Chapter XXIV

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      Me desculpem a demora. Estive focado em coisas da Universidade, trabalhos e provas - um saco... Por favor, não desistem de mim ou me odeiem, venho escrevendo pouco a pouco quando consigo um tempinho...

...

      

      Jimin movia-se para frente alarmado com a mão na beirada da porta – sentia a madeira fria -, fitando os cantos das paredes, os detalhes do teto; o quarto parecia maior do lado de fora. Um tanto surpreso, diria. Não imaginava que deixá-lo-ia entrar. Virou-se para agradecer e assim o fez assentindo com um leve sorriso e curvando-se o mínimo – manias da sociedade. Volto em 15 minutos – disse a médica -. Ah! – exclamou como um lembrete - Seja como for – articulou, chegando um pouco mais perto -, não seja ríspido com as palavras, ele pode ficar um pouco estressado. Jimin não tinha noção o quanto aquilo era sério, apenas sabia que era. Engoliu em seco. Isso deixara-o desconcertado e com medo; não era bom com palavras. E assim ela partiu fechando a porta lentamente; e só, com suas mãos tremulas, apertando umas às outras, notou que a situação o afetava; tal qual certa forma não fazia ideia. Respirava fundo e – droga – pensou – acalme-se. Seus olhos estavam fechados nesse momento, estaria procrastinando o máximo; podia sentir o olhar de Suga sobre si, contudo, não tinha coragem de encará-lo de volta...

       Continuava a fitá-lo – perguntando-se do porquê fora interrompido -; o livro em mãos – sobre o colo - aberto com as folhas movendo-se com uma pequena brisa que corria o local, perdendo a página e, consequentemente, a parte da história. O sorriso se desvaia à medida que percebia que perdia aquele ânimo que apenas ele, Suga, entendia. Talvez não fosse o único, e sabia que não; entretanto, apostaria que não encontraria alguém. Respirou fundo; expirou - tinha conhecimento que era o garoto que ajudara antes, de um ataque de ansiedade -; tudo bem – matutou. Fechou o livro – parcialmente vermelho com uma tonalidade forte de laranja no fundo; não conseguira reparar o título; um pouco grosso para Jimin -, o som da quantidade de páginas batendo umas às outras percorreu todo o quarto. Um chamado de atenção.

      - Então... – pronunciou, finalmente, tendo a atenção de Jimin por completo. A voz, o tom parecia diferente daquela que ouvira bem ao lado, como um sussurro, naquele dia. Parecia mais entristecida, faltava uma peculiaridade.

      - Eu... – a voz um pouco baixa pelo fato da garganta estar seca; parou; forçou-se uma leve tosse e prosseguiu – Eu vim aqui – cuidado com as palavras – lembrava-se - para agradecer o que fez por mim, acho que – Suga concertava-se sobre a cadeira – eu não – desacelerava na fala, fitava as mãos – eu não merecia. Então, obrigado – disse com uma entonação no final para uma certa continuação; fez uma pausa, matutava sobre, mas preferiu deixar de lado -, Suga – terminou. Houve um silêncio. O pior deles. Jimin esperava como algo em retorno, uma resposta – ou talvez uma resposta seria demais? Essa expectativa o deixava cabisbaixo e de qualquer modo, já o agradecera; fez o que viera fazer. Colocava um leve sorriso no canto do rosto e assentia – por nenhum motivo do qual devesse de fato concordar -, iria partir e deixa-lo prosseguir em sua leitura "compartilhada". Enquanto virava-se:

      - Não precisa agradecer – Suga pronunciava sem encará-lo por completo, em instantes, somente -; agi por impulso. – Jimin voltou a olhá-lo, esperançoso mais do que realmente admitiria. Jimin notava o uso de frases curtas, porém, não cortantes. Suga mantinha o semblante e o tom da voz imparciais, era difícil deduzir se queria mesmo estar respondendo-o ou sequer estar junto daquela presença naquele momento. Não que estivesse esforçando-se para tal – o diálogo -; acreditava, apenas, que não tinha mais nada a perder.

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