Chapter XXIII

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      4:56 A.M. Esta era a hora que o relógio marcava persistentemente; Jungkook encarava-o esperançoso, acreditando de que o faria avançar a sua influência; saírem dali. Quem dera se pudesse. Na verdade, gostaria de poder voltar no tempo. Onde fora que tudo começou a sair dos eixos? Esse sentimento nostálgico jazia consigo há um tempo, atormentando seus sonos, seu perfeito juízo; talvez nem tão perfeito assim. Sobre algo tinha certeza – ou quase -, não mudaria o fato de ter esbarrado nele: Taehyung. Por que pensaria nessas coisas? De certa forma, se a vida de Jungkook seguia fora dos eixos, ele a fez voltar precisamente.

      Sentiu-se com saudades – ou algo mais que palavras não conseguem definir -, uma enorme vontade de estar próximo; inexplicável para aqueles que nunca amaram. Limpou a garganta e pousou seus olhos lentamente, em direção à porta principal, para fita-lo mais uma vez, provavelmente irritado. Porém, Taehyung não estava lá. Esforçou-se para ter certeza que seus olhos não o enganariam, ou o sono que se encontrava presente. Não, ele havia sumido de fato. Devo sair para procura-lo? Um pensamento tanto quanto desesperado e afoito; talvez estivesse no banheiro, ou fora beber água. Talvez.

      Enquanto premeditava o que acontecia, olhares cortantes encontravam os seus; o que parecia um incomodo. Piscou voluntariamente, e, sentando-se adequadamente na cadeira, voltou-se para à frente pensativo: não conseguia entender o porquê de ter alarmado-se tanto - seu coração era a maior prova -; quem sabe já se acostumara com a presença dele. Não faz tanto tempo, sabia disso, mas algumas situações ligam as pessoas mais que o próprio tempo, certo? E esta não era uma exceção. Sua atenção, subitamente, fora desviada com o som agudo que vinha do seu lado esquerdo; a porta do elevador abrindo-se. Aquele médico – pensava Jungkook enquanto assistia-o caminhar para dentro do lobby. Parecia calmo, isso era bom – acreditava.

      - Doutor! – Escutou a voz em tom de surpresa, ofegante vindo do outro lado do local. A voz que chamara a atenção de todos, mas não parecia importar-se com tal detalhe. Jin vinha ligeiro para perto dele, como se outros não conseguissem ouvir toda a conversa "privada". – Como ele está? – Questionava com as mãos juntas, apertando umas as outras, contendo-se. De quê, Jungkook refletia.

      - Desculpe, mas – pronunciava juntando alguns papéis e retirando-se – apenas para familiares.

      Jin fora deixado para trás. Era possível ver seus olhos brilhando sob a luz das lâmpadas que emitiam do teto. Lágrimas, precisamente. Jungkook ficara curioso, por que um simples professor estaria tão tocado com algo que não o implicasse tanto?

      - Namjoon! - De repente, antes de Jungkook concluir sua linha de pensamento, Jin alarmava o nome que fizera o médico parar imediatamente e os seguranças próximos ficarem atentos devido o barulho. – Eu... Eu – Gaguejava movendo-se inquietamente – preciso saber, por favor. – O doutor permanecia imóvel, como se qualquer ação que executasse não seria uma boa ideia. Jin respirava arduamente; uma bomba prestes a explodir com algumas lágrimas evidenciadas sobre suas bochechas naquele momento.

      - Nam... – Prestes a gritar novamente, Namjoon dera meia volta e, com passos largos e determinados, fez Jin hesitar; assustar-se é a palavra. Parando bem próximo dele, encarando-o com certa crítica – repreendendo-o - fazendo o ambiente ficar tenso, à espera de uma briga ou algo pior devido ao estado de Jin. Todavia, nada ocorreu. Jin parecia em choque, parado, fixo naquele olhar. O médico assentiu, como se a mensagem fora, ou iria, de certo modo, ser passada depois. Quaisquer que sejam, Jin parecera entender pois, alguns segundos depois, estava assentado novamente, afrente de Jungkook, quieto, fitando o chão e o médico partia para os fundos, com um ar frio no rosto ou ar profissional. Depende como se encara a situação.

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