Chapter XVI - Part One

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      Sentia que deveria parar. Seguir em direção oposta. Retornar - não compreendia o porquê -; faltava algo que, agora, é essencial. Desacelerava-se com os olhos para o chão; pensativo, a mente distante dali. A brisa ricocheteava em seus cabelos, os raios solares acariciavam sua face. Aspirava o ar em conjunto. Não conseguia fazer uma escolha; seguir em frente era uma opção? Aquela sensação incômoda como algo - ou alguém - deixado para trás; o motivo, ausente.

      Flutuando em pensamentos - parado -, sequer se dera conta que os carros estavam passando em sua volta. No momento, considerado um suicida, no meio de uma larga estrada; numa intercessão. Claro, os motoristas estavam furiosos, gritando e xingando-o com suas buzinas em melodia; tudo bem, ele não podia ouvir nada disso, porém não se alegrava com a ideia. Quando não se ouve nada desde o nascimento, qualquer som é como um cântico.

      Em piscadas bruscas, apresentava-se lá outra vez, de pé, na cidade, no centro das atenções, literalmente. Virando-se várias vezes para ter certeza donde havia parado, em um lugar completamente novo, como um louco. Era apenas esperar uma brecha e seguir - ou voltar, ainda não havia encontrado a resposta. Entretanto, suas pernas o enganavam, não conseguia. Começara a inalar mais ar do que o normal, um peso incomum sobre os ombros - sem pânico... - Taehyung pensou repetidamente. Ninguém se preocupava; não se importavam, a conclusão era simples.

      Ao longe - não o bastante -, caminhando com uma certa pressa: Agatha. Passava por ali diariamente, e sempre com pressa. Na verdade, hoje em dia, quem não está? Altos ruídos desviavam sua atenção, era irritante. De propósito, seus pés foram diminuindo na urgência. Distinguir o problema fora fácil; uma pessoa parada em meio a tanto carros. Hm, comum - disse ironicamente. Os olhos apertaram-se chamando por nitidez, era um bom esforço. Uma sensação de familiaridade por um curto período de tempo, até espantar-se com o inesperado. Queria gritar o nome - ainda um estranho, todavia não a iria ouvir; a causa, compreensível. Queria apenas tirá-lo dali.

      Sentira um peso peculiar no ombro direito, virou-se ligeiramente encontrando um rosto que não o era estranho - tinha certeza -, mas não conseguia lembrar-se do nome, mesmo se quisesse. A agitação era constante, intensa. A memória do ocorrido daquele dia... Jungkook, e sua possível perda era transparente em sua mente. Agatha o tomou pela mão e guiou-o para o passeio com cuidado. Enquanto caminhavam, as pessoas dispersavam - o show havia acabado. Taehyung não estava fora de si, não totalmente; precisou de uns minutos para recuperar o folego que fora roubado. Se recuperava aos poucos e se olhavam, seu fitar era decifrável: "Obrigado". À ela, como um lembrete, devia estar em outro lugar - parecia estar tudo sob controle, à salvo -, mas iria ficar; por antes. Outrora, cuidara dela com o teor de sua presença, agora era sua vez.

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