranho – dizia fitando o cadarço desamarrado -; não me sinto bem fazendo isso. É como se algo –
- Se opusesse de você – completava a frase distraído, encarando o grande prédio afrente. Jimin, logo, o viu; os cabelos dançando tímidos com a brisa. Respiravam, ambos, profundamente o ar puro daquela manhã. – Infelizmente – continuou simpático -, você precisa vê-lo; acredite – pousou sua mão sobre seu ombro -: parece ruim agora, mas, depois, as coisas se ajeitam – Yoongi disse. Encarava aquele olhar de apreço e continha, também, medo, porém, não o forçaria; chegara perto o suficiente e deu-lhe um abraço demorado. – Você consegue – finalizou sorrindo. Nada disse o outro; era o medo, grande, do inesperado. Engoliu em seco e atreveu-se a ir; um passo afrente, entretanto, e hesitou completamente, pois vira que não estava sendo acompanhado:
- Vamos? – desapontou-se, Yoongi, porque a resposta não iria ser de bom agrado. Jimin se preocupou ao vê-lo encarar o chão em desdém. – Suga? – o chamou.
- Eu não posso – levantou o olhar marejado –, eu não posso entrar lá; você sabe. Pronto, a memória atingiu-o como um raio no topo do edifício mais altivo. Bufou, em desapontamento, porém, era compreensível. Não que o proibissem de frequentar o local - isso seria cômico -, ele, por outro lado, simplesmente, não o quer; o passado dele era fixo àqueles espaços, aos móveis, nos corredores e assentos. Todo "algo" que estivesse adormecido, acordaria, assim que passasse da porta, arranjando as maiores das badernas em sua mente. – Eu – a voz saia embargada no início, entretanto, se compôs -... Eu vou te esperar aqui. Jimin sorrira ladino, compreensível; por que obrigá-lo-ia? Existia – e ainda há – pensamentos e recordações que o incomodavam, então, se o gostava, por que fazê-lo passar por isso? São raciocínios simples que outros casais deviam fazer – cogitava assim -; talvez, por isso, que muitos não são deveras duradouros. Seguia para a porta principal e fora impedido, novamente, pelo outro: - Seu cadarço – os dois fitaram ao mesmo tempo. Ouvia-o agradecer conquanto amarrava-os e, não obstante, aquela voz o fazia bem; orgulhoso. Não tinha dúvidas, os sentimentos eram tantos que, sabendo não dizer quais eram, era o mais forte e, com certeza, puro de todos. Sorria ladino vendo-o caminhar.
Os passos eram incertos mesmo sabendo o caminho, os degraus. Não queria sentir-se tão distante visitando seu próprio pai que, aliás, não passava de um estranho. Poderiam perguntá-lo se se arrependia de algo naquela mocidade e nenhuma resposta caberia, ao pai, citar. Como Yoongi o alertou, todavia, esses sentimentos são momentâneos e, depois, o que sobra é o arrependimento ou o agradecimento. Por enquanto, nenhuma das emoções o tocavam em seu íntimo e essa confusão martelava em sua mente. Havia esquecido, por um mínimo momento, daqueles impasses de sua vida e, como um novo capítulo, coisas boas estariam acontecendo; conhecendo pessoas novas, aventurando-se em passeios que nunca imaginou fazer, mas, afinal das contas, tudo voltava-se para a família – ponderou. Soltou um ar denso abrindo a porta.
Nada de diferente, nada como se tivesse afastado por dias. Abraçou-se para apartar o frio e o olhar permutava da esquerda para a direita; procurava alguma característica díspar apenas para entreter e despistar seus pensamentos brutos. Avistava, somente, pessoas, outras dormindo – provavelmente viraram a noite -, outras cochichando. Ia afrente, entre as cadeiras, para a recepção com grandes vidraças, agora, limpas - isso o impressionou -, contudo, a corpulência, em trajes esbranquiçados, chamou-o a atenção; o mesmo médico que o recebera noutro momento estava encarando-o, prostrado ao lado do elevador, esperando para que os olhos se encontrassem, como agora, para que o chamasse com a mão. Ótimo – falou baixo e fora chegando perto de ele. Educado – como fora ensinado -, curvou-se e ele, Namjoon, assentiu. Não parecia, de longe, com o olhar perdido, demasiadamente cansados e com a roupa surrada; seus olhos brilhavam com um certo efeito e não era, infelizmente, devido á, reluzente, luz. Havia um certo pesar. Droga – concebeu.
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I HEAR YOU
Fanfiction~ TAEKOOK FANFICTION ~ Completa. Taehyung gostaria de ouvir os batimentos do coração de Jungkook, mas como poderia? "Tudo se esvaiu e Taehyung se encontrara novamente na calçada daquele supermercado, Jimin ao seu lado balançando os braços...