Capítulo 30 - Você é meu ar...

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 Narrado por Bakugou Katsuki

Quinta-Feira, 26 de Setembro de 2019 – 1 semana depois

Fico pensando sobre a consulta de hoje e percebo que o temor que senti a dias atrás era completamente irreal. De fato foi desconfortável começar, mas quando aquele cara começou a falar comigo, era como se o diálogo fluísse sem qualquer impedimento, Kirishima estava certo em dizer que aquele doutor é bom, ainda que meu sentimento de exposição não tenha se tornado menor, a sensação ruim em torno dele se mostrou mais complexa depois de algumas elucidações sobre o mesmo.

Hoje ele me recomendou que deixasse Ejirou um pouco mais sozinho do que de costume, não por prejudica-lo com minha presença, mas sim para trabalhar minha dependência quanto a ele, de início eu não gostei nem um pouco dessa ideia, porém estou tentando seguir isso para manter as coisas nos eixos, além de que Kirishima pode acabar enjoando um pouco da minha cara maravilhosa.

Termino de montar meu sanduíche e volto para a área comum, caminhando entre Sero e Kaminari para olhar em seus cadernos e ter certeza de que estão conseguindo fazer as atividades conforme eu os expliquei. Nenhuma matéria é complicada demais para mim, mas para eles parece ser o fim do mundo em vários sentidos.

- Não caralho, presta atenção Pikachu, delta é igual a B ao quadrado menos quatro A C, entendeu? Faz de novo essa porra, mas não apaga o que tá errado – declaro apontando para a fórmula equívoca que o loiro estava tentando criar, ele me olha com pesar e eu fico ao seu lado até que o mesmo faça a versão correta.

- Valeu pela ajuda, cara, acho que agora eu entendi, saca só – Hanta comenta levantando o caderno para me mostrar e eu analiso os números do problema em sua fórmula, tudo está correto e eu aceno positivamente para ele, fazendo-o suspirar aliviado por ter finalmente acabado o que precisava fazer. Espero Kaminari terminar e olho para sua caligrafia corrida antes de sinalizar que também está correto.

- Pronto, sua anta, nem é tão difícil, agora prestem atenção na aula – digo dando a última mordida no meu lanche antes de me afastar para jogar o guardanapo no lixo, decido pegar alguma coisa para Kirishima e decido que agora já posso ir vê-lo, passei quase o dia inteiro sem falar com ele direito, ou pelo menos sem estar ao seu lado vigiando cada passo seu, ultimamente tenho dado mais espaço a ele e isso vem sido complicado para mim, mas em vista da sua visível melhora eu começo a ficar menos preocupado em relação aos seus pensamentos ruins.

Saio do prédio dos dormitórios e vou até a lanchonete buscar Yakisoba para nós, é algo rápido e que nós dois gostamos, portanto não perco tempo tentando achar outra coisa que seja viável. Com os pedidos em mãos, volto para o prédio dos dormitórios e vejo que o dia já se foi, o céu já escureceu e creio que sejam por volta das 20h agora. Alguns dos garotos estão em frente a TV da área comum jogando Battlefield e eu sorrio minimamente por saber que se não fosse pela minha ajuda, Sero e Kaminari estariam em seus quartos surtando com os cálculos que lhe parecem de outro mundo. Subo as escadas para o corredor dos dormitórios e me aproximo da porta de Kirishima, bato na mesma e não obtenho resposta, isso me causa uma pequena ansiedade e logo texto a maçaneta, encontrando-a destrancada.

Entro no cômodo e deixo as sacolas sobre a cama, ouço o som do chuveiro e vejo a porta do banheiro entreaberta, fico mais aliviado por saber que ele está aqui de fato, mas quando olho para o chão vejo respingos de um líquido vermelho que me deixam paralisado no mesmo instante, o rastro vai até o banheiro e fico instantaneamente desesperado pelas cenas que se formam em minha mente.

Sem me importar com nada, adentro o local que está repleto de fumaça e vejo ainda mais do liquido vermelho no piso branco do banheiro, abro a porta de vidro de box e olho para Kirishima com os olhos arregalados, não me dou conta de sua nudez no contexto sexual no momento, passo meus olhos de cima a baixo em seu corpo enquanto o mesmo ainda está virado de costas para mim e percebo que ele não tem ferimento algum, quando olho para seu cabelo noto que a cor está avermelhada e não mais negra como antes, ele percebe minha presença e se vira para mim com uma expressão confusa.

Depressed || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora